Eu sempre achei q isso acontecia, mas achei q fosse coisa da minha cabeça
Segundo estudo, a percepção atual que você possui de sua mãe pode alterar as lembranças de sua infância com ela
Você já deve ter reparado que a forma como interpretamos um caso ocorrido quando éramos crianças (uma nota baixa ou um brinquedo que ganhamos ou não ganhamos) vai mudando conforme crescemos. Afinal, com o passar dos anos, as lembranças da infância podem desaparecer ou se modificar e nos sugerir cenas diferentes das que realmente aconteceram. Mas será que os momentos e os sentimentos que estão gravados em nós podem se modificar com as novas experiências?
Pesquisadores da Universidade do Sul de Mississipi (EUA) decidiram avaliar a possibilidade de que a lembrança de uma pessoa em relação à sua infância e ao amor que sente pela mãe possam se modificar com o passar dos anos.
O Incrível.club decidiu avaliar melhor os detalhes encontrados nessa pesquisa que afirma que, ao modificar a percepção atual sobre as nossas mães, existe a possibilidade de que as lembranças que temos com ela na infância também mudem.
O objetivo do estudo
O estudo, publicado pela revista Psychological Science, foi realizado por Lawrence Patihis, Cristóbal S. Cruz e Mario E. Herrera. O objetivo era examinar a maleabilidade da memória no que diz respeito aos sentimentos em relação aos pais, entendendo a importância que as lembranças amorosas de uma pessoa na infância passam a ter na vida adulta. Essas memórias podem ser positivas ou negativas, e, como a pesquisa deixou claro, influenciam em grande medida as emoções atuais.
A metodologia da pesquisa
Os pesquisadores se basearam na teoria de que a memória pode se reconstruir a partir de uma mistura entre as lembranças e os acontecimentos atuais. Eles se propuseram a pesquisar se seria possível mudar a percepção atual dos pais e se isso provocaria uma mudança na memória em relação a eles na infância — mais especificamente em relação ao amor. Em outras palavras, seria possível “reprogramar nossas memórias”? Para encontrar respostas, foram realizados dois testes.
Em que consistem esses dois experimentos
O primeiro experimento contou com a participação de 301 pessoas e foi realizado remotamente; o segundo teve a participação de 302 pessoas. Os pesquisadores observaram a maneira como os participantes avaliaram as suas mães, considerando o efeito do amor que sentiram por elas na infância. Também foi solicitado que descrevessem algumas de suas características positivas.
Resultados obtidos
A partir dos dados dos testes, os pesquisadores concluíram que a memória das emoções pode ser modificada e reconstruída por meio de acontecimentos atuais. Isso acontece porque, com o passar do tempo, a lembrança que temos de uma pessoa pode mudar em razão da interferência de acontecimentos recentes. Nesse sentido, o estudo demonstrou que tanto os sentimentos atuais quanto os relacionados à infância (e essa é a grande novidade) são maleáveis.
Além disso, as mudanças na maneira como avaliamos os sentimentos podem modificar a memória das emoções. Quanto mais as lembranças se desfazem, mais vulneráveis se tornam. Isso faz com que os sentimentos de amor em relação às mães do passado aumentem em função da maneira como olhamos para elas no presente.
O que vem por aí
Embora seja um pouco perturbador saber que as lembranças do amor sejam reprogramáveis (e nos referimos a “perturbador” porque elas podem ser interpretadas também de uma maneira negativa), esse descobrimento é muito significativo. Os resultados obtidos com a pesquisa podem ser colocados, também, em relação a outros sentimentos.
Contudo, nos próximos estudos será importante avaliar se os mesmos efeitos são detectados e se o impacto das lembranças também pode influenciar no comportamento futuro.
O que você achou desse estudo? Acredita que uma convivência feliz no presente é capaz de alterar memorias negativas do passado? Compartilhe a sua opinião nos comentários.
Comentários
Siiim!! Quando eu era criana eu achava q ela era ruim, agora q eu sou mae tb entendo perfeitamente
q legal, dessa eu n sabia