Estudo brasileiro testou se realmente preferimos comer doces em momentos de tristeza
Uma pessoa acabou de terminar um relacionamento, e está se debulhando em lágrimas, ela vai até a geladeira e busca um pote inteiro de sorvete para comer sozinha na frente da televisão. Você já viu essa cena em algum lugar, não é mesmo?
Ela é um dos grandes clichês de séries, novelas ou filmes, em que a tristeza acaba por ser associada com o consumo incontrolável de algum doce na tentativa de preencher aquele vazio no coração. Mas será mesmo verdade?
O Incrível.club hoje vai acabar com essa dúvida. Trouxemos para você a dissertação de mestrado, defendida por Natália Simoni na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, chamada de “O efeito das emoções na percepção de sabores e escolha dos alimentos”. Dá só uma olhada.
Explicando o processo
A pesquisa foi realizada em 3 etapas com candidatos que se voluntariaram para tal.
Na primeira etapa foi pedido para que eles se lembrassem de algum momento de suas vidas em que sentiram muita alegria, raiva ou tristeza, e contassem o que escolheram comer naquelas ocasiões.
Na segunda etapa os voluntários tiveram as emoções estimuladas através de filmes e, ao final, escolheram o sabor que mais os agradavam depois de ter aquele sentimento provocado.
Na terceira etapa eles relataram o que sentiam no momento e também escolheram um sabor de maior agrado.
A primeira etapa
Essa etapa foi realizada através de um questionário online onde os voluntários davam notas de intensidade de 1 a 5 a determinados sentimentos que sentiam no momento, e informavam o que tiveram vontade de comer naquela ocasião.
Diante das 210 respostas obtidas, foi notado que ao lembrar de uma situação já vivida as pessoas teriam sim escolhido comer mais doces enquanto estavam tristes. Quando alegres a escolha foi equilibrada entre doces e salgados. Quanto ao estado de raiva, a maioria afirmou que sequer tiveram vontade de comer.
A pesquisadora Natália notou algo peculiar. Houve uma preferência por alimentos duros por quem estava zangado. Os voluntários que tiveram vontade de comer algo citaram alimentos como castanhas, nozes, torresmo, cenoura crua e até mesmo granola. Nenhum desses havia sido citado como desejo de consumo em nenhuma das outras emoções. “Muita gente que tem ansiedade trava o músculo do maxilar. Então, faz sentido a pessoa querer comer como forma de descarregar aquilo”, ela comentou.
A segunda etapa
Na primeira etapa as emoções mais lembradas pelos voluntários foram de tristeza e alegria, então, esses foram os escolhidos para serem estimulados na segunda etapa. Quanto aos sabores, seguindo o mesmo processo de filtragem, foram escolhidos “salgado” e “doce”.
O filme escolhido para simular alegria foi Harry e Sally: Feitos Um Para o Outro, de 1989, mais especificamente a cena onde Sally simula um orgasmo em uma cafeteria. Já a cena escolhida para estimular a tristeza foi dos minutos finais do filme O Campeão, de 1979. Os trechos cinematográficos foram selecionados com base em uma metodologia já existente e testada anteriormente para avaliar se seriam realmente aquelas emoções as estimuladas.
Após assistirem as cenas, os voluntários provavam 6 soluções, sendo de baixa, média e alta concentração de sal e baixa, média e alta concentração de açúcar, informando então qual delas eles preferiam. Alimentos não foram utilizados propositalmente, a fim de poder controlar o fator “gosto” dos voluntários. A pesquisadora diz que se usasse, por exemplo, uma torta de limão, não saberia definir como “doce” ou “azedo”, porque cada pessoa tem uma percepção individual de cada gosto.
Essa etapa não permitiu muitas conclusões, pois as preferências estavam divididas entre baixas concentrações de salgado e altas concentrações de doce.
A terceira etapa
Na última etapa também foram usadas as soluções doces e salgadas, como na segunda. Mas, diferentemente do começo da pesquisa, a preferência pelo doce foi maior quando os voluntários se sentiam alegres, que era a emoção que sentiam no momento, sem ser de uma recordação ou de um estímulo.
Como resultado foi definido que existem diferenças entre as emoções que sentimos, emoções que recordamos e emoções que nos são estimuladas. E essa diferença acaba por implicar na nossa escolha de alimento. Então, dependendo de uma emoção, podemos acabar optando por gostos básicos diferentes.
Bom, no fim somos diferentes, apesar de tão iguais, e gosto realmente não se discute. Mas conta para gente aí nos comentários, o que você prefere comer quando bate a tristeza? E quanto bate aquela alegria radiante?
Comentários
Doces são um conforto pra alma, só não pode exagerar
Eu amo comer doce quando to feliz pra comemorar ou quando to triste pra me reconfortar
Engraçado que eu prefiro salgado e muito carboidrato

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