Como eram 10 raças de cães antes de os humanos decidirem mudá-las

Animais
18 horas atrás

No último século, a reprodução seletiva transformou significativamente várias raças de cães, alterando suas características físicas e, em alguns casos, afetando sua saúde e bem-estar. Algumas raças de cães parecem muito diferentes de seus ancestrais. Hoje, você verá como os Pastores-alemães, os Pugs, os Bull Terriers e outras raças foram remodeladas por um século de criação.

1. Bull Terriers

Os Bull Terriers passaram por uma das transformações mais drásticas no último século. Originalmente, tinham uma cabeça bem proporcional e um corpo atlético.

Os Bull Terriers modernos são caracterizados por uma cabeça distinta em forma oval e um corpo mais musculoso e compacto. Essa mudança na estrutura do crânio levou a problemas dentários e a uma maior propensão à surdez, especialmente em indivíduos de pelagem branca. A natureza brincalhona da raça permanece.

2. Doberman Pinschers

O Doberman Pinscher original era uma raça mais robusta e resistente usada para proteção. Tinham ossos mais grossos e características menos extremas.

Os Dobermans modernos são mais magros, com peito mais definido e pernas mais longas. Entretanto, a reprodução seletiva aumentou o risco de cardiomiopatia dilatada, uma doença cardíaca fatal. Os especialistas alertam que ela afeta até 60% dos Dobermans atuais devido a mutações genéticas.

3. Borzois

Os Borzois foram criados pela aristocracia para caçar lobos. Os primeiros Borzois eram mais funcionais, com focinho um pouco mais curto e pelagem mais grossa.

Os Borzois modernos são ainda mais magros, com um rosto exageradamente longo e uma estrutura delicada. Embora elegantes, são propensos a inchaço (torção gástrica) e problemas cardíacos. Seu peito profundo os torna mais propensos a sofrer de inchaço, uma doença estomacal com risco de morte.

4. Dachshunds

Os Dachshunds foram inicialmente criados na Alemanha para caçar texugos, possuindo uma constituição equilibrada que facilitava seu trabalho.

A criação seletiva acentuou seus corpos longos e pernas curtas, características que, embora distintas, os predispõem a problemas de coluna. Essa condição pode levar a graves problemas de mobilidade. Por isso, os tutores devem monitorar os sinais de dor nas costas e evitar atividades que sobrecarreguem a coluna.

5. Pastor de Shetland

O cão pastor de Shetland, ou “Sheltie”, originou-se nas Ilhas Shetland como um pequeno cão de pastoreio. Os Shelties do início do século XX eram pequenos, pesando entre 1,5 e 2 kg, com pelagem de comprimento médio.

Os Shelties atuais são notavelmente maiores. Seu peso pode chegar a cerca de 10 kg. Apresentam uma pelagem mais abundante, o que os torna menos adequados para o trabalho em fazendas.

Embora a raça permaneça inteligente e ágil, a pelagem mais densa exige cuidados para evitar emaranhados e problemas de pele. Além disso, a raça é propensa à displasia de quadril e a anomalias oculares.

6. Bulldogues

Originalmente, os Bulldogues eram mais magros e tinham pernas mais longas e menos rugas. Foram criados para o bull-baiting (também chamado de bull-running, que era basicamente um combate entre cães e touros) e precisavam de resistência e agilidade.

Os Buldogues modernos têm rugas exageradas, uma face mais plana e uma constituição mais atarracada. Infelizmente, essas características os tornam propensos à deformação do trato das vias aéreas superiores e, portanto, à obstrução da respiração, bem como à displasia do quadril e ao superaquecimento. Seus narizes curtos causam dificuldades respiratórias, e muitos deles precisam de cirurgia para respirar adequadamente.

7. Pastores-alemães

Os primeiros Pastores-alemães tinham um dorso mais reto, uma estrutura mais equilibrada e fortes habilidades de trabalho. Foram criados como cães de pastoreio e policiais.

Os Pastores-alemães atuais têm geralmente o dorso extremamente inclinado, contribuindo para a displasia de quadril e problemas de coluna. Essa mudança foi motivada pelos padrões dos cães de exposição.

8. Pugs

Os Pugs de um século atrás tinham focinhos mais longos, o que facilitava a respiração. Ainda eram pequenos, porém, mais saudáveis.

Os Pugs modernos têm faces extremamente achatadas, levando à síndrome das vias aéreas obstrutivas braquicefálicas. Muitos sofrem de superaquecimento e precisam de cirurgia para desobstruir suas vias aéreas. Apesar desses problemas, os pugs continuam populares devido às suas personalidades encantadoras e à fama na internet.

9. São-bernardo

Os cães da raça São-bernardo de um século atrás eram menores e mais atléticos, criados para missões de resgate nos Alpes.

Os cães São-bernardo modernos foram criados para serem maiores e com a face mais caída, resultando em uma vida útil mais curta, problemas nas articulações e baba excessiva. Os cães dessa raça, hoje, raramente vivem além de oito a dez anos devido ao seu tamanho enorme e ao estresse nas articulações.

10. Basset hounds

O Basset Hound original tinha pernas mais longas e um rosto mais magro, o que o tornava um caçador mais ágil.

Os Bassets Hounds atuais têm pernas exageradamente curtas, olhos mais caídos e mais dobras de pele, levando a problemas nas articulações, infecções de ouvido e problemas de visão. As dobras de pele excessivas podem causar infecções crônicas, enquanto as pernas curtas os tornam propensos à displasia de cotovelo e quadril.

A percepção das pessoas e os padrões da raça influenciaram significativamente essas transformações

A mídia e as preferências da sociedade geralmente impulsionam a demanda por traços físicos específicos, incentivando os criadores a priorizar a aparência em detrimento da saúde. Como mostramos acima, o desejo de uma silhueta distinta nos Bull Terriers levou ao desenvolvimento da cabeça “em forma oval”, enquanto a preferência por uma aparência elegante nos Dobermans resultou em um físico mais magro. A criação seletiva com foco em características específicas pode, inadvertidamente, aumentar a prevalência de distúrbios genéticos.

Criadores responsáveis e amantes de cães devem priorizar a saúde em detrimento da estética para garantir que nossas amadas raças possam ter uma vida mais longa e saudável

O que os donos de cães podem fazer?

✔️ Apoiar criadores éticos que priorizam a saúde em vez de traços físicos extremos.
✔️ Considerar a adoção de raças mistas, que podem ter menos problemas genéticos de saúde.
✔️ Estar ciente dos problemas de saúde específicos da raça e oferecer os cuidados necessários.

O futuro da criação de cães deve se concentrar na saúde, na longevidade e no bem-estar, e não em características exageradas. Nossos companheiros peludos merecem o melhor! 🐶💙

Quando alguém decide comprar ou adotar um cachorro, é fundamental considerar alguns fatores, entre eles o tamanho que o animal vai ter quando ficar adulto, como se relaciona com crianças e outros animais e qual é a expectativa de vida da raça. Enquanto algumas costumam viver menos de dez anos, outras chegam a viver mais de 20. Ou seja, esse fator deve ser levado em conta antes que a decisão final seja tomada. Veja nosso artigo que é um guia sobre quanto tempo vivem diferentes raças de cães. 🐶❤️

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