O navio que poderia ter resgatado todos do Titanic
O mês de abril de 1912 ficou marcado por uma das tragédias mais terríveis da história do mundo. A embarcação mais inafundável, o auge da engenharia da época, o enorme Titanic, afundou. Naquela noite escura e sem lua, o navio teve muitas chances de salvar seus passageiros. Havia outro navio a apenas alguns quilômetros de distância, e ele poderia ter salvado o Titanic, mas isso não aconteceu. Não era um navio-fantasma.
E não é uma lenda ou uma teoria. É uma realidade documentada. Há registros e depoimentos de testemunhas que confirmam isso. Mas por que esse navio não ajudou? Vamos descobrir o que aconteceu naquela noite, analisando esses eventos por três pontos de vista diferentes. Vamos começar com a versão do Titanic.
Onze e meia da noite. A lua se escondia atrás de nuvens escuras. A visibilidade era ruim. Tudo estava calmo no Titanic. Sob a orientação do capitão, o operador de comunicações mantinha contato com o continente por meio do rádio. Nesse momento, um estranho invadiu a frequência, interrompendo a comunicação do operador. Não ficou claro o que esse homem estranho queria e do que ele estava falando. O operador não tentou descobrir.
Ele gritava com esse cara, exigindo que se desconectasse. A conexão foi interrompida. Às 11 e quarenta da noite, o Titanic colidiu com um iceberg. O gelo quebrou o casco. A água começou a inundar os conveses inferiores. Ninguém estava em pânico ainda. 20 minutos depois, à meia-noite, a tripulação do navio enviou um sinal de socorro por meio de radiofrequência. Poucas pessoas entendiam a real gravidade da situação.
Após 20 minutos, à meia-noite e vinte, começaram a baixar os botes salva-vidas com os passageiros. À meia-noite e 25, receberam uma resposta ao sinal de socorro. Era do RMS Carpathia. O capitão informava que já estavam navegando em velocidade máxima em direção ao Titanic. Mas o problema era que o local do acidente ficava a 93 quilômetros de distância. Isso significava que o Carpathia só chegaria dentro de 4 horas.
À meia-noite e 45, a tripulação do navio afundando lançou foguetes no ar. Esses fogos foram uma das principais razões para o terrível destino de muitos passageiros. Falaremos mais sobre isso adiante. 90 minutos depois, o convés do Titanic se partiu e o navio mergulhou nas águas do mar. Às 4 e 10, o Carpathia finalmente chegou ao local do naufrágio. Os membros da tripulação fizeram esforços heroicos para salvar todas as pessoas, levando 705 sobreviventes a bordo. Nesse momento, outro navio apareceu. Era o SS Californian.
O Carpathia navegou em direção à costa de Nova York com todas as pessoas. O Californian ficou circulando em busca de passageiros e não encontrou nada além de destroços. Esse navio estava a apenas alguns quilômetros de distância enquanto o Titanic afundava nas águas geladas. O Californian poderia ter salvado essas pessoas, mas não fez nada. Seu capitão, Stanley Lord, cometeu um dos atos mais terríveis que um marinheiro pode permitir: não ajudar um navio que está afundando. Quando o mundo descobriu tudo isso, passou a detestar o Capitão Lord.
Ele não pôde ser acusado, e o julgamento não o puniu. Mas sua carreira foi totalmente arruinada, pois nenhuma outra empresa naval o contratou. Apesar disso, ele nunca confessou que tivesse sido culpado. Antes de morrer, o capitão disse que não foi culpa dele. Se isso era verdade, então o que aconteceu lá? Isso nos leva à versão do Californian.
Era a noite do dia 14 de abril. O Californian navegava nas águas frias do Atlântico Norte. O navio entrou em uma área com muitos icebergs. Às 22 e 10, o Capitão Lord parou o navio. Estava muito perigoso se movimentar nessa área, pois o casco poderia ser danificado. Às 23h, o navio começou a deriva. Era impossível se mover em tais condições com uma visibilidade tão ruim. O capitão sabia que o Titanic estava vindo na mesma direção, então ordenou ao operador de rádio que avisasse o navio sobre o perigo. Evans, que era o operador de rádio, ligou o receptor e tentou entrar em contato com o Titanic.
Ele passou cerca de 30 minutos tentando. A conexão foi finalmente estabelecida. Nesse momento, o operador de rádio do Titanic estava falando com o continente. Evans interrompeu a conversa e tentou alertar o navio sobre os icebergs. O operador não entendeu as palavras de Evans, e ficou irritado por ele ter invadido o canal tão descaradamente. Ele gritou com o Evans e cortou a conexão.
Cansado, Evans desligou o comunicador e informou seus superiores sobre o incidente. Ainda é um mistério a forma como o capitão reagiu a essa notícia. Ele provavelmente pensou que o Titanic sabia do perigo, e então deixou Evans ir para a cama. Se o rapaz não tivesse desligado o rádio e se tivesse esperado uma hora, teria ouvido o pedido de socorro do Titanic. Mas você não deve culpá-lo. Naquela altura, ele não tinha nenhum motivo oficial para ficar no transmissor. Evans estava muito exausto e não conseguia lutar contra o sono, então foi para a cama. O Titanic começou a afundar. Seu capitão enviou um sinal de socorro.
O operador a bordo do Carpathia o captou, mas o Californian, não, pois o receptor estava desligado. O Capitão Lord não conseguia dormir. Ele sentia que algo estava errado. Enquanto isso, o Titanic ia afundando rapidamente. O capitão deu a ordem de lançar foguetes no ar. E aqui é o momento no qual ocorreu um dos erros críticos.
Eles lançaram luzes de alerta, mas elas não eram vermelhas. Por algum motivo, a tripulação esqueceu de levar foguetes vermelhos a bordo, então iluminaram o céu com uma luz branca brilhante. Se você precisar enviar um sinal de socorro, tem que lançar luzes vermelhas. O Capitão Lord viu as luzes, mas não as percebeu como um pedido de ajuda. Não era possível não haver foguetes vermelhos padrão em um navio tão grande quanto o Titanic. Mas infelizmente, sim. O Capitão Lord achou que o Titanic estava se afastando. Talvez houvesse alguma razão desconhecida por trás daquelas luzes brancas, mas ele realmente não sabia.
Então, Capitão Lord não tinha ideia de que o Titanic estava afundando. Ele ainda decidiu entrar em contato com a embarcação, mas, dessa vez, não através de comunicação por rádio. O Capitão Lord não acordou o operador de rádio e enviou um sinal para o Titanic através de uma lâmpada de sinalização. É importante entender que muitos capitães da velha guarda não levavam a comunicação por rádio a sério. Eles não entendiam o valor dessa tecnologia.
É por isso que o Capitão Lord não acordou o Evans. Ele enviou sinais de luz, mas o Titanic não respondeu. Mais tarde, muitos sobreviventes mencionaram ter visto as luzes piscantes do Californian, mas não havia nada que pudessem ter feito. A tripulação do navio não ouviu seus pedidos de socorro. Às 2h20, o Titanic ficou completamente submerso. Pouco mais de 2 horas depois, o operador de rádio, Evans, acordou e ligou o transmissor.
Ele ouviu muitos socorristas falando sobre o navio afundado. O rapaz entendeu tudo. Ele relatou ao capitão. Nesse momento, o Californian dirigiu-se imediatamente ao local do naufrágio, onde encontrou o Carpathia com os sobreviventes a bordo, partindo em direção a Nova York. O Californian ficou circulando e procurando pelas pessoas, mas não encontrou nada além de destroços.
O Californian retornou ao continente. A notícia sobre o navio que poderia ter salvado o Titanic estava se espalhando por todo o país. O julgamento começou. O capitão Stanley Lord e a tripulação contaram sua versão, dizendo que seu navio estava parado. Muitas pessoas não acreditaram, e alguns dos passageiros sobreviventes afirmavam ter visto o Californian navegando. Ainda assim, o juiz os declarou inocentes.
1962. O capitão Stanley Lord estava bastante idoso. Ele chamou um escrivão para confessar algo. O capitão faz sua última observação sobre o caso. Ele jurou que não era culpado. Mas, se o Californian não tivesse passado pelo Titanic naquele momento, então teria feito o quê? A teoria do Samson poderia responder a essa pergunta para nós. Samson, o navio caça-focas, estava navegando nas águas frias do Atlântico Norte. A tripulação não estava dormindo. Eles estudavam cuidadosamente os arredores, mas não porque estavam com medo dos icebergs. Eles tinham medo de encontrar a Guarda Costeira dos EUA. A tripulação do navio Samson capturava focas, o que é ilegal.
Às 12h45, o capitão do Samson viu foguetes de sinalização brancos. A equipe tinha certeza de que era a Guarda Costeira. Apagaram as luzes e foram embora. Estava escuro, então não perceberam o naufrágio do Titanic, e voltaram para a costa da Islândia, onde ficaram sabendo do desastre. Perceberam então que abandonaram os passageiros que se afogavam. O sobrinho de um dos tripulantes do Samson leu essa história no diário do seu tio. O sobrinho pediu permissão para publicar esses relatos. Todas as pessoas perceberam que o Capitão Lord não era culpado. Mas, infelizmente, ele não viveu para ver esse momento.
Na verdade, ainda não se sabe quem foi o culpado nessa história. Dois navios estavam perto do Titanic. Seus capitães eram pessoas capacitadas. Eles teriam ajudado a salvar todos os passageiros. A culpa deles foi não conseguir entender o que o Titanic queria naquela noite escura. Alguém esqueceu de colocar sinalizadores vermelhos na caixa. Esse pequeno detalhe fatal foi uma das principais causas da tragédia.