O Hormônio do Amor: O que Faz Você se Apaixonar

Gente
há 1 ano

O amor é uma porta aberta! Tudo o que você precisa é de amor! O amor está no ar! Aposto que qualquer um já ouviu músicas assim antes! A ideia principal por trás delas é a mesma: o amor é o melhor sentimento de todos, mesmo que às vezes possa partir seu coração. Mas sabe de uma coisa? Na verdade, o amor não tem nada a ver com o coração, e sim com o cérebro! Então, junte-se a mim enquanto exploro a ciência por trás desse sentimento que faz as pessoas escreverem músicas, pintarem obras-primas e fazerem todo tipo de loucura!

Pra começar, eu quero que você imagine o seu corpo como uma fábrica agora. Vamos ver o que acontece lá dentro e quais hormônios e sistemas cerebrais — aham — desculpe, eu quis dizer funcionários, que entram em ação quando você começa um novo relacionamento. É um verdadeiro trabalho de equipe, com certeza! Nos estágios iniciais de seu novo relacionamento, tudo gira em torno de seu parceiro ou parceira, certo? Quando não está junto, sonha acordado com ele e, quando está ao lado dele, só quer ficar assim o tempo todo.

Os psicólogos chamam esse estimulante primeiro estágio de paixão ou amor apaixonado. Quando você está profundamente apaixonado por alguém, a atividade cerebral na área tegmental ventral aumenta vertiginosamente. Caso esteja se perguntando, essa é a seção de processamento de recompensas e motivação do seu cérebro. Ela é ativada quando você faz coisas como comer algo doce e delicioso ou beber um copo de água gelada quando está com sede. E quando isso acontece, hormônios da felicidade, como a dopamina, são liberados, o que, por sua vez, ensina o cérebro a repetir os mesmos comportamentos com a expectativa de receber a mesma recompensa inicial. Basicamente, é o mesmo mecanismo pelo qual os filhotes de cachorro aprendem a “dar a pata” para receber o “petisco gostoso”. Portanto, esse aumento da atividade cerebral não é apenas o motivo pelo qual o amor faz com que você se sinta intensamente enérgico e feliz, mas também aquele pelo qual não consegue ficar longe da pessoa amada.

Mais uma vez, o engraçado é que esses altos níveis de dopamina também são conhecidos por serem responsáveis pela insônia e pela diminuição do apetite. Isso significa que os romances exagerados às vezes acertam quando escrevem que seus personagens ficam tão apaixonados que não conseguem comer e dormir. O primeiro estágio do novo relacionamento também é o momento em que você pode achar difícil ver qualquer defeito no seu parceiro.
Colocar óculos cor-de-rosa como esse se deve ao impacto do amor nas regiões corticais superiores do cérebro. Normalmente, o centro cognitivo é ativado quando fazemos julgamentos e tomamos decisões, além de nos envolvermos em pensamentos críticos. No entanto, está comprovado que as pessoas em um novo relacionamento apresentam atividade reduzida e mais lenta nesse centro. Assim, não é de admirar que você ache seu parceiro perfeito, mesmo que seu melhor amigo ou amiga não goste muito dele... O amor é realmente cego... Toda essa atividade cerebral e ação hormonal também o transformarão em uma versão do alegre Bob Esponja!

Ao atuar no centro de prazer do cérebro, o amor reduz seu limiar de prazer. Isso significa que ele faz com que você se sinta alegre e elevado com muito mais facilidade e rapidez. Começa a desenvolver uma perspectiva mais otimista do mundo ao seu redor e fica menos irritado com as coisas. Deve ser por essa razão que também adoramos estar apaixonados, certo? Embora o estágio inicial do amor possa ser um turbilhão de emoções e atividade mental, ele geralmente dura apenas alguns meses. Em seguida, começa uma nova e mais duradoura fase, o apego ou amor compassivo. Pense nisso como se os funcionários juniores estivessem passando a tarefa para os seniores em nossa fábrica imaginária de amor.

Agora, nesse estágio, seu relacionamento evolui para um estado em que você pode se sentir mais relaxado com seu parceiro e mais comprometido com ele. Isso se deve, em grande parte, aos hormônios de ligação entre os pares, também conhecidos como vasopressina e oxitocina — essa é muitas vezes é apelidada de “hormônio do carinho”. Eles indicam sentimentos de apego, apoio social e confiança. Quando entram em ação, a diferença entre o amor romântico e qualquer outra forma desaparece. A razão é que eles também ajudam a unir famílias e amizades.
Mas suas funções não se limitam a isso! A oxitocina pode, ainda, ajudar a liberar os hormônios do estresse. É por esse motivo que você se sente relaxado quando passa tempo com a pessoa amada.

Entretanto, esse também é o estágio em que alguns problemas em seu relacionamento podem se tornar mais evidentes. Sim, você e seu parceiro começam a ter um entendimento mais honesto e uma conexão mais profunda, mas com esse novo vínculo a suspensão de julgamento de anteriormente também desaparece. Em outras palavras, seus óculos cor-de-rosa se transformam em comuns. O que pode resultar em dois caminhos: vocês resolvem seus problemas e criam um laço ainda mais forte ou decidem que não são mais bons um para o outro e seguem caminhos separados.
Se isso acontecer, não importa o motivo do término, o cérebro é o único culpado pela dor que se segue ao desgosto. O tormento de um rompimento ativa o córtex insular. Essa é a região do cérebro que processa todos os tipos de dor, desde a física até a social. Portanto, tanto aquela que você sente por um corte de papel quanto a de ser rejeitado por alguém são processadas aqui.

A ciência mostra que, ao ver as fotos do ex-parceiro, as pessoas que estão passando por um desgosto amoroso ainda apresentam aumento de atividade na área tegmental ventral. O que significa que o centro de motivação e recompensa que foi inicialmente responsável pelo desejo de estar com a pessoa no começo do relacionamento continua funcionando mesmo depois que ela se foi. E é isso que pode fazer com que você pense muito no seu ex e até mesmo busque contato com ele. Esse desejo pode parecer irresistível, como uma fome ou sede extrema. Portanto, não se preocupe, ninguém o julgará se você enviar uma mensagem de texto “por engano” para dizer “oi, sumido” ou algo assim...

Entretanto, essa montanha-russa de emoções cobra seu preço. A amargura e a mágoa ativam o sistema de alarme do corpo, o eixo do estresse, o que faz com que você se sinta abalado e inquieto. Mas é bom saber que nada dura para sempre. Com o passar do tempo, as regiões corticais superiores do cérebro, responsáveis pelo raciocínio e pelo controle dos impulsos, dizem “basta” e freiam toda a angústia e o desejo. E sabe quando se diz que o primeiro desgosto é o mais forte? Isso acontece porque essas regiões ainda estão amadurecendo e fazendo conexões durante a adolescência. Então, o que você deve fazer para aliviar a dor e passar pela mágoa da forma mais tranquila possível?

Exercitar-se, passar tempo com os amigos ou até mesmo assistir a um filme podem ajudar. No entanto, certifique-se de que não seja uma comédia romântica... Essas atividades realmente podem auxiliar a acalmar a resposta ao estresse, acionando a liberação do hormônio “sentir-se bem”, a dopamina. E isso pode ser um clichê, mas acredite em mim, o tempo e o apoio de pessoas queridas curam tudo.
Em uma pesquisa recente, 56% dos americanos disseram acreditar em amor à primeira vista, e uma em cada três pessoas relata que já teve essa experiência. Entretanto, agora que você conhece a biologia do amor, não é sempre que todos esses hormônios entram em ação imediatamente quando você encontra um possível interesse amoroso, certo? Certamente deve haver um processo psicológico por trás do fato de nos apaixonarmos também.

Tendo isso em mente, o psicólogo Arthur Aron elaborou 36 perguntas que podem acelerar esse processo e possivelmente ajudar as pessoas que estão na fase de “se conhecer” a se apaixonarem mais rapidamente. São questões do tipo: “se você pudesse acordar amanhã tendo adquirido uma qualidade ou habilidade, qual seria?” e “se você pudesse mudar alguma coisa na maneira como foi criado, o que seria?”. De acordo com Aron, para poder responder a essas perguntas, você e seu parceiro precisam estar vulneráveis. E assim podem aprofundar a intimidade entre vocês dois, que é a chave para o amor.

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