16 Amigos tão "extraordinários" que fazem qualquer inimigo parecer fichinha

No último século, a reprodução seletiva transformou significativamente várias raças de cães, alterando suas características físicas e, em alguns casos, afetando sua saúde e bem-estar. Algumas raças de cães parecem muito diferentes de seus ancestrais. Hoje, você verá como os Pastores-alemães, os Pugs, os Bull Terriers e outras raças foram remodeladas por um século de criação.
Os Bull Terriers passaram por uma das transformações mais drásticas no último século. Originalmente, tinham uma cabeça bem proporcional e um corpo atlético.
Os Bull Terriers modernos são caracterizados por uma cabeça distinta em forma oval e um corpo mais musculoso e compacto. Essa mudança na estrutura do crânio levou a problemas dentários e a uma maior propensão à surdez, especialmente em indivíduos de pelagem branca. A natureza brincalhona da raça permanece.
O Doberman Pinscher original era uma raça mais robusta e resistente usada para proteção. Tinham ossos mais grossos e características menos extremas.
Os Dobermans modernos são mais magros, com peito mais definido e pernas mais longas. Entretanto, a reprodução seletiva aumentou o risco de cardiomiopatia dilatada, uma doença cardíaca fatal. Os especialistas alertam que ela afeta até 60% dos Dobermans atuais devido a mutações genéticas.
Os Borzois foram criados pela aristocracia para caçar lobos. Os primeiros Borzois eram mais funcionais, com focinho um pouco mais curto e pelagem mais grossa.
Os Borzois modernos são ainda mais magros, com um rosto exageradamente longo e uma estrutura delicada. Embora elegantes, são propensos a inchaço (torção gástrica) e problemas cardíacos. Seu peito profundo os torna mais propensos a sofrer de inchaço, uma doença estomacal com risco de morte.
Os Dachshunds foram inicialmente criados na Alemanha para caçar texugos, possuindo uma constituição equilibrada que facilitava seu trabalho.
A criação seletiva acentuou seus corpos longos e pernas curtas, características que, embora distintas, os predispõem a problemas de coluna. Essa condição pode levar a graves problemas de mobilidade. Por isso, os tutores devem monitorar os sinais de dor nas costas e evitar atividades que sobrecarreguem a coluna.
O cão pastor de Shetland, ou “Sheltie”, originou-se nas Ilhas Shetland como um pequeno cão de pastoreio. Os Shelties do início do século XX eram pequenos, pesando entre 1,5 e 2 kg, com pelagem de comprimento médio.
Os Shelties atuais são notavelmente maiores. Seu peso pode chegar a cerca de 10 kg. Apresentam uma pelagem mais abundante, o que os torna menos adequados para o trabalho em fazendas.
Embora a raça permaneça inteligente e ágil, a pelagem mais densa exige cuidados para evitar emaranhados e problemas de pele. Além disso, a raça é propensa à displasia de quadril e a anomalias oculares.
Originalmente, os Bulldogues eram mais magros e tinham pernas mais longas e menos rugas. Foram criados para o bull-baiting (também chamado de bull-running, que era basicamente um combate entre cães e touros) e precisavam de resistência e agilidade.
Os Buldogues modernos têm rugas exageradas, uma face mais plana e uma constituição mais atarracada. Infelizmente, essas características os tornam propensos à deformação do trato das vias aéreas superiores e, portanto, à obstrução da respiração, bem como à displasia do quadril e ao superaquecimento. Seus narizes curtos causam dificuldades respiratórias, e muitos deles precisam de cirurgia para respirar adequadamente.
Os primeiros Pastores-alemães tinham um dorso mais reto, uma estrutura mais equilibrada e fortes habilidades de trabalho. Foram criados como cães de pastoreio e policiais.
Os Pastores-alemães atuais têm geralmente o dorso extremamente inclinado, contribuindo para a displasia de quadril e problemas de coluna. Essa mudança foi motivada pelos padrões dos cães de exposição.
Os Pugs de um século atrás tinham focinhos mais longos, o que facilitava a respiração. Ainda eram pequenos, porém, mais saudáveis.
Os Pugs modernos têm faces extremamente achatadas, levando à síndrome das vias aéreas obstrutivas braquicefálicas. Muitos sofrem de superaquecimento e precisam de cirurgia para desobstruir suas vias aéreas. Apesar desses problemas, os pugs continuam populares devido às suas personalidades encantadoras e à fama na internet.
Os cães da raça São-bernardo de um século atrás eram menores e mais atléticos, criados para missões de resgate nos Alpes.
Os cães São-bernardo modernos foram criados para serem maiores e com a face mais caída, resultando em uma vida útil mais curta, problemas nas articulações e baba excessiva. Os cães dessa raça, hoje, raramente vivem além de oito a dez anos devido ao seu tamanho enorme e ao estresse nas articulações.
O Basset Hound original tinha pernas mais longas e um rosto mais magro, o que o tornava um caçador mais ágil.
Os Bassets Hounds atuais têm pernas exageradamente curtas, olhos mais caídos e mais dobras de pele, levando a problemas nas articulações, infecções de ouvido e problemas de visão. As dobras de pele excessivas podem causar infecções crônicas, enquanto as pernas curtas os tornam propensos à displasia de cotovelo e quadril.
A mídia e as preferências da sociedade geralmente impulsionam a demanda por traços físicos específicos, incentivando os criadores a priorizar a aparência em detrimento da saúde. Como mostramos acima, o desejo de uma silhueta distinta nos Bull Terriers levou ao desenvolvimento da cabeça “em forma oval”, enquanto a preferência por uma aparência elegante nos Dobermans resultou em um físico mais magro. A criação seletiva com foco em características específicas pode, inadvertidamente, aumentar a prevalência de distúrbios genéticos.
O que os donos de cães podem fazer?
✔️ Apoiar criadores éticos que priorizam a saúde em vez de traços físicos extremos.
✔️ Considerar a adoção de raças mistas, que podem ter menos problemas genéticos de saúde.
✔️ Estar ciente dos problemas de saúde específicos da raça e oferecer os cuidados necessários.
O futuro da criação de cães deve se concentrar na saúde, na longevidade e no bem-estar, e não em características exageradas. Nossos companheiros peludos merecem o melhor! 🐶💙
Quando alguém decide comprar ou adotar um cachorro, é fundamental considerar alguns fatores, entre eles o tamanho que o animal vai ter quando ficar adulto, como se relaciona com crianças e outros animais e qual é a expectativa de vida da raça. Enquanto algumas costumam viver menos de dez anos, outras chegam a viver mais de 20. Ou seja, esse fator deve ser levado em conta antes que a decisão final seja tomada. Veja nosso artigo que é um guia sobre quanto tempo vivem diferentes raças de cães. 🐶❤️