O bebê mais protegido do reino animal do qual você não se atreveria a chegar perto

Animais
há 1 ano

Apesar de serem de sangue-frio, os crocodilos e jacarés estão entre os pais mais carinhosos e cuidadosos do mundo animal. (Não pode ser! Sério? Sim!) As fêmeas desses animais assustadores botam de 10 a 60 ovos por vez, e depois os escondem sob ninhos à beira do rio. Esses ninhos são feitos de plantas que elas desmancham com os dentes e juntam usando as patas traseiras. Depois, as mamães-crocodilo esperam pacientemente durante três meses, protegendo seus futuros bebês de qualquer perigo.

Apesar dos crocodilos serem muito fortes e assustadores, contam com a ajuda de babás especiais para proteger seus ninhos — os alcaravões-d’água. Pode parecer um negócio arriscado, mas essas aves formaram uma parceria com os crocodilos na qual as duas partes saem ganhando. Ambas colocam seus ovos perto uns dos outros ou mesmo juntos, de forma que possam afugentar grandes répteis como o lagarto-do-nilo e outros predadores. Os crocodilos escutam muito bem. Aí, o alcaravão grita para alertar a mamãe-crocodilo sobre algum intruso, e então ela sai da água para proteger seus filhotes — e os ninhos das aves que estão por perto também.

Quando os filhotes de crocodilo nascem, são do tamanho de uma banana grande, e leva anos para que alcancem a maturidade: de 4 a 15 anos, dependendo da espécie. Em alguns casos, a mãe ajuda os bebês a nascerem colocando os ovos dentro da boca e os rolando de um lado para outro. (Depois ela faz o quê — cospe o filho? Parece que sim, né?) Os filhotes costumam ficar juntos, pertinho da mãe, durante os primeiros três anos de vida. Ela os ajuda a sair do ninho e os carrega para a água usando a boca como meio de transporte. Uma fêmea de crocodilo consegue levar até 15 bebês dentro da boca de uma vez só! E o instinto a impede de fechar as mandíbulas. Então, os bichinhos se sentem seguros na boca dela, como se estivessem em um berço. (Com dentes, claro.)

Apesar de a mamãe-crocodilo ensinar os filhotes a caçar e protegê-los dos perigos, apenas cerca de 1% deles sobrevive até a fase adulta, por causa dos predadores e das condições climáticas. Isso é triste para qualquer mãe, mas para todos os efeitos os crocodilos são répteis de sangue frio. Eles até choram, mas por motivos fisiológicos, e não emocionais. Quando passam muito tempo fora da água, os olhos ficam tão secos que os animais choram para mantê-los lubrificados.

Se um filhote de crocodilo conseguir sobreviver durante a infância, terá a chance de uma vida bastante longa. Assim como outros répteis, tartarugas e baleias, os crocodilos podem se orgulhar de sua “senescência insignificante”, ou seja, da falta de um envelhecimento normal. Isso quer dizer que não envelhecem — apenas ficam maiores e mais cruéis. Eles só têm medo de ficar doentes ou de ser atacados por outros predadores.

Embora a expectativa de vida dos crocodilos varie entre 50 e 70 anos, alguns chegam aos 100! Então, teoricamente, alguém pode encontrar um crocodilo de 500 anos de idade tão gigante quanto um avião em algum lugar profundo dos trópicos. Mas a chance de sobreviver para contar como foi esse encontro é mínima, pois o apetite do animal aumenta junto com o corpo.

Mister Freshie morreu aos 140 anos de idade e, de acordo com registros, foi o crocodilo mais velho que viveu em cativeiro. Ele foi capturado no rio Moorehead, em 1970, e viveu no zoológico da Austrália. Era um crocodilo de água doce, uma raça que nunca foi vista fazendo nenhum mal a humanos.

Aos 10 anos, quando alcançam um comprimento corporal de 1 metro e meio a 3 metros, eles se tornam maduros o suficiente para procriarem. A dança do acasalamento possui várias etapas: os machos produzem um som de baixa-frequência que os humanos não conseguem ouvir. Mas para as fêmeas isso soa como um convite para que se tornem mãe e deem continuidade à tradição da maternidade. (Ei, podemos chamar essa música de “crocodile rock”, como a do Elton John? Eu gosto dessa...)

Claro, os crocodilos não são os únicos animais que demonstram grande dedicação e respeito aos valores familiares. Os ursos polares, por exemplo, são muito atenciosos e tiram um tempo para ensinar aos seus filhotes todas as habilidades necessárias para sobreviver ao clima frio. Enquanto os pequenos ainda estão na barriga da mãe, os ursos polares constroem um espaço especial escavando profundamente em montes de neve. Esse local serve como casa para os futuros bebês, que passam os primeiros meses de suas vidas mamando e se aquecendo junto à mãe. As fêmeas geralmente dão à luz em um período entre novembro e janeiro, e só deixam os filhotes saírem quando a primavera chega. A pelagem dos recém-nascidos é muito fina, então eles ainda não estão preparados para enfrentar o frio extremo.

Assim que os ursinhos saem do covil, a mamãe-urso começa a ensiná-los a sobreviver no mundo lá fora. Os bebês imitam cada movimento que ela faz, aprendendo a nadar, a caçar, a construir abrigos e a migrar. A mãe enfrenta predadores e ursos polares maiores, e esconde seus filhotes quando há alguma ameaça. Depois de passarem entre dois e três anos juntos, eles aprendem tudo o que precisam saber e vão embora. Mas ainda conseguem reconhecer a mamãe ao longo de suas vidas, que dura até 30 anos.

Outro exemplo de mães cuidadosas pode ser encontrado entre nossos parentes próximos — os primatas. Gorilas, chimpanzés e bonobos abraçam e beijam seus filhotes da mesma forma que os humanos. Enquanto amamentam seus pequenos, as fêmeas liberam hormônios especiais associados ao carinho e aos sentimentos da maternidade. No quesito amamentação, os orangotangos são os campeões: eles fazem isso até os oito anos de idade! No meio selvagem, as mamães-orangotango amamentam suas crias por até sete anos, o que é muito mais tempo do que qualquer outro primata. Durante esse período, elas ensinam os filhotes a procurar comida e a construir sozinhos lugares para dormir.

O vínculo entre as fêmeas de orangotangos e suas mães é mais forte do que o dos machos. As filhas podem continuar a viver com suas mães até que atinjam a idade de procriar, que pode ser de 15 a 16 anos. (Pois é, elas se recusam a sair de casa.) Assim como os humanos, os gorilas podem ter “problemas com a mãe” que impactam sua vida social. O apoio maternal ajuda os jovens a ganhar confiança e a ter sucesso em suas vidas conjugais na fase adulta. Por outro lado, os gorilas que não recebem atenção suficiente na infância tendem a ter menos filhotes quando atingem a maturidade.

Enquanto isso, os machos dos elefantes-africanos não disputam a dominância, pois todos os assuntos importantes são resolvidos pelas fêmeas. E cada filhote da manada é cuidado igualmente por todos. A mãe de um elefante jovem recebe ajuda das irmãs e de tias mais velhas enquanto está dando à luz e criando o bebê. É por isso que as mamães-elefante são consideradas as mais protetoras do planeta.

As manadas de elefantes fêmeas e filhotes tendem a viajar juntas em um círculo especial. Elas colocam os membros mais jovens do grupo dentro do círculo, para protegê-los dos predadores. Outra coisa — os elefantes ajustam o ritmo da caminhada para que os filhotes não fiquem cansados nem para trás. As fêmeas do grupo se comunicam com os bebês usando gestos carinhosos e os ensinam a procurar comida. Por falar nisso, vale lembrar que as filhas são muito apegadas às mães, com quem costumam ficar juntas até a morte delas. A vida útil de um elefante é de cerca de 65 anos, ou até mais. A fêmea carrega seus filhotes na barriga por dois anos, então não é de estranhar que eles sejam tão apegados uns aos outros!

As fêmeas das girafas também têm um longo período de gravidez: 15 meses. Mas isso faz sentido, pois o filhote já fica em pé pouco depois de nascer. A mãe amamenta os bebês por cerca de 9 meses a um ano. Quando ela precisa buscar comida, os esconde ou pede a outras girafas para cuidarem deles. Assim como os humanos, as mamães-girafa precisam passar muito tempo acordadas: não podem se dar ao luxo de dormir mais do que meia hora a duas horas por dia. E como se não bastasse, isso é dividido em períodos muito curtos: 5 a 10 minutos por vez! O tempo restante é dedicado a cuidar e proteger os filhotes.

As mamães do pinguim imperador não têm medo das dificuldades. Após botar o ovo, a fêmea o deixa com o macho para protegê-lo de qualquer perigo. Aí, ela parte em uma jornada de até 80 km até a costa para pegar alguns peixes. Quando a pescaria acaba, ela volta para casa para alimentar os recém-nascidos. (Hmm, será que tem frutos-do-mar?) Usando o calor do próprio corpo, a fêmea mantém a geração mais nova segura e quentinha.

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