Com 96% do corpo queimado, mulher exibe confiança ao usar biquíni e celebrar suas cicatrizes

Gente
3 horas atrás

Catrin Pugh tinha apenas 19 anos e fazia planos. No entanto, em abril de 2013, sua vida deu uma guinada dramática: o ônibus no qual voltava para casa após passar as férias nos Alpes franceses sofreu um acidente. A jovem teve 96% de seu corpo queimado, e os médicos deram-lhe apenas 1% de chance de sobrevivência.


Ela não teve quase nenhuma chance de sobreviver


Catrin Pugh, nascida e criada no norte do País de Gales, no Reino Unido, era uma típica adolescente apaixonada por viagens e aventuras. Em abril de 2013, em um dia claro de primavera nos Alpes franceses, a temporada de esqui havia chegado ao fim e Catrin Pugh, de 19 anos, embarcou em um ônibus com destino à Grã-Bretanha. A rota era conhecida por sua descida íngreme, com 21 curvas desafiadoras. Ao passarem pela 20ª, a tranquilidade de Catrin foi abalada quando ouviu o motorista dizer em um tom abafado: “Estamos sem freios!” A declaração foi logo seguida por um grito de pânico.

Catrin (à direita), em 2012.

“Dava para sentir o ônibus descendo livremente, quase voando”, disse Catrin. “As pessoas gritavam de desespero, quebraram as janelas e algumas conseguiram pular.” Catrin pensou imediatamente em seus pais. “Sinto muito, mamãe e papai.”

“Eu podia ver a queda à nossa frente e o motorista virou o volante a tempo — e é por isso que ainda estamos aqui”, disse Catrin. No entanto, o veículo colidiu com as rochas no lado oposto da curva. Maurice Wrightson, o motorista e a única vítima fatal entre os 52 passageiros, foi posteriormente condecorado com a Queen’s Commendation for Bravery (Comenda da Rainha por Bravura) em reconhecimento por suas ações.

A jovem passou por 200 cirurgias

Pugh ficou presa no ônibus em chamas e sofreu graves queimaduras no rosto, braços, pernas e tronco. A jovem foi levada de avião para um hospital em Grenoble, na França, onde os médicos lhe deram 1% de chance de sobrevivência. Apenas as solas dos pés e algumas partes do couro cabeludo não foram atingidas pelo fogo.

O tratamento dos ferimentos de Catrin representou uma tarefa excepcionalmente desafiadora. Devido à ausência de pele que servisse como barreira protetora contra infecções, precisou de múltiplos e imediatos enxertos de pele. Normalmente, esse procedimento envolve a remoção de camadas de outra área do corpo, mas, no caso de Catrin, suas queimaduras eram muito extensas. Os enxertos de pele foram extraídos de seu couro cabeludo, cicatrizados e depois colhidos novamente, totalizando cinco procedimentos. Além disso, a pele das pernas de seu irmão e de sua mãe foi utilizada em operações que resultaram na hospitalização de ambos por duas semanas cada.

Apesar das adversidades, Pugh continuou lutando, sendo submetida a mais de 200 cirurgias e inúmeras horas de reabilitação dolorosa. Lenta, mas seguramente, começou a se recuperar. Hoje, tem orgulho de se considerar uma sobrevivente de queimaduras e adora ajudar quem passou por traumas semelhantes.

“Meu principal objetivo é mostrar às pessoas ser totalmente possível viver após um trauma e uma lesão traumática como essa, que a vida pode ser gratificante, positiva e tudo o que você desejar”, declarou.

Nunca perdeu a esperança e realizou seus sonhos

Desde seu acidente, Pugh conquistou mais do que muitos poderiam imaginar. Ela se tornou fisioterapeuta e palestrante motivacional, viajando pelo mundo para compartilhar sua história e inspirar outras pessoas a superar as adversidades e alcançar seus objetivos.

Além disso, se tornou uma forte defensora dos sobreviventes de queimaduras, fazendo parcerias com instituições de caridade e organizações para aumentar a conscientização sobre os desafios físicos e emocionais enfrentados por aqueles que sofreram esse tipo de lesão. Seus esforços ajudaram a melhorar a vida de muita gente, e sua mensagem de esperança tocou o coração de milhões de pessoas.

Em reconhecimento às suas notáveis conquistas, Pugh recebeu inúmeros prêmios e elogios, incluindo o prestigioso Helen Rollason Award for Inspiration no BBC Sports Personality of the Year Awards de 2019.

Também se tornou o rosto da Avon e desfilou na Semana de Moda de Londres, bem como para uma instituição de caridade que apoia pessoas que “parecem diferentes”.

A extraordinária jornada de Catrin Pugh é um testemunho do poder da resiliência e da determinação diante da adversidade. Mesmo enfrentando desafios inimagináveis, se recusou a desistir, encontrando forças para superar suas lesões e criar uma nova vida para si.

Embora sua trajetória tenha sido de altos e baixos, nunca perdeu a vontade de perseverar. Como explicou: “Gostaria de pensar que as pessoas olham para mim e veem que o futuro parece brilhante, mas não acho que seja tão simples assim.”

Histórias de pessoas tão resilientes nos inspiram a valorizar o que a natureza nos deu. Aqui está outra mulher corajosa que sobreviveu a um incêndio mortal e abraçou seu novo eu, apoiada pelo amor inabalável de seu marido, que esteve ao seu lado durante toda a angustiante batalha.


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