Algumas doenças fazem a gente renascer!
Com mais de 50, brasileira faz mochilão formando palhaços para hospitais e nos dá uma lição de vida

Imagina alguém que, depois de já ter filhos crescidos, resolve recomeçar a vida não uma, mas duas (ou talvez mais!) vezes. Essa poderia ser a história de centenas de mulheres, mas ela tem um diferencial. Após passar por um divórcio e refazer a vida profissional, Paula Ramos descobriu a sua real vocação e se tornou palhaça hospitalar.
E não é só isso! Ela colocou uma mochila nas costas e está atravessando o Brasil levando a linguagem do palhaço para todos os cantos, ajudando na formação de novos grupos voluntários para alegrar a rotina de crianças e adultos. O melhor é que ela registra essa jornada no Instagram e, assim, é possível viajarmos junto!
A redação do Incrível.club encontrou com essa viajante em uma das estradas da vida. Ela topou nos dar uma entrevista exclusiva contando um pouco sobre sua vida e como se reinventou e descobriu um propósito depois dos 50 anos. Acompanhe com a gente!
1. A vida antes do palhaço
Paulista nascida em Santos, Paula teve grande parte da sua história construída em São Paulo. Casou-se, teve três filhos e encarou um divórcio. Apesar de ainda ter, naquela ocasião, pouca especialização profissional, conseguiu um emprego que a permitiu realizar o sonho de se formar em uma faculdade.
E não parou por aí. Em oito anos de empresa, Paula concluiu dois cursos superiores e duas pós-graduações. Só isso já daria uma bela história, mas quando conheceu uma ONG de palhaços que visitam hospitais, tudo mudou: “Estava mais uma vez a um passo de outra mudança radical em minha vida”, comenta.
2. Como tudo começou

Quando se desligou da empresa em que trabalhava, Paula passou dois anos buscando uma recolocação no mercado. Mas, como ela diz, “para quem tem idade avançada e pouca experiência comprovada, é praticamente impossível uma colocação”.
Ao mesmo tempo, começou a participar da ONG de palhaços. “Descobrir o palhaço foi transformador. Quando comecei a estudar a linguagem percebi que tinha a essência do palhaço, eu era palhaça e não sabia”, revela.
E então, revela, o palhaço a chamou. Ela foi trabalhar na gestão dos projetos da ONG em que se formou. Ali, também treinava grupos para voluntariar. Desde então, já se passou mais de uma década, e Paula segue estudando e aprimorando a arte.
3. Colocando o pé na estrada
Nos anos que seguiram após a sua formação como palhaço, Paula trabalhou muito para formar novos companheiros de missão: foram três grupos de palhaços a convite de hospitais da capital e do interior, mais duas equipes para atuar com Biblioterapia na Hemodiálise e Quimioterapia.
Depois, foi contratada como palhaça para visitar crianças e adultos no hospital e continuou como voluntária em visitas e na contação de histórias para crianças hospitalizadas. Até que se deu conta: “Já estava com 55 anos e uma inquietação voltou a me rondar”, confessa.
Como sempre gostou de viajar e tinha liberdade para seguir trabalhando em movimento, Paula decidiu: “Vou fazer um mochilão e conhecer o nosso País. Conheço de perto o trabalho de outros grupos e ofereço oficinas para os palhaços espalhados pelo País, visito hospitais e conheço o Brasil”.
Resolvido. “Chamei meus filhos e noras para comer uma pizza e anunciei: ’Mamãe vai fazer um mochilão’”, relembra a palhaça, que passou a ser, também, mochileira!
4. A vida em movimento
Os seis meses que se seguiram a esse anúncio foram de planejamento e boas expectativas. Os filhos e as noras, apesar da surpresa inicial, sabiam que se tratava, como Paula gosta de dizer, de “uma loucura calculada”.
Na estrada, seu planejamento consistia em ficar um mês em cada localidade, para organizar os encontros e as oficinas por onde passava. E abraçava as surpresas, descobertas e mudanças no caminho. Ela reforça que “essa flexibilidade é que te leva a viver as melhores experiências da viagem”.
Desde que deixou sua casa em Santos, Paula ganhou algumas surpresas que a fizeram voltar, temporariamente, para perto da família. Uma delas foi o nascimento do neto, em 2018, quase um ano depois de estar na estrada.
Nesse período, recebia pequenas ajudas de custo pelas oficinas, o que auxiliava a se manter em constante movimento e evolução. Com esses recursos, ela passou por 23 estados brasileiros e já andou mais de 60 mil quilômetros por todo o País.
5. Propósito e realização pessoal
Ao falarmos em propósito, a conversa dessa palhaça com mais de 50 anos de idade nos remete ao início dessa descoberta: “Sempre me senti à margem dos padrões sociais, sempre tive um olhar peculiar para o mundo e hoje sei que era um olhar do palhaço”.
A vida na estrada, sem espaço físico para acumular coisas (tudo o que ela possui cabe em uma mochila de 10 kg!), tem lugar de sobra para levar as boas experiências e revela uma mudança na forma de ver o mundo.
Paula faz uma reflexão: “Não há como se manter do mesmo jeito quando você vivencia outras realidades, quando você sai da bolha, da caverna, do seu micro mundo... Não há como não se transformar”.
Quando questionamos se ela se arrepende de alguma coisa nessa jornada, a nossa querida palhaça nos provoca outra reflexão: “Não faria nada diferente, sou resultado do que caminhei ao longo da vida, sou a minha história, carrego na minha mochila tudo que vivi, aprendi e realizei”.
Que história incrível, não é mesmo? Prova de que, com boa vontade e determinação, a idade, a formação ou outros obstáculos podem ser superados. Conhece alguma pessoa que te inspira? Conte para a gente nos comentários.
Comentários
Minha tia teve câncer e foi isso que aconteceu!
Tenho muito medo disso.
Historia bem pesadas mas reais!
Reais demais
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