Entre tetos baixos e olhares curiosos, a mulher mais alta do mundo compartilha os desafios de sua rotina diária

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2 horas atrás

Rumeysa Gelgi é reconhecida internacionalmente como a mulher viva mais alta do planeta, distinção que a torna uma figura proeminente na rica tapeçaria da diversidade humana. Natural da Turquia, Gelgi é alguém diferente que não apenas estabeleceu recordes, como serve de inspiração para quem a rodeia. No entanto, apesar de suas grandes conquistas, Gelgi compartilhou recentemente os desafios inerentes à sua vida diária, revelando que nem sempre é uma história de sucesso absoluto e felicidade desenfreada.

A dificuldade de ser criança no corpo de um adulto

A educação de Gelgi se desviou da convencional devido à sua condição física, levando-a a estudar em casa durante a infância. Com apenas seis anos, já tinha uma altura notável de 1,70 m, confrontando as normas sociais que tradicionalmente ditavam que os homens deveriam ser mais altos que as mulheres. Essa expectativa impunha um fardo adicional às mulheres altas, uma realidade que incomodava profundamente Gelgi.

Atribuída a uma condição genética rara conhecida como síndrome de Weaver, que afeta apenas 50 indivíduos em todo o planeta, Gelgi detém o título de mulher mais alta do mundo. Refletindo sobre sua experiência, expressa sentir-se como uma criança presa no corpo de um adulto, encapsulando os desafios impostos por sua extraordinária estatura e as expectativas sociais que a cercam.

Com apenas um ano, Gelgi foi submetida a uma cirurgia de coração aberto para tratar problemas cardíacos congênitos. Dois anos depois, aos três, se viu novamente na sala cirúrgica, desta vez para um procedimento visando corrigir uma hérnia umbilical. Os obstáculos persistiram quando Gelgi chegou aos cinco anos, necessitando cinco meses de fisioterapia antes que pudesse dar seus primeiros passos, dependendo de um andador para se apoiar.

O histórico médico de Gelgi lembra uma montanha-russa. Em 2013, passou por duas cirurgias para tratar a escoliose. Após esses procedimentos, conseguiu conduzir sua vida sem enfrentar problemas de saúde significativos ou precisar de tratamentos extensos. Optando por uma abordagem proativa, Gelgi se concentra em manter sua força por meio de sessões regulares de fisioterapia. No entanto, apesar de sua resiliência, atualmente, depende de uma cadeira de rodas ou de um andador para se locomover. Em determinadas situações, também utiliza sapatos ortopédicos feitos sob medida para melhorar sua capacidade de locomoção.

Como encontra roupas que se ajustam ao seu corpo

“Não foi uma jornada fácil”, admite, refletindo sobre o caminho percorrido. Ser muito diferente das crianças da sua idade tornou as amizades um desafio, mas ela o superou. Os maiores pilares de apoio? Seus pais e alguns professores incríveis. Apesar de tudo, descobriu uma verdade simples: com alguns ajustes, podia fazer tudo o que qualquer outra pessoa fazia.

Devido à sua altura elevada, a vida para ela é um processo contínuo de adaptação. Todos os aspectos, desde as roupas até os preparativos diários, exigem um toque personalizado para acomodar sua estatura única. Indubitavelmente um desafio, descobriu, todavia, também há um lado positivo: uma oportunidade de infundir criatividade no seu guarda-roupa. As compras envolvem uma combinação de peças de tamanho grande que ela modifica e adapta para dar um toque exclusivo. Os vestidos se transformam em partes de cima e as calças e saias recebem um ajuste — uma abordagem moderna para transformar desafios em declarações personalizadas.

Gelgi conta com a ajuda de sua família para certas atividades cotidianas

Gelgi se dedica a atividades como nadar e compartilhar refeições com sua família, e o orgulho que seus familiares sentem dela vai além dos seus títulos mundiais e da conscientização que promove. Devido à sua dificuldade de andar de carro, opta por viajar de van. Além disso, sua altura exige móveis personalizados, pois as opções disponíveis no mercado não são adequadas.

Ao contemplar sua rotina, Gelgi enfatiza o papel crucial da assistência na realização de diversas tarefas físicas, devido à sua estatura singular. Como a única pessoa alta de sua família, Gelgi enfrenta desafios distintos, especialmente relacionados aos problemas de saúde associados à sua síndrome e altura. Ela reconhece abertamente: “Sou uma pessoa com deficiência física”, esclarecendo as dificuldades específicas que enfrenta regularmente.

Viver com uma altura excepcional apresentou uma série de desafios para Gelgi, abrangendo aspectos físicos e sociais. Especialmente quando reflete sobre seus primeiros anos, Gelgi frequentemente se depara com situações peculiares. Apesar desses obstáculos, encontra consolo e relaxamento nos prazeres simples. Seu passatempo favorito é relaxar com uma sessão na Netflix, criando uma receita para uma noite descontraída. Sua inclinação para compartilhar esses momentos, especialmente com sua mãe, ressalta a importância dos laços familiares na busca de conforto e apoio.

Ela não é casada, não tem filhos, mas é uma mulher realizada

Gelgi não está envolvida romanticamente com ninguém e não tem filhos, mas encontra o amor que deseja naqueles que a admiram e em sua família, que lhe incutiu uma mentalidade única desde muito jovem. Em vez de verem sua condição como um obstáculo a superar, seus pais encorajaram-na a aceitá-la como parte integrante de sua identidade. Essa perspectiva desempenhou um papel crucial na formação da autoimagem de Gelgi, permitindo-lhe se definir além dos seus desafios de saúde.

Além de sua vida pessoal, Rumeysa Gelgi é uma mulher realizada. Desempenha diversas funções como pesquisadora, defensora e desenvolvedora front-end júnior, atualmente empregada na edX. Tendo uma certificação como desenvolvedora front-end, defende ativamente os direitos dos portadores da síndrome de Weaver. Além de suas atividades profissionais, Gelgi atuou como voluntária na Strays Animal em Kirik Kuyruk de 2016 a 2020.

Ela abraça a vida com uma perspectiva positiva

Atualmente, Gelgi reside na Califórnia, mergulhada no mundo da tecnologia. Orgulhosa de ser a mãe da gata Peri, batizada em homenagem à palavra turca para “fada”, Gelgi enfrenta o desafio de deixar Peri com amigos na Turquia. No entanto, está ansiosa por trazer sua companheira felina para a Califórnia em um futuro próximo. Tendo realizado seu sonho de voar pela primeira vez, Gelgi aguarda ansiosamente as aventuras que estão por vir e está pensando em fazer uma viagem ao Reino Unido.

A mudança para a Califórnia buscando seguir uma carreira como desenvolvedora da Web foi um marco significativo na vida de Gelgi, refletindo sua crença na transformação de desafios em oportunidades. Ela incentiva as pessoas que enfrentam adversidades a reconhecer sua singularidade e força. Ao compartilhar sua jornada com a Síndrome de Weaver, Gelgi aspira aumentar a conscientização sobre a doença. Com mais de 39.000 seguidores no Instagram, tem uma grande comunidade de apoio torcendo por ela. Além das redes sociais, Gelgi se envolve ativamente em palestras públicas e apareceu em vários programas de televisão, contribuindo para um impacto e alcance mais amplos.

Pessoas que apresentam uma condição física rara enfrentam desafios únicos, tanto na saúde quanto no cotidiano. Apesar das dificuldades, muitas delas mostram grande resiliência, enfrentando preconceitos e superando barreiras, buscando qualidade de vida e inclusão social. Não perca a história do britânico que, apesar de ter uma condição rara, superou a rejeição dos pais e hoje ajuda pessoas que passam por situações parecidas.

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