Evoluímos com mais inteligência, mas perdemos superpoderes ao longo do caminho

Gente
há 7 meses

Você corre de noite pela floresta por mais de uma hora, sendo mais rápido do que um guepardo. Não sente cansaço nem frio. Então ouve um rato farfalhar nas raízes de uma árvore e capta todos os cheiros da floresta. Com sua visão noturna, avista um pássaro no céu noturno. Você pode passar meses sem comida ou água. As guelras lhe permitem nadar debaixo d’água livremente. É assim que a evolução fez os humanos em um mundo paralelo. Aqui, eles são organismos ideais preparados para qualquer coisa que possam encontrar na natureza.

Em nosso mundo, as coisas são mais complicadas. Evoluímos, mas nem sempre somos mais fortes. Os humanos só sobreviveram porque se adaptaram e mudaram o mundo ao seu redor. Um ser humano tem apenas 32 dentes. Quando eles caem, não crescem mais. Mas a evolução não para. Nossa comida se tornou mais macia e nutritiva. Não é preciso mastigar tanto quanto antes. A nova dieta reduziu a mandíbula e ampliou o cérebro. Como resultado, não há espaço para os quatro dentes que ficam mais próximos da articulação. Nós os chamamos de dentes do siso. No futuro, teremos apenas 28 no total e, mesmo atualmente, 35% das pessoas já não possuem dentes do siso.

O Homo sapiens é o único mamífero que tem queixo. É essa saliência ao longo da borda inferior da mandíbula. Até mesmo nossos parentes — gorilas e chimpanzés — possuem suas mandíbulas voltadas para dentro. Os antropólogos acham que o queixo é resultado da redução do rosto humano. Talvez no passado ele apoiasse nossa mandíbula poderosa e aumentasse nossa força. Ao longo de milhões de anos, o rosto encolheu, mas o queixo permaneceu.

Coloque sua mão em uma superfície plana. Conecte o dedo anelar e o polegar. Dobre seu pulso e será possível ver o palmar longo, se você tiver um — 15% das pessoas já não têm esse músculo. Ele não afeta a força de preensão e perdeu seu significado hoje. Milhões de anos atrás, permitia que nossos ancestrais escalassem árvores com habilidade. A evolução nos privou dessa habilidade, mas a lembrança dela permaneceu conosco.

Cães, cavalos, macacos e muitos outros animais podem mover suas orelhas. Isso permite que eles ouçam melhor e facilita a comunicação de cada espécie. Os humanos possuem um pescoço longo e flexível, e a evolução nos deixou sem essa habilidade. Ainda assim, 20% das pessoas conseguem fazer isso. Este é outro lembrete de uma época em que não éramos muito diferentes dos outros animais.

10% das pessoas têm um tubérculo de Darwin no ouvido. No passado, nossas orelhas eram pontudas, parecidas com as dos macacos modernos, e essa pequena protuberância é a prova.

Quando um pinguim-imperador choca seus ovos, não come por 115 dias.

Os escorpiões podem ficar com fome durante um ano inteiro.

A evolução não deu aos humanos uma corcunda de gordura semelhante a de um camelo ou a capacidade de hibernar como a de um urso. Todas as manhãs, nossos ancestrais acordavam e lutavam por sua sobrevivência. Precisávamos de muita energia para isso, por isso temos que comer todos os dias. Mas não é algo muito conveniente. Especialmente quando a comida não é vendida em um supermercado, mas foge de você pela floresta ou pelo campo.

No cérebro humano, 100 bilhões de neurônios trabalham o tempo todo. Graças a isso, temos uma boa memória e podemos falar. Isso é essencial para a sobrevivência. Um grande cérebro traz consigo um problema. Para os neurônios funcionarem, ele precisa de muito combustível. Embora represente apenas 2,5% do peso corporal, consome 20% de sua energia. Em duas horas jogando xadrez, um grande mestre queima 560 calorias. Um jogador de tênis profissional gastará a mesma quantidade de energia em uma única hora.

Cérebros grandes nos tornam fracos. Mesmo um pequeno chimpanzé é muito mais forte do que um humano. Por que você precisa de músculos se não balança mais em galhos? Mas necessita de um grande cérebro para negociar e cooperar com outras pessoas. Ficamos mais fracos e gostamos cada vez mais de deitar no sofá. Esta é uma posição confortável para pensar. À noite, nossos ancestrais eram especialmente vulneráveis. Quando você dorme em um novo lugar, o lado esquerdo do cérebro fica mais desperto do que o direito.

Essa reação cerebral é chamada de “efeito da primeira noite”. É uma antiga reação do corpo aos perigos que aguardavam um ser humano no escuro. Entre 60 e 40 milhões de anos atrás, a evolução nos deu mais outro medo. O de ser picados por uma cobra ou aranha. Aparentemente, esses animais eram o principal perigo para os primeiros primatas.

Os antropólogos dizem que nos tornamos corredores há 2 milhões de anos. Os ombros largos tornam conveniente balançar os braços para manter o equilíbrio. Um ligamento especial se estende da coluna até a nuca. Ele estabiliza a cabeça durante a corrida.

Nenhum primata tem músculos glúteos fortes. Eles só atingem a potência total enquanto estamos correndo. A falta de pelos e três milhões de glândulas sudoríparas evitam que nosso corpo superaqueça. Nós somos corredores perfeitos. Mas a evolução nos tornou lentos. Nunca iremos ultrapassar um chimpanzé em uma curta distância. E isso sem falar dos guepardos. Eles aceleram a incríveis 110 km/h. Mas quase todos os animais terrestres são velocistas e não correm por mais de 10 a15 minutos. Os humanos são adaptados para longas distâncias.

Andar sobre duas pernas ajudou nossos ancestrais a resolver muitos problemas. Isso liberou as mãos para carregar comida ou ferramentas. Duas pernas e costas eretas tornaram nossos ancestrais maiores e ainda mais assustadores para os outros animais. Ao ficar sobre duas pernas, era possível avistar facilmente um tigre dente-de-sabre, que poderia estar a espreita na grama alta das planícies ou da savana africana.

Seu peso corporal é distribuído por apenas dois membros e isso tem consequências. Você pode caminhar calmamente pela rua, tropeçar e se machucar. Considere este o nosso preço por andar ereto. Então, por que precisamos dos dedos dos pés? Certamente não para batê-los na mobília! Quando nossos ancestrais viviam nas árvores, os dedos dos pés os ajudavam a se agarrar aos galhos. Imagine que você pode trabalhar no computador, fazer desenhos ou cozinhar ovos mexidos — tudo com os pés. Legal, mas a boa e velha evolução nos privou dessa habilidade.

Hoje, não vivemos empoleirados nas árvores, mas nossos pés permanecem flexíveis. Pense mais sobre isso, cascos seriam mais adequados para nós. Eles são duráveis ​​e não precisam de sapatos. Mas até evoluirmos novamente, nossos pés permanecem frágeis. Qualquer um deles tem 26 ossos. Isso não torna nossa caminhada ou corrida mais segura.

Você vai ao cinema, pega seu balde de pipoca e começa a comer na expectativa de algumas horas. Mas então começa a sufocar. Aqueles poucos minutos de tosse e lágrimas involuntárias parecem durar para sempre.

Somos o único mamífero que pode engasgar com a comida. Não conseguimos comer e respirar ao mesmo tempo. A razão para isso é a estrutura de nosso aparelho vocal. A laringe fica logo abaixo, graças à qual podemos falar. Mas não enquanto comemos!

Arrepios, horripilação, pele arrepiada — esses são os nomes do reflexo que faz a pele encrespar e os pelos ficarem eriçados. Isso acontece quando estamos com frio ou medo.

Saudações da Idade da Pedra! Nossos ancestrais eram cobertos de pelos grossos. Quando ficavam com medo, os folículos capilares eriçavam. Isso os tornava maiores e ameaçadores para os outros animais.

Essa reação natural aquecia o corpo à medida que o ar ficava mais frio. O corpo das pessoas modernas não tem mais pelos longos e grossos. Mas se o filme for realmente assustador ou você esquecer sua jaqueta à noite, ainda assim terá arrepios.

Ursos, ouriços, morcegos, algumas tartarugas, peixes e insetos. Todas essas criaturas têm uma coisa em comum: hibernam.

Os cientistas afirmam que nossos ancestrais também estavam nesta lista. Em uma caverna no norte da Espanha, pesquisadores encontraram ossos fossilizados de povos antigos. A análise mostrou que 500.000 anos atrás os humanos podiam passar vários meses hibernando, como os ursos. Graças a isso, sobreviveram à idade do gelo. Uau! Como sinto falta dessa habilidade!

Nossos olhos nos permitem ver poeira no ar e enormes montanhas no horizonte. Vemos o mundo em cores e reconhecemos os rostos uns dos outros. E quando escurece, nossa visão se adapta rapidamente às novas condições.

Mas não vemos bem no escuro. A evolução não nos deu a visão de um társio. Esse primata é do tamanho de uma bola de beisebol e pode enxergar perfeitamente no escuro. Os társios conseguem facilmente pegar um besouro voando pela floresta noturna. Ainda assim, eu não gostaria que meus olhos ocupassem a maior parte do meu rosto. E os besouros, na verdade, não estão entre meus lanches noturnos favoritos. E quanto a você?

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