Meu ex trocou nossa filha por outra família, e pagou um preço que não esperava

O Egito Antigo continua sendo uma das civilizações mais enigmáticas da história. Apesar das inúmeras evidências arqueológicas e relatos, ainda há muito que não compreendemos sobre esse fascinante império. Ao longo dos séculos, o legado dos antigos egípcios tem sido explorado por estudiosos e aventureiros, mas, assim como a enigmática Esfinge, ele permanece cercado de mistérios não resolvidos. Descobertas arqueológicas não acontecem com tanta frequência. Quando surgem, porém, geralmente causam espanto: esse é o caso da localização da tumba de Cleópatra.
Cleópatra foi uma rainha da dinastia ptolomaica e a última governante do Egito. Ela viveu apenas 39 anos, mas seu reinado marcou um dos períodos mais complexos e fascinantes da história do Antigo Egito. O fim de sua era coincidiu com os últimos dias do Egito como Estado independente. Afinal, pouco depois, o ex-imperador Augusto, fundador do Império Romano, transformou o país em uma província romana.
A vida de Cleópatra Thea Philopator permanece cercada de mistérios, e sua morte alimenta lendas até hoje. A versão mais conhecida diz que, após a perda de seu amante, e sem querer cair nas mãos de Augusto, ela teria provocado a própria morte usando uma cobra venenosa. Há também quem acredite que o veneno estivesse escondido em um grampo de cabelo. O local de seu sepultamento é outro enigma que intriga historiadores e arqueólogos há séculos.
Marco Antônio e Cleópatra, cena do filme Cleópatra, de 1963.
Em 2008, sugeriu-se que a rainha do Egito, junto de seu amante, o comandante romano Marco Antônio, repousava em uma das tumbas que integram as ramificações de um complexo sistema de túneis embaixo de um templo em Alexandria. Durante a escavação do local, um grupo de arqueólogos liderado pela Dra. Kathleen Martinez encontrou moedas com a imagem de Cleópatra. Além disso, estátuas da deusa Ísis também foram descobertas na área e, mais tarde, em 2021, uma múmia incomum com uma língua de ouro foi localizada.
Na área do templo de Taposiris Magna (nome dado à estrutura dedicada ao deus Osíris e à sua esposa Ísis), o mesmo grupo de pesquisadores encontrou tumbas com múmias em estilo greco-romano. Esses achados, somados aos artefatos encontrados, levaram os cientistas a sugerir que Cleópatra pode ter sido sepultada em algum ponto da região.
Em novembro de 2022, o mesmo grupo de pesquisadores liderado por Martinez descobriu um novo túnel com mais de 1.300 metros de comprimento e cerca de 2 metros de altura, localizado a 13 metros de profundidade. A estrutura se assemelha fortemente ao famoso Aqueduto de Eupalinos, na ilha de Samos, na Grécia, considerado uma das maiores maravilhas da engenharia do mundo antigo. Essa espécie de túnel grego, que funcionava como aqueduto, é quase 300 metros mais curto do que o encontrado em Alexandria.
A dificuldade, no entanto, é que parte da fortificação subterrânea descoberta está inundada. O propósito da estrutura ainda é desconhecido, apesar da semelhança com a construção em Samos. Ainda é cedo para afirmar se essa descoberta será o primeiro passo rumo ao maior achado arqueológico do século XXI, mas o entusiasmo dos cientistas alimenta a esperança de que o mistério da tumba ainda não encontrada será, enfim, resolvido.
A singularidade dessa possível descoberta reside também no fato de que, até hoje, nenhum local de sepultamento de faraós da dinastia ptolomaica foi encontrado. Além disso, a descoberta da tumba de Cleópatra não apenas permitiria restaurar sua autêntica aparência — e verificar se ela era realmente tão bela quanto retratada nos filmes modernos —, mas também possibilitaria compreender como os próprios egípcios avaliaram seu reinado. Isso porque, até o momento, só foram encontrados registros gregos e romanos sobre a personalidade da lendária rainha; e esses autores, em sua maioria, tinham uma visão negativa da última governante do Egito.
Taposiris Magna, lado sul.
A própria Dra. Martinez acredita que, mesmo que exista apenas 1% de chance de a tumba de Cleópatra estar no templo de Taposiris Magna, ainda assim vale a pena continuar a busca. Além disso, as escavações que ela vem conduzindo no local há quase duas décadas já proporcionaram aos cientistas uma série de artefatos interessantes, que ainda deverão ser estudados por muitos anos.
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