Fatos curiosos sobre o Antigo Egito que podem impressionar até mesmo um professor de história
O que sabemos de fato sobre os antigos egípcios? Que eles inventaram o papel, mumificavam os faraós e construíram pirâmides, cujos segredos nem os maiores cientistas do mundo ainda conseguiram desvendar. Tudo isso, é claro, é incrivelmente interessante. No entanto, alguns outros fatos curiosos permanecem desconhecidos pelo grande público; a vida no Antigo Egito era muito mais brilhante e rica do que podemos imaginar.
Pensando nisso, o Incrível.club decidiu reunir algumas informações interessantes sobre essa sociedade, que não são encontradas nos melhores livros de história sobre a Antiguidade e muito menos nos filmes de Hollywood. Confira!
- As mulheres no Egito Antigo tinham direitos iguais aos dos homens. Elas podiam possuir e dispor de propriedades — a propriedade de terra era transferida exclusivamente por meio da linhagem materna. As mulheres egípcias se vestiam como queriam, escolhiam seus próprios maridos, e tinham o direito de pedir o divórcio e até mesmo de se casar novamente.
- Apesar do fato de muitas mulheres serem donas de casa, algumas delas (majoritariamente pertencentes às camadas mais baixas da sociedade) trabalhavam em pé de igualdade com os homens: trabalhavam em moinhos de farinha e fiações, faziam cerveja e substituíam o marido na loja enquanto ele estava no campo. E as mulheres nobres egípcias que tinham a oportunidade de obter uma educação, em casos excepcionais podiam ocupar altos cargos: como de escribas e médicas sacerdotisas de divindades femininas e governantes do Estado.
- As amas de leite possuíam um respeito especial e até eram equiparadas a divindades. Apesar da medicina bastante desenvolvida para os padrões da época, o parto não recebia a devida atenção e muitas mulheres morriam durante o processo. Devido ao clima quente, a amamentação era de particular importância — o leite evitava que o bebê ficasse desidratado. Portanto, as famílias ricas muitas vezes firmavam um acordo com uma ama de leite para que ela cuidasse da criança, caso uma mulher morresse durante o trabalho de parto.
- A dieta dos antigos egípcios consistia principalmente de frutas e vegetais. A carne era consumida apenas durante os feriados e comemorações, pois devido ao clima quente ela estragava rapidamente. Embora a cerveja estivesse disponível para todos, apenas os membros mais ricos da sociedade podiam comprar vinho. Outra iguaria adorada eram os cocos, que eram importados de outros países para o Egito.
- As pirâmides não foram construídas por escravos, mas por trabalhadores contratados. Isso foi confirmado pelas tumbas encontradas perto das pirâmides de Gizé. Um estudo dos esqueletos encontrados lá mostrou que os corpos ali enterrados estavam envolvidos em um trabalho físico pesado. Portanto, os arqueólogos concordaram que foram eles que construíram as pirâmides. E a localização da tumba sugere que os falecidos não poderiam de nenhuma forma ter sido escravos, já que apenas pessoas respeitadas poderiam ter a honra de serem enterradas ao lado das tumbas sagradas dos faraós.
- Outro fato que sustenta a teoria de que os construtores não poderiam ter sido escravos é que a maior parte da população do Antigo Egito se dedicava à agricultura. E como o solo do Vale do Nilo era adequado para a agricultura apenas alguns meses por ano, na maior parte do tempo os agricultores ficavam livres de seu trabalho principal e então trabalhavam para o faraó: construindo pirâmides e templos, pelos quais recebiam uma recompensa em forma de cerveja — de 4 a 5 litros por dia.
- Os egípcios não comemoravam aniversários como estamos acostumados a fazer hoje em dia. Essa data era celebrada apenas pelos faraós no dia de sua coroação, e depois disso eles eram considerados seres divinos.
- O nome de uma pessoa era mantido em segredo ao longo de sua vida. De acordo com a crença, se alguém soubesse o nome verdadeiro de outra pessoa, magicamente ganharia poderes sobre ela. Por isso, os egípcios usavam apelidos — chamados de “bons nomes”. Aliás, pelo mesmo motivo, muitos faraós quando subiam ao trono usavam os nomes de seus grandes antecessores, por considerarem como uma forma de garantir sua própria segurança e um guia para a eternidade.
- Os egípcios tinham muito medo de morrer fora de sua terra natal, pois acreditavam que apenas sendo enterrados no vale sagrado do Nilo, eles poderiam renascer, e suas almas passariam com segurança para a vida após a morte. É por isso que os habitantes do Egito, ao contrário de outros povos antigos, não viajavam muito e não sabiam muito sobre outros territórios, como, por exemplo, os gregos.
- Em algumas múmias foram encontradas estruturas de ouro com dentes de outra pessoa, o que levantou a hipótese de que os egípcios já sabiam como fazer próteses dentárias. No entanto, ainda não se sabe se essas estruturas foram instaladas durante a vida do falecido ou após a morte, durante o processo de embalsamamento.
- Os egípcios também davam uma atenção especial à higiene pessoal. As pessoas de qualquer classe social lavavam-se sem falta todos os dias. Os membros mais pobres da sociedade banhavam-se no próprio rio Nilo, e as casas dos egípcios mais ricos eram equipadas com banheiros privativos com ralo — os servos traziam água do Nilo todos os dias. Em vez de sabão, eles usavam uma substância chamada natrão, uma mistura de quatro sais, que também era usada no processo de mumificação.
- Os egípcios foram os primeiros a usar penicilina e podem nem mesmo ter consciência disso. Eles aplicavam pão mofado nas feridas infeccionadas. Em geral, como já falamos acima, eles eram muito cuidadosos com a higiene. Graças a isso, a mortalidade pós-operatória no Antigo Egito era menor do que em qualquer hospital europeu até meados do século passado.
- Para se defender contra os piolhos, homens e mulheres raspavam a cabeça e usavam perucas para se proteger do sol escaldante. Os membros da classe mais alta podiam comprar adereços caros feitos de cabelo humano ou crina de cavalo, adornados com fios de ouro ou prata; enquanto os menos abastados se contentavam com perucas feitas em casa com folhas de papiro.
- Nem todo mundo tinha dinheiro para comprar sapatos, e muitos egípcios, inclusive os nobres, costumavam andar descalços, especialmente em casa. E para proteger os pés do sol e dos insetos, eles aplicavam pomadas especiais. As pessoas mais abastadas tinham até mesmo um especialista em manicure pessoal. As unhas eram feitas com uma faca e uma serra, e essa função era tão honrosa que, após a morte, era escrito no túmulo indicando que a pessoa era uma manicure.
- O incesto era uma prática comum no Antigo Egito. No início, era praticado exclusivamente pelas dinastias dominantes para preservar a pureza da linhagem e para estreitar o círculo de pessoas que potencialmente reivindicariam o trono. Por isso, os faraós frequentemente se casavam com suas irmãs. Também são conhecidos casos em que o monarca se casou com uma garota que era sua sobrinha tanto na linhagem materna quanto na paterna, ou seja, a filha do seu irmão com a irmã. Com o tempo, relacionamentos incestuosos se tornaram uma prática comum no resto da população.
- Uma pesquisa revelou que os pais de Tutancâmon eram irmãos, e o próprio faraó se casou com sua meia-irmã Anquesenamom. O casal teve duas filhas — e nenhuma sobreviveu a infância. Cleópatra também foi casada com seu irmão Ptolomeu XIII por 3 anos.
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