Esta ilha está girando e ninguém sabe o seu mistério
Imagine que você é um diretor de cinema em busca de belas paisagens para filmar e, ao caminhar ao longo do pitoresco Rio Paraná, encontra em seu delta uma ilha perfeitamente redonda. Ela é um pouco maior do que um campo de futebol. Você retorna alguns dias depois e vê que o pedaço de terra mudou de posição — se moveu um pouco para o lado e girou em torno de seu eixo. Foi o que aconteceu com o diretor argentino Sergio Neuspiller, em 2016.
Ele descobriu uma ilha que se move constantemente em torno de seu eixo e a chamou de “O Olho”. Se você olhar para ela do ponto de vista de um pássaro, verá que é semelhante a um olho que se move lentamente. É como se a própria natureza estivesse olhando para você. O diretor se esqueceu da ideia inicial do filme e decidiu fazer um documentário sobre o local. Você pode encontrar “O Olho” na região nordeste da Argentina ou abrir o Google Maps e digitar “El Ojo” para vê-la.
Ninguém sabia sobre esse lugar até que o diretor o encontrou, mas talvez existam muitas ilhas móveis no planeta. Se você olhar as imagens de satélite dessa área, poderá ver outros pedaços de terra semelhantes dentro de lagos, mas eles não são tão redondos e não giram. Surpreendentemente, os cientistas ainda não descobriram o segredo desse local bizarro. A teoria mais popular diz que os poços submersos formam fortes fluxos de água e alteram a corrente, que empurra a ilha de um lado para o outro.
Quando “O Olho” colide com o solo, quica como uma bola, fazendo com que partes de suas margens lamacentas se quebrem. Nem todos buscam uma explicação científica para esse fenômeno natural, mas alguns moradores acreditam que o lugar faz parte de algum tipo de tecnologia criada por civilizações espaciais. Oooh!
Nossa próxima parada é a menor ilha do mundo. Ninguém pode sequer pisar nela por causa do seu tamanho. Então, aí está a de Vancouver, na província canadense de Columbia Britânica. O Lago Fairy está localizado ali. Olhe para a água! Você pode não notar a ilha a princípio, e ela tecnicamente não é uma. É apenas um pedaço de tronco saindo da água, e ele está coberto de musgo e grama. Mas o mais incrível é que um minúsculo “Abeto de Douglas” cresce nesse pedaço de madeira. A foto dessa árvore ganhou muitos prêmios e ficou famosa no mundo todo. Isso mostra como a natureza pode lutar desesperadamente pela sobrevivência. Todos os dias, muitos turistas navegam pelo local e se inspiram nele.
Agora vamos para um lugar que parece sinistro e sem vida. Ele parece perfeito para construir uma cabana e escrever romances de terror usando uma velha máquina de escrever. Trata-se da chamada Pirâmide de Ball, localizada nas águas da Austrália, no Mar da Tasmânia. Dá para ver de longe esta barbatana gigantesca saindo da água. É uma crista de pedra pontiaguda com uma altura de 540 metros, quase o dobro do tamanho da Torre Eiffel, no centro de uma ilha vulcânica desabitada. É perigoso chegar perto do local e pisar em terra por causa de sua superfície rochosa escorregadia. Os cientistas vão para lá com equipamentos especiais e provavelmente boas botas com tração.
O propósito de suas visitas é um mistério que reside no coração do cume. Quando a ilha foi descoberta pela primeira vez, em 1788, os navegadores que a encontraram a consideraram sem vida, e essa crença permaneceu por mais de 200 anos. Mas então, em 2001, decidiu-se examinar o local novamente. Um grupo de cientistas chegou lá e encontrou um dos insetos mais raros do mundo.
A mais de 30 metros de altura, cresceu um pequeno arbusto. Uma colônia de lagostas-das-árvores da família dos bichos-pau estava escondida ali. A aparência é bem assustadora, já que cada uma tem cerca de 15 centímetros, que é o tamanho médio de uma salsicha. Os corpos desses besouros de seis patas são cobertos por uma dura casca marrom. Os cientistas encontraram 27 insetos e sua população continua crescendo. Estas criaturas foram consideradas extintas no início do século vinte, e ainda não se sabe como chegaram a esse lugar remoto e inóspito e como conseguiram sobreviver lá.
O próximo local incomum é provavelmente o mais isolado e um dos mais misteriosos do mundo. Diga oi para a Ilha Bouvet, no sul do Oceano Atlântico, a 2.500 quilômetros da costa da África do Sul e a 1.700 quilômetros da Antártica. Só é possível chegar lá se algum grande navio estiver passando, pois um barco a motor comum não consegue chegar nesse local devido ao frio e aos icebergs. A ilha é completamente coberta por gelo e tem uma cratera vulcânica no meio. Você não encontrará nenhum morador, exceto pinguins e focas.
Um explorador francês descobriu o lugar em 1739, mas então suas coordenadas foram perdidas e o pedaço de terra foi achado novamente apenas no início do século 19. No entanto, as pessoas pisaram na costa da ilha pela primeira vez apenas em 1927. Então, mais perto da década de 1950, decidiram construir uma estação meteorológica nela. Os pesquisadores chegaram lá e viram algo estranho na superfície gelada, e não foram os pinguins e as focas.
Era um bote salva-vidas em uma pequena lagoa entre as focas. Ele estava em boas condições e, não muito longe, foram achados remos e um recipiente de cobre vazio. Talvez algum navio tenha afundado nas proximidades e os sobreviventes tenham chegado à ilha neste barco, mas os pesquisadores não encontraram vestígios de pessoas. Até agora, essa embarcação permanece sendo um grande mistério.
Que tal visitar uma ilha que não existe? Ela fica no Oceano Pacífico Sul, entre a Austrália e a Nova Caledônia. Chama-se Sandy e foi descoberta pela primeira vez em 1876. Os pesquisadores começaram a colocá-la nos mapas no início do século 20, mas quando as pessoas chegavam nas coordenadas especificadas, não encontravam nada.
Em 1970, o pedaço de terra foi removido de todos os mapas lançados na época. Então, em 2012, a Ilha Sandy apareceu novamente, dessa vez no Google Maps. Os pesquisadores chegaram lá e novamente não encontraram nada. Talvez tenha ficado submersa? Com a ajuda de aparelhos de ecolocalização, o fundo do mar foi explorado, mas não viram nenhum sinal dela.
Eles descobriram então que ela apareceu nos mapas por causa de um erro humano quando os mapas impressos estavam sendo digitalizados. A falha foi rapidamente corrigida, mas um rastro dela permaneceu. Se você inserir as coordenadas 19,22°S 159,93°E no Google Maps, verá uma misteriosa mancha preta no meio do oceano, e é exatamente desse local que narro essa história... Nah. Mas como as pessoas a descobriram em 1876?
Provavelmente tenha sido um vulcão subaquático que acordou e expeliu um pouco de magma. Na água fria, acabou solidificando e virou pedra-pomes. Então, as pessoas naquele navio devem ter notado enormes pedaços flutuantes de rocha vulcânica e as confundiram com um pedaço de terra.
Nossa próxima ilha poderia ser um novo continente, mas se transformou em nada. No início do século 20, o famoso explorador dos mares Robert Peary, o primeiro na história a chegar ao Polo Norte, fez uma expedição à Ellesmere, a ilha canadense que fica mais ao norte. Ele estava na praia, olhando pelo binóculo para o oceano. Ao longe, em meio à neve, notou os picos brancos de um pedaço de terra gigante ao longe no horizonte. O viajante não tinha comida e combustível suficientes para chegar lá e conferir. Então, escreveu as coordenadas em seu diário e voltou para o continente.
Ele e outros pesquisadores concluíram que haviam encontrado não apenas uma ilha, mas um novo continente. Alguns anos depois, Robert Peary organizou uma nova expedição ao local, mas dessa vez não conseguiu encontrar a misteriosa terra gelada. O navio ficou em águas frias por vários dias, flutuando de um lado para o outro. A tripulação estava ficando sem comida e combustível. Eles estavam prestes a voltar, mas então avistaram aqueles picos nevados novamente. A alegria da descoberta foi rapidamente substituída pela decepção. Os picos eram apenas neblina. Sob a influência do ar frio e dos raios do sol, a névoa parecia uma ilha se vista de um determinado ângulo. Quando o navio se aproximou, ela se dissolveu como uma miragem... Poxaaa.