E se você pudesse assistir ao fim do mundo
Ok, pessoal, segurem-se. Fim do mundo. Primeira tomada. A qualquer momento, Sidnei...
No início, parece uma espécie de bola de fogo. Ela fica maior a cada minuto que passa. Logo, parece ser maior que o sol.
As pessoas estão paradas no lugar com os olhos grudados no céu. Ainda não perceberam que precisam correr para salvar suas vidas. Não que isso vá ajudar.
O asteroide se choca contra o planeta com uma força enorme. Ele não para de se mover até que atravessa a crosta a uma profundidade de vários quilômetros. Milhares de quilômetros cúbicos de rocha sólida transformam-se instantaneamente em vapor.
Tudo e todos perto o suficiente para ver o acidente, não sobrevivem por mais do que alguns segundos.
O solo ao redor da cratera de impacto está coberto por milhares de metros de cinzas quentes, cascalho e entulho.
Poucos segundos após a colisão, grama, árvores e arbustos a muitos quilômetros de distância explodem em chamas.
Mas isso não é tudo. A queda desencadeia uma série de desastres naturais, como tsunamis. O que não queimou nos primeiros minutos é inundado.
Em alguns lugares, as ondas de tsunami são maiores que trezentos metros.
Terremotos começam a sacudir o planeta. Menos de uma hora depois da colisão do asteroide, uma rajada de vento atinge o mundo. Sua velocidade é superior a mil quilômetros por hora.
O furacão esmaga tudo o que ainda está de pé e espalha os destroços por quilômetros e quilômetros.
Um pouco mais longe da zona de impacto, o céu está começando a escurecer. É por isso que belas estrelas cadentes parecem ainda mais brilhantes. Mas, na verdade, não são estrelas. São destroços chovendo de volta ao planeta. Eles voltam a entrar na atmosfera terrestre brilhando em um tom vermelho ameaçador devido à radiação infravermelha.
Estas são apenas as primeiras horas após a queda — mas o céu está quase completamente preto. Quando começa a ficar mais claro, não há vida no planeta.
A cinza ainda está no ar. Quando chove, a água fica altamente ácida. Os incêndios continuam crescendo. Eles produzem toneladas de toxinas que destroem a camada de ozônio.
A Terra perde seu último escudo contra a radiação do sol.
Ok, eu não gosto disso nem um pouco. Muita desgraça e tristeza. Uh, o que mais nós temos?
Bem... ou o fim do mundo poderia ser bem diferente. Um dia, um planeta interestelar pode empurrar a Terra para fora da zona habitável e colocá-la em uma órbita extrema, mais distante do sol.
O clima em todo o planeta começa a ficar cada vez mais frio. Torna-se impossível viver perto dos polos. Toda a vida se concentra perto do equador.
Muito em breve, metade do planeta se transforma em um deserto gelado. Faltam alimentos e outros recursos.
Está ficando cada vez mais escuro. Não há luz suficiente para as plantas obterem energia. Elas murcham e os animais que costumavam se alimentar delas não conseguem encontrar comida e são extintos.
Quanto mais distante nosso planeta está do Sol, mais fraca é a atração gravitacional da estrela no nosso planeta. No final, nossa bela Terra fica longe demais da sua principal fonte de luz e calor. Ela se transforma em um pedaço de rocha sem vida coberta por uma espessa camada de gelo.
Nah, eu também não gosto desse final. Me deixa com frio. Alguma outra teoria?
Ou o Sol pode se expandir e se transformar em uma gigante vermelha. Se isso acontecer, mudará toda a zona habitável do Sistema Solar. Começa quando nossa estrela fica sem hidrogênio em seu núcleo. Isso desencadeia várias reações.
No final, o núcleo se aquece e fica mais denso, o que torna o Sol bem maior. Durante essa transformação, o Sol engole Vênus, Mercúrio e a Terra.
A estrela em expansão engole nosso planeta antes mesmo de atingir o final de sua fase de gigante vermelha. Ainda tem cerca de meio milhão de anos para crescer.
Assim que a Terra está dentro da atmosfera do Sol, sua órbita muda. O planeta espirala para dentro — dentro do calor intenso da estrela.
Mas ninguém e nada está por perto para testemunhar isso. Muito antes disso, o Sol evapora todos os oceanos do nosso planeta. No final, a Terra derrete.
Derrete, hein? Quente demais. Tente novamente.
Tá legal. Ou pode ser algo muito diferente. Pessoas em todo o mundo acordam no meio da noite. Está tão claro quanto de manhã, mas não é a luz do sol.
Os céus estão iluminados com incontáveis auroras — vermelhas, verdes, roxas. Elas aparecem até mesmo em regiões onde ninguém as viu antes, como Bahamas, Jamaica ou Havaí.
O Sol é uma bola gigantesca de gases em constante mutação. De vez em quando, ele expele rajadas de energia. Essas são erupções solares. Frequentemente, são acompanhados por ejeções de massa coronal. Então, desta vez, o Sol produziu uma tempestade geomagnética épica e a liberou na camada protetora de nosso planeta. Ondas de partículas carregadas atingem a atmosfera da Terra. O campo magnético do planeta não é poderoso o suficiente para impedir isso. Ele cede e a tempestade atinge a Terra, causando estragos.
Ele começa afetando o funcionamento de GPS e eliminando satélites. Depois disso, a tempestade interfere nas comunicações por satélite.
Mas uma das piores consequências está ligada às redes de energia. Picos de energia causados pelas partículas vindas do Sol danificam transformadores gigantes. A Terra fica sem eletricidade por anos. Não há luz, nem computadores, nem telefones.
Os sistemas de abastecimento de água estão fora de operação. Não há comida nos supermercados. Não há eletricidade, e as pessoas não podem reiniciar as redes elétricas já quebradas. A vida selvagem toma conta do planeta, criando uma espécie de mundo pós-apocalíptico.
Sim, acho que devemos deixar os macacos comandarem as coisas por um tempo. É impossível que eles causem mais estragos. Bom. O que mais?
Bem, se você tivesse visão de raios gama, seria capaz de ver flashes extremamente brilhantes. Eles ocorrem todos os dias, ofuscam tudo ao seu redor e depois desaparecem novamente. Esses flashes são explosões de raios gama. Um deles pode destruir a atmosfera da Terra. O flash que vai arruinar nosso planeta nasceu em uma galáxia distante quando duas estrelas em colapso se fundiram. É imensamente poderoso. Ele carrega 10 quatrilhões de vezes mais energia que o nosso Sol (isso é um 1 seguido por 16 zeros).
Quando a explosão está a 1.000 anos-luz de distância da Terra, ela já está brilhando tanto quanto o sol. A atmosfera do nosso planeta está tentando nos proteger quando a explosão chega perto demais. Mas esse escudo não aguenta muito tempo. A radiação é tão poderosa que literalmente cozinha a atmosfera. Ela cria óxidos de nitrogênio que destroem a camada de ozônio. Sem essa camada, os raios ultravioleta vindos do Sol atingem a superfície terrestre com força total.
Eles eliminam o minúsculo plâncton do oceano. Este plâncton produz de 50 a 70% de todo o oxigênio em nosso planeta. Eles desaparecem e, logo, há uma falta crítica de oxigênio.
A vida terrestre desaparece primeiro. Depois disso, as criaturas vivas começam a desaparecer dos mares e oceanos. No final, o calor e a luz ultravioleta vindos do Sol transformam o planeta em um grande pedaço de rocha estéril.
Não importa, eu não gosto de nenhum desses. Vamos apenas manter a Terra como está, ok? Ei, Sidnei, por que não explodimos Marte ou algo assim?