Como o imã voador ajudou a resolver o mistério de Yellowstone

Curiosidades
há 1 ano

Se você já esteve no Parque Nacional de Yellowstone, provavelmente ficou hipnotizado por seus gêiseres, que expelem água e vapor superaquecidos para o alto. Mas uma coisa ainda mais intrigante está escondida no subsolo. Estou falando sobre aquele sistema de encanamento que torna essas grandes erupções possíveis. Sobre isso, há boas notícias! Recentemente, pesquisadores conseguiram mapear o “sistema hidrotermal de encanamento” do parque, com a ajuda de um ímã voador gigante! Como resultado, foi possível documentar todos esses recursos em detalhes impressionantes.

Na verdade, Yellowstone abriga o maior sistema hidrotermal do mundo! Ele contém mais de 10.000 recursos, como gêiseres, pântanos de lama, fontes termais e chaminés de vapor. Eles são alimentados por uma rede de caminhos subterrâneos de água, superaquecidos por magma que flui no subsolo. Isso faz com que a água suba à superfície. Agora, ninguém realmente sabe muito sobre o funcionamento deste sistema. Os mapas recém-criados podem finalmente lançar luz sobre o assunto.

Especialistas explicam que Yellowstone tem uma lacuna no subsolo — que é frequentemente chamada de “sanduíche misterioso”. Os cientistas sabem bastante sobre as características na superfície, porque podem observá-las diretamente. E têm conhecimento do que está acontecendo no sistema magmático e tectônico vários quilômetros abaixo da superfície. Mas ainda não descobriram o que ocorre no meio.

Agora, eu PRECISO falar sobre esse ímã voador gigante usado para pesquisa. Conhecido como SkyTEM, foi acoplado a um helicóptero e sobrevoou Yellowstone várias centenas de vezes, examinando o solo abaixo. Ele é composto por um loop de fio carregado com 25 metros de largura. Sua principal tarefa é gerar um forte campo eletromagnético. E como diferentes tipos de materiais, como água ou rocha, respondem a esse campo de forma diferente, os cientistas conseguiram criar alguns mapas da subsuperfície pela primeira vez!

A técnica de mapeamento também permitiu que os pesquisadores diferenciassem o magma do leito rochoso, pois estes contam com propriedades magnéticas um pouco diferentes. Além disso, a equipe teve a oportunidade de ver como o magma e a água interagem e criam essas características geológicas impressionantes na superfície. Ela obteve mapas de alta resolução a uma profundidade de cerca de 150 e 700 metros e de baixa resolução mostrando o que está acontecendo a uma profundidade de até 2 km e meio. Ao mesmo tempo, os pesquisadores acreditam que o sistema hidrotermal em si pode se estender até 5 km abaixo da superfície. Se estiverem certos, significa que mapearam apenas a metade superior do “sistema de encanamento” de Yellowstone.

De qualquer forma, lembra que eu falei que eles sabem muito bem sobre a parte inferior do “sanduíche” de Yellowstone? Os especialistas têm uma ideia tão boa a respeito das placas tectônicas e das linhas de falhas profundas porque os frequentes terremotos do parque proporcionam muitas oportunidades de estudar diferentes fenômenos. Em julho de 2021, por exemplo, mais de 1.000 terremotos sacudiram a área! Hoje em dia, a equipe de pesquisadores sabe muito mais sobre algumas características famosas, como o gêiser Old Faithful ou a Grand Prismatic Spring. Os pesquisadores também descobriram que características hidrotermais individuais na superfície podem, na verdade, estar conectadas a outras, além de se estenderem a até 9 km e meio de distância delas!

Mais uma descoberta interessante é que, embora os gêiseres e as fontes termais de Yellowstone variem em tamanho, forma, cor, volatilidade e composição química, eles são alimentados principalmente por fontes subterrâneas muito semelhantes. Isso significa que a diferença aparece mais perto da superfície. Tenho certeza você já viu a imagem icônica de Yellowstone com uma grande fonte com as cores do arco-íris, laranja ardente em suas bordas. Então, o que torna essas fontes termais tão coloridas? Surpreendentemente, essas tonalidades incríveis vêm de criaturas microscópicas!

As temperaturas nas fontes são tão altas que podem cozinhar uma pessoa com facilidade e rapidez. Além disso, a água é muito ácida, como o líquido de uma bateria de carro! Mas há certos tipos de micróbios que adoram o calor e não se importam com essas condições malucas. Pode-se até dizer que estão se desenvolvendo ali! Portanto, cada anel de cor diferente é, na maioria dos casos, habitado por bactérias diferentes. E cada espécie está adaptada a uma determinada temperatura ou nível de pH (que mede o grau de acidez desse ou daquele ambiente). Por exemplo, veja a Grand Prismatic Spring — sim, a icônica. Suas tonalidades de arco-íris provavelmente indicam a diversidade de micróbios que vivem ali.

Então, começando pelo centro da fonte termal. Você pode ver uma linda cor azul-marinho ali. É onde a temperatura da água é mais alta, chegando a 87 graus — porque essa área fica bem acima da fonte subterrânea. A água é quente demais até mesmo para os micróbios. É por isso que a que se vê é principalmente limpa. Quanto ao motivo de sua cor azul, é o mesmo que explica o fato de o céu ser desse tom: a luz do sol atinge a superfície da água e se dispersa. Mas a azul é a que mais se espalha, sendo refletida de volta para seus olhos.

Agora, o próximo anel colorido é o amarelo. Tudo graças a certas cianobactérias. A temperatura nele chega a quase 75 graus Celsius. Se as condições na fonte termal fossem um pouco diferentes, essas bactérias criariam uma tonalidade azul-esverdeada graças a um pigmento verde chamado clorofila. Mas como a luz solar que incide ali é muito intensa, as bactérias começam a produzir outro tipo de pigmento. Ele é chamado de carotenoide. E adivinhe só? Funciona como um protetor solar para as bactérias! E como esse pigmento é laranja, as que são normalmente verdes adquirem uma tonalidade amarelada.

E, finalmente, temos aquela cor laranja brilhante mais próxima das bordas da prismatic spring. Lá é um pouco mais frio — cerca de 65 gaus. Nessa parte da fonte, é possível encontrar vários tipos de bactérias. Todas produzem substâncias que dão ao local essa cor laranja brilhante. E, finalmente, bem nas beiras da fonte, a temperatura é mais fria, cerca de 55 graus, e uma maior variedade de micróbios pode sobreviver ali. Todos eles combinados dão essa tonalidade marrom-avermelhada.

Mas os cientistas acreditam que as pessoas e suas atividades podem ter influenciado as cores das características hidrotermais de Yellowstone. Por exemplo, no passado, as temperaturas na Morning Glory Pool costumavam ser muito mais altas do que hoje. É por essa razão que sua cor era um azul profundo. Porém, o lixo começou a se acumular por lá. E parte dele entupiu a ventilação. Isso fez com que as temperaturas caíssem, o que levou ao crescimento microbiano. Como resultado, aquela bonita cor azul se transformou em laranja-amarelado.

Quanto aos gêiseres de Yellowstone, o mais famoso é chamado Old Faithful. Ele recebeu esse nome no final do século 19 pela maneira como suas erupções eram regulares. Este gêiser é mais ativo do que os outros, irrompendo cerca de 20 vezes por dia. Cada um desses magníficos eventos dura de 1 a 5 minutos. E a fonte de água fumegante pode atingir uma altura de 55 metros!

Agora, ao falar do Parque Nacional de Yellowstone, não podemos deixar de mencionar o Supervulcão de Yellowstone, certo? Os supervulcões surgem quando grandes volumes de magma estão tentando escapar das profundezas do subsolo. Por fim, irrompem pela superfície da Terra. Às vezes, todo esse magma fica preso, incapaz de atravessar a crosta do planeta. E, então, enormes poças de magma pressurizado se acumulam a uma profundidade de vários quilômetros. A pressão continua aumentando porque cada vez mais magma está tentando chegar à superfície. Em um determinado momento, ocorre uma super erupção! Você não quer necessariamente estar por perto para ver isso.

Nos últimos 50 anos, a caldeira de Yellowstone subiu quase 2 metros. Os especialistas têm certeza de que esse é um comportamento natural do parque. Os períodos de elevação em forma de domo são seguidos pelo rebaixamento da caldeira. Os cientistas acreditam que o supervulcão não apresenta nenhum perigo no momento. Para que ocorra uma erupção, o magma em seu interior precisa estar pelo menos 50% derretido. Em Yellowstone, esse número é de apenas 5 a 15%. Melhor ainda, um estudo recente fez com que os pesquisadores acreditassem que o ponto quente poderia estar em um estado de declínio no momento, mesmo apesar de toda a atividade de “respiração” e elevação do domo.

Houve pelo menos três outras supererupções na história do vulcão Yellowstone. Elas aconteceram há 2,1 milhões; 1,3 milhão e 640.000 anos. Muito antes desse vídeo. A mais recente foi chamada de “Erupção Lava Creek” e formou a Caldeira de Yellowstone depois de expelir mil km cúbicos de rocha, poeira e cinzas vulcânicas.
Não, obrigado, vou passar.

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