12 Desabafos familiares que foram mantidos em segredo por anos

Mães deveriam receber o título de super-heroínas. Afinal, se existe um ser humano capaz de realizar multitarefas, essas pessoas são as mamães. Stephanie Case é a prova viva disso. Seis meses após dar à luz, ela venceu uma ultramaratona de 100 km, enquanto amamentava a filha.
Case largou 30 minutos após a chamada “elite” da corrida e não tinha muitas expectativas de pódio. Segundo ela, isso lhe deu a liberdade de correr no seu próprio ritmo. A maratona ocorreu em Snowdonia, Reino Unido, e envolveu muitas horas de corrida. Stephanie cruzou a linha de chegada após quase 17 horas.
A atleta canadense e advogada dos direitos humanos estava afastada das corridas competitivas há três anos, fato que a fez cair no ranking e largar 30 minutos depois da elite. Isso porque Case estava focada na maternidade, passando por tratamentos que a impediam de participar de maratonas como essa.
Porém, nem o afastamento, nem a pequena Pepper esperando para ser amamentada em cada ponto de parada impediram a mãe de voltar com tudo para o mundo das corridas. A atleta comentou que não pretendia fazer nada surpreendente, apenas participar do esporte que ama enquanto cuidava das demandas do pós-parto, como alimentar o bebê.
Para que Pepper fosse amamentada nos horários certos, Stephanie contou com a ajuda do parceiro John, que levava a pequena até ela para as alimentações. Além disso, recebeu uma permissão especial dos organizadores do evento. Isso porque os corredores podiam receber assistência apenas em dois pontos da corrida, aos 20 e 80 quilômetros, o que não era suficiente para o bebê. Por isso, a atleta teve o direito de parar no ponto dos 50 km para poder amamentar.
“Recebi muito apoio para chegar lá. Nem todo mundo consegue fazer coisas assim, mas precisamos abrir espaço para que mais mães possam perseguir seus sonhos, se isso for algo que queiram fazer. Precisamos dar muito mais apoio às mães e reduzir o escrutínio e o julgamento sobre como as novas mães priorizam seu tempo. Fazer coisas que me deixam feliz e completa, eu sei, me tornará uma mãe melhor. E isso não significa que eu não esteja priorizando minha filha. Na verdade, acho que significa que estou”, afirma Stephanie.
Stephanie reforça que nada é impossível. Ela conta que já fez várias corridas de 100 quilômetros e que também já passou pela experiência de dar à luz. E, se tivesse que escolher qual foi o mais difícil, não teria dúvidas dar à luz foi o mais desafiador: “Qualquer mãe que esteja sentada em casa pensando que não tem como fazer isso, ela tem toda a força necessária para realizar algo como uma corrida de 100 quilômetros — porque dar à luz é uma loucura. Então, eu sei que quando estou na pista e estou com pena, se sinto que é uma coisa difícil, lembro de como foi ter Pepper, e isso me tira daquela depressão e me concentra em cruzar a linha de chegada.”
“Não é a foto mais favorável da Emma, certamente poderiam ter cortado a imagem um pouco melhor”, comentou Xavier Coppock em uma publicação que mostrava uma atleta terminando uma corrida menstruada. Foi nesse exato momento que começou uma longa discussão.
Emma Pallant-Browne é uma atleta britânica que compete em triatlo, duatlo e aquatlo. Entre suas últimas conquistas, ela ganhou uma medalha de prata no Campeonato Mundial de Triatlo de Longa Distância de 2022. Na prestigiada competição conhecida como Ironman 70.3, ela ganhou duas medalhas (prata em 2017 e bronze em 2022) e uma de ouro no Campeonato Europeu no mesmo ano.
Em seu último desafio multiesportivo, Emma terminou em quarto lugar. Foi no PTO Tour European Open em Ibiza, Espanha, realizado poucos dias após ela vencer o Campeonato Mundial de Duatlo.
Já Xavier Coppock é outro triatleta que decidiu comentar uma foto de Emma, publicada no perfil oficial da competição que aconteceu na Espanha. Entre as imagens, ela aparece correndo com uma mancha vermelha devido à menstruação.
Embora acreditemos que o comentário do atleta não tenha sido feito com a intenção de expor a colega, suas palavras causaram uma grande discussão nas redes. Por sua vez, Emma foi rápida em responder. Na mesma publicação, ela o marcou e dedicou algumas linhas a ele.
Cinco dias depois, a atleta decidiu postar a mesma foto em seu perfil. Na descrição, ela enviou uma mensagem importante. “Celebrando as mulheres incríveis no esporte e os homens igualmente incríveis que as defendem. Estou impressionada com o número de mensagens que recebi (darei outra chance aos coletores menstruais) sobre a realidade nada glamourosa de correr quando se está menstruada”, começou.
Na postagem, ela explicou muitos dos fatores que se combinaram para criar aquela foto. Sua roupa clara foi escolhida para não atrair os raios solares, e sua bicicleta levou a menstruação a manchar mais a parte da frente do uniforme. Ele jogou água ao passar pelos postos de hidratação, mas isso não tirou a mancha.
“Este é um esporte feminino, e quanto mais barreiras pudermos quebrar, melhor. Depois de uma longa corrida, você acaba com uma foto como essa, mas a ideia de editá-la significaria dizer que há algo errado ali. Estou compartilhando-a porque realmente não há nada de errado com ela, é natural”, disse a atleta.
“Se você tiver uma foto parecida, guarde-a, cuide dela, lembre-se de como foi seu desempenho em um dia difícil, pois em algum momento isso poderá ajudar outra pessoa”, concluiu Emma em sua poderosa mensagem.
A publicação original com os comentários de ambos foi excluída, mas ainda temos a de Emma, postada em seu perfil. Essa atleta deu muito o que falar, conseguindo transformar um pequeno comentário em uma mensagem poderosa em relação à menstruação.
Amamentar é um passo importante na criação de um filho, por isso muitas mulheres não abrem mão desse momento ao lado dos pequenos. Assim como Stephanie Case fez questão de fazer pequenas pausas durante sua maratona, a modelo de renome internacional Maggie Maurer optou por amamentar a filha durante um desfile.