Esta foto parece engraçada, mas existe uma coisa perigosa por trás dela

Curiosidades
há 1 ano

Bem, dê uma olhada nisto aqui. Recentemente, a NASA postou uma foto inusitada na internet... do Sol, que estava idêntico a uma abóbora de Halloween! A imagem viralizou rapidinho. Mas algumas pessoas se preocuparam — e se isso for algum alerta de perigo? Bem, vamos ver se é.

A foto em questão lembra muitas coisas. O infame Homem do Marshmallow, por exemplo, ou aquela esponja sorridente... mas por causa do sorriso assustador e dos tons alaranjados, a maioria das pessoas enxerga uma abóbora de Jack O’Lantern aqui. E veja que coincidência — ela foi postada no Halloween de 2022! Essa imagem foi capturada pela sonda Observatório de Dinâmica Solar, da NASA, criada em 2010 para estudar como as atividades do Sol funcionam e afetam o clima espacial. A sonda mede muitas coisas: a atmosfera solar, o campo magnético, a produção de energia... e daí por diante.

Aqui está o que a NASA tuitou: “Hoje, a sonda Observatório de Dinâmica Solar da NASA fotografou o Sol ’sorrindo.’ Vistos através de luz ultravioleta, estes pontos escuros nele são conhecidos como buracos coronais e são regiões onde rajadas de vento solar são liberadas no espaço.”
Mas o que isso tudo significa? Esses “buracos coronais” oferecem algum perigo pra gente? Bem, vamos ver.
Os buracos coronais são regiões mais frias da camada externa do Sol. A temperatura ali costumar ser de 5.540 graus Celsius e fica cerca de cem vezes menor nas áreas geladas. Sim, isso é considerado “muito frio”. Geralmente, esses buracos se formam nas regiões polares do Sol, mas podem surgir em outros lugares — como esses que estão na foto. Como será que eles aparecem?

Bem, isso pode acontecer quando o Sol está “descansando” um pouquinho. Veja só — os campos magnéticos ficam ao redor dele, como se fossem uma bolha. Quando a atividade da estrela é mínima, os campos magnéticos também enfraquecem. Eles meio que relaxam, como se fizessem uma pausa para o cafezinho... e, claro, as coisas se complicam depois disso. É aí que os buracos surgem nos campos magnéticos: eles se quebram e o Sol meio que... vaza através desses furos, literalmente. A densidade e a temperatura da estrela caem gradativamente nessas regiões... e é assim que os buracos coronais aparecem. O vazamento em si é chamado de “vento solar”. Esses ventos são basicamente um fluxo de prótons, elétrons e outras partículas que viajam pelo espaço em uma SUPER velocidade. Só para se ter uma ideia, a dos furacões mais destrutíveis da Terra é de aproximadamente 240 quilômetros por hora. E adivinhe qual é a de uma erupção solar normal?! Mais de 1.400 quilômetros por hora! Isso dá 386 quilômetros por segundo!

Mas os ventos solares não são acontecimentos tranquilos. Eles causam um grande impacto no clima do espaço e até em nossas vidas cotidianas. É por meio deles que tempestades pesadas surgem, destruindo tudo que está no caminho — satélites, meios de comunicação nos oceanos, redes elétricas... e daí por diante. Essas rajadas solares batem em espaçonaves, destruindo partes inteiras delas; painéis solares são demolidos; problemas surgem na eletrônica... elas até lançam uma radiação perigosa nos coitados dos nossos astronautas que estão em órbita!
Quando um vento desses se move rumo à Terra, leva junto o campo magnético do Sol. Voando em nossa direção a uma velocidade tremenda, o vento acaba batendo no campo magnético do nosso planeta. Esse impacto causa turbulência e faz com que partículas do vento solar penetrem em nossa atmosfera... e quando sinais de televisão e rádio as captam, tudo isso causa interrupções sérias aqui na Terra.

Pois é, por causa de todo esse horror, cientistas da NASA tiveram que inventar formas diferentes de proteger não só os equipamentos, mas também as pessoas. Só que essas rajadas monstruosas têm também suas vantagens. Por exemplo: elas são responsáveis por nossas lindas e majestosas auroras boreais.
Uma das tempestades solares mais significativas da história dos humanos foi o Evento de Carrington, também conhecido como “supertempestade solar”. Ele aconteceu em 1859. Inúmeros pontos e flashes da superfície do Sol foram observados durante vários dias: de 28 de agosto a 2 de setembro. A maior explosão de todas ocorreu em 1º de setembro e foi vista pelo astrônomo britânico Richard Carrington. Mais tarde, como você pode imaginar, o evento recebeu o sobrenome dele.

Foi um lançamento gigante de massa coronal que correu para a Terra e a alcançou em 18 horas. Geralmente, ventos solares percorrem essa distância em 3 ou 4 dias, então esse flash foi incrivelmente rápido! Tudo por que os ventos anteriores haviam limpado o caminho. Que sorte, hein? Aí, entre os dias 1 e 2 de setembro, a maior tempestade geomagnética da nossa história passou pelo mundo. Os mais modernos sistemas de telefonia falharam pela Europa afora e na América do Norte. Estações de telégrafo acabaram pegando fogo. Foi um desastre! É... mas pelo menos pessoas do mundo inteiro puderam admirar lindas auroras boreais, que foram vistas até do Caribe e em outras regiões tropicais! E veja que interessante: nas Montanhas Rochosas, no Canadá, essas luzes coloridas estavam tão brilhantes que acordaram mineradores que estavam acampados lá. Eles até começaram a preparar o café-da-manhã achando que o dia já havia amanhecido.

Cientistas dizem que eventos assim, em grande escala, acontecem na Terra uma vez a cada 500 anos. Talvez as tempestades solares eram ainda piores, mas, infelizmente, não conseguíamos registrá-las na época. Depois do Evento de Carrington, as mais fortes que tivemos ocorreram em 1921, na década de 1950 e em 1989. Elas não foram tão ruins, mas as pessoas perceberam falhas em massa na radiocomunicação. A tempestade solar mais recente e terrível foi a do Halloween. Que birra é essa que o Sol tem com o Halloween, hein? Ela aconteceu em 2003 e foi praticamente inesperada. Em 26 de outubro, com alertas mínimos, 3 grupos de manchas se formaram na superfície do Sol. A maior delas era 13 vezes maior que a Terra! Ao mesmo tempo, 17 explosões grandes ocorriam no Sol.

Essa tempestade danificou mais de metade das espaçonaves que estavam na órbita da Terra e deixou um satélite japonês em estado tão precário que nem tinha conserto! Ela atrapalhou transmissões de televisão e rádio. Várias missões nas profundezas do espaço foram forçadas a operar em modo de segurança ou a serem totalmente interrompidas. E os astronautas, que estavam na Estação Espacial Internacional no momento, tiveram que se esconder da avalanche de radiação.
Algo assim só aconteceu duas vezes na história. Mas isso ainda foi pouco para essa tempestade! Ela também forçou a interrupção da missão Mars Odyssey, da NASA, dedicada a estudar os níveis de radiação do planeta vermelho.

Então, embora esta foto pareça engraçada, há um fenômeno sério e perigoso por trás dela. Mas e agora? Devemos nos preparar para mais um evento desastroso? Bem, de acordo com alguns cientistas... sim! Claro, a probabilidade de haver alguma tempestade solar terrível é muito baixa — só dois pontos percentuais por ano. Mas apesar de termos nos dado bem até agora e nos desviado delas... nossa sorte não é eterna, né? É preciso considerar também que as consequências de mais uma tempestade solar podem ser catastróficas para nós. No século XXI, somos muito dependentes da tecnologia... alguns séculos atrás até poderíamos ignorar certas falhas em sistemas, mas hoje isso não seria mais tão fácil.

Agora, falando sério... não se preocupe com nada disso. Sabe por quê? Porque agora você vai ficar sabendo da grande virada desta história. Na verdade, essa imagem não é nova. A NASA vem tirando esse tipo de foto desde 8 de outubro de 2014 e fez uma pegadinha com a gente publicando essa pouco antes do Halloween. Quanto ao sorriso horripilante do Sol... não há o que temer. Esta foto foi tirada no espectro ultravioleta, que não é visível ao olho humano. Basicamente, podemos dizer que foi criada artificialmente — é apenas uma mistura de dois conjuntos de ondas ultravioletas extremas.
Então, sim, a imagem é real... mas as cores dela foram escolhidas pelo artista que a processou. O que sugere que ele pode ter criado esse efeito aterrorizante de propósito.

Até o fato de vermos um rosto aqui é apenas uma ilusão. Se ampliarmos a imagem, perceberemos que há apenas um monte de redemoinhos e ondas aleatórias. É como ver diferentes figuras e objetos durante a observação das nuvens. Não precisa entrar em pânico. Não há ameaça alguma. Pode relaxar e pensar que o Sol apenas resolveu sorrir pra gente, enviando “seus cumprimentos” à Terra — o que é muito fofinho da parte dele.

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