O único sobrevivente conhecido a escapar de um buraco negro

Curiosidades
há 1 ano

Monstros sombrios e famintos vivem por todo o Universo. Eles nascem quando estrelas massivas explodem no espaço. Buracos negros tão pesados quanto a Terra são tão grandes quanto uma bola de pingue-pongue. Eles não têm uma superfície, mas a sua gravidade é tão forte que nem a luz consegue escapar dela. Os buracos negros também não têm limites físicos como uma membrana. O horizonte de eventos, que está mais próximo de um limite típico, é um limiar que, após ultrapassado, é impossível sair dele.

Para uma estrela, cruzar com um buraco negro normalmente termina em um espetacular show de luzes e sua destruição. Apenas uma estrela que os astrônomos conhecem conseguiu sobreviver a um encontro com um buraco negro tão pesado quanto 400.000 sóis.
Isso aconteceu em uma galáxia a cerca de 250 milhões de anos-luz de distância da Terra. Astrônomos com equipamentos realmente poderosos notaram rajadas de raios-X que atingiram o espaço a cada nove horas. Eles pensaram que deviam ser sinais do mayday de uma estrela presa por um abismo cósmico.

A estrela era uma gigante vermelha média quando conheceu seu novo amigo pela primeira vez. Quando eles ficaram muito próximos um do outro, o monstro espacial faminto não conseguiu resistir à tentação e beliscou sua convidada. Quando isso foi feito com as camadas externas de hidrogênio da estrela, tudo o que restou foi o núcleo da estrela.

Eventualmente, a pobre coisa se transformou em uma anã branca. Mas, por algum motivo, o monstro espacial gigante não conseguiu terminar a refeição e a prendeu m sua órbita para mais tarde. Desde então, a agora anã branca está viajando em voltas de nove horas. Ela fica longe o suficiente do buraco, então não vai cair ou ser engolida.

Sua jornada não está sendo muito boa. Por causa da gravidade, o caminho orbital está em rotação constante. Após dois dias, ela se assemelha a um padrão de espirógrafo.

À medida que o buraco negro continua se alimentando dela, a estrela continua perdendo sua massa e crescendo de tamanho. Sua própria órbita está se tornando cada vez mais circular.

Os cientistas acreditam que um dia ela será capaz de se afastar de seu amigo malvado e... se transformar em um planeta do tamanho de Júpiter em um trilhão de anos. Isso é setenta vezes mais tempo do que a existência do Universo até agora, então pode nunca acontecer.

Só a Via Láctea tem centenas de milhões de buracos negros, e há muitos mais além dela. Eles podem se alimentar de outras estrelas e liberá-las em outras galáxias.

Os telescópios que existem atualmente podem não ser fortes o suficiente para localizá-los. A maioria das galáxias, incluindo a nossa Via Láctea, tem buracos negros supermassivos no centro. Eles podem ser bilhões de vezes mais pesados que o sol. Outros de sua espécie têm apenas 3 vezes a massa do Sol.

O buraco negro mais próximo da Terra foi localizado a 1.000 anos-luz de distância, logo ali na esquina em termos galácticos. É um sistema estelar que se pode ver a olho nu. Os cientistas o descobriram quando notaram uma estrela se comportando de maneira estranha. Era uma gigante rotacionando muito rápido. Eles adivinharam que devia ter um companheiro gravitacional poderoso.

Os buracos negros mais famintos que os astrônomos já avistaram pesam até 34 bilhões de sóis e são cerca de 8.000 vezes maiores do que o que está no centro da Via Láctea e come o equivalente a um Sol todos os dias.
Às vezes, os buracos negros até devoram outros de sua espécie que por acaso estejam muito próximos deles.

Antes de entrar em uma nave espacial para escapar para alguma galáxia segura sem buraco negro, aqui estão algumas boas notícias. Mesmo que sejam supermassivos, eles não têm um raio grande o suficiente para destruir a Terra. E é seguro observar à distância mesmo o mais faminto deles.

Nenhum buraco negro deve se aproximar do nosso planeta mais do que o Sol pelo tempo de existência do Universo multiplicado por 10 bilhões de vezes.
No caso improvável de uma dessas coisas assustadoras passar por Netuno, poderia afetar a órbita da Terra, e isso não seria bom.

Teoricamente, qualquer coisa pode se transformar em um buraco negro. A única diferença entre ele e o Sol é o material de que seus centros são feitos. É incrivelmente denso nesses enormes monstros espaciais. Na realidade, existe apenas uma maneira conhecida de fazer um buraco negro. Tem que ser o colapso gravitacional de uma estrela supermassiva, 20 a 30 vezes a massa do Sol.
Então, o Sol nunca, jamais se tornará um buraco negro. Contudo, se isso acontecesse, e a antiga estrela mantivesse sua massa, ela ainda teria o mesmo poder gravitacional. A Terra ainda continuaria girando em torno dele e não seria puxada para dentro. Sua órbita também permaneceria como está. O único grande problema seria a falta de luz solar. Na realidade, o Sol não é massivo o suficiente para tal transformação e eventualmente se tornará uma anã branca.

Um buraco negro nunca vai comer uma galáxia inteira no almoço. Existem cerca de 400 bilhões de estrelas na Via Láctea. Apenas cerca de 0,1% de todas as estrelas que já se formaram acabará se tornando buracos negros. O sempre faminto monstro supermassivo localizado bem no meio de uma galáxia tem um alcance gravitacional impressionante, mas mesmo isso não seria suficiente. Ele já comeu a maioria das estrelas que estavam perto dele. Já pesa alguns milhões de sóis, então não pode crescer muito, mesmo se continuar comendo estrelas como o sol.

As galáxias continuarão se chocando umas com as outras e os buracos negros continuarão crescendo e se fundindo. Mas porque o Universo já é enorme e continua em expansão, essas colisões e fusões não durarão para sempre.
Os buracos negros viajarão por este enorme espaço como estrelas intergalácticas. Eles nem mesmo serão capazes de comer a matéria escura na periferia das galáxias. Eventualmente, todos os buracos negros morrerão, mas isso demorará muito, muito tempo.

Se você se tornar um explorador espacial e viajar para longe o suficiente para encontrar um buraco negro e cair em um, sua vida não terminará instantaneamente. Em vez disso, as coisas serão muito mais complicadas. A maneira como você percebe o espaço e o tempo mudará e sua realidade se dividirá em duas. Em uma delas, você deixaria de existir. Na outra, você viveria e entraria no buraco ileso. Quando você for mais fundo dentro do buraco, notará o espaço se tornando cada vez mais curvilíneo. No centro do buraco, é infinitamente curvo. É chamado de singularidade. As leis da física baseadas nas ideias de espaço e tempo não têm poder aqui.

Em um buraco grande o suficiente, milhões de vezes mais massivo que o Sol, as coisas seriam perfeitas para você e você continuaria em queda livre sem sentir a gravidade. Você poderia continuar caindo e caindo no vazio total até chegar à singularidade e não teria chance de se mover na direção oposta. Lá, espaço e tempo trocam de papéis. O tempo está constantemente puxando você para a frente na Terra, mas de forma figurativa, e faria isso fisicamente dentro do buraco.

Em um buraco menor, a força da gravidade seria mais forte em seus pés do que na sua cabeça. É por isso que você passaria pela “espaguetificação”. É assim que os cientistas chamam o processo quando você comprime horizontalmente e estica verticalmente como espaguete devido à gravidade insana do buraco negro. Por falar em espaguete, como os buracos negros seriam em um jantar italiano? Porque, assim que a sua massa passar pelo horizonte de eventos, você é “espaguetificado” e, ali dentro é como se você estivesse em um cannelloni. Nossa, agora estou com fome...
Enquanto isso, se você tivesse um companheiro de viagem espacial que por algum motivo não tivesse caído no buraco negro, tudo pareceria diferente para ele. Ele veria você se esticar e crescer, como através de uma enorme lente de aumento. Quanto mais perto você chegasse da borda do buraco, mais pareceria estar se movendo em câmera lenta.
Então, você congelaria e as chamas o cercariam. Você estaria em dois lugares ao mesmo tempo, vivendo destinos diferentes, mas ainda haveria apenas uma cópia de você.
É assim que os buracos negros nos ensinam que nada é real. A realidade pode ser diferente para pessoas diferentes.

Alguns cientistas acreditam que todos vivemos dentro de um enorme buraco negro. Tudo no Universo começou com o Big Bang. Mas há uma teoria que diz que também houve algo antes disso. Era uma semente superdensa que tinha toda a massa e energia do Universo concentradas nela, quase tão pesada quanto um bilhão de sóis. Era um trilhão de vezes menor do que qualquer partícula que os humanos possam observar. Esta semente poderia ter nascido dentro de um buraco negro.

Se você acredita que existe mais de um Universo, os buracos negros também podem servir como portas entre esses universos. Pode ser como uma raiz compartilhada por duas árvores.

Não é possível ver buracos negros diretamente porque eles não emitem nenhuma luz. Os cientistas costumavam ser capazes de identificá-los apenas pelo que eles faziam ao seu redor.
Quando mais de duzentos cientistas de todo o mundo trabalharam juntos, conseguiram tirar as primeiras fotos daquela estranheza espacial. Os equipamentos que eles utilizaram, somados, teriam o poder de um telescópio do tamanho da Terra.

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