Cientistas encontraram um misterioso “Monstro Verde” no Espaço
O que vem à sua mente quando você ouve “monstro verde”? Hulk? Shrek? É provável. Mas definitivamente não é uma jovem supernova na Via Láctea — ah, e se você se esqueceu de como é a nossa galáxia...- vem cá, dá uma olhada! Essa supernova é realmente verde e — tipo — assustadora? Não é bem isso. Mas vamos começar pelo início. Cassiopeia A (também conhecida como Cas A) são os restos de uma explosão estelar que os astrônomos observaram no céu há 340 anos.
Essa supernova está a 11 mil anos-luz de distância de nós na constelação de Cassiopeia, e seus remanescentes se estendem por cerca de 10 anos-luz. Recentemente, os cientistas conseguiram capturar a imagem mais nítida dessas sobras — tudo graças ao Telescópio Espacial James Webb, o maior telescópio óptico do espaço.
A imagem está cheia de cores vivas — verde brilhante, laranja e rosa — talvez se você a imprimisse, daria uma ótima pintura para sua sala de estar, assim como essa tela! Cada matiz representa um comprimento de onda diferente da luz infravermelha, que normalmente é invisível ao olho humano. A imagem pode ajudar os astrônomos a descobrir o que aconteceu com a pobre estrela antes de sua morte. Cas A é o remanescente mais jovem conhecido de uma estrela massiva que uma vez explodiu em nossa galáxia. No seu exterior, em cima e à esquerda, podem-se ver cortinas de material que parecem vermelhas e alaranjadas devido à emissão de poeira quente.
É aí que o material ejetado da estrela explodida colide com o gás e a poeira circundantes. Dentro dessa casca externa existem pedaços de material rosa brilhante em formato de bolha que formam aglomerados e nós. Vem da própria estrela. Esse material brilha por causa da mistura de elementos pesados, como néon, argônio e oxigênio. Os astrônomos também detectaram algumas emissões de poeira naquela região — mas ainda não localizaram as fontes dessas emissões.
Há também um loop verde proeminente que se estende pelo lado direito da cavidade central da supernova. E, se você olhar de perto, notará que uma grande região de Cas A é marcada por algo que se parece com pequenas bolhas, o que torna a coisa ainda mais complexa e difícil de entender. Os primeiros raios-X de Cas A apareceram na década de 1960. Mas a luz da supernova provavelmente atingiu a Terra em 1600. Infelizmente, não há observações escritas confirmadas da supernova daquela época. Deve ter parecido uma estrela extremamente brilhante, e os historiadores ainda duvidam de que algum observador a tenha notado.
Ah, e aposto que você deve estar se perguntando sobre o apelido, certo? Esse fenômeno espacial foi chamado de Monstro Verde em homenagem ao Fenway Park em Boston. Sua grande parede verde do campo esquerdo tem o mesmo nome. Uma das principais perguntas que Cas A pode nos ajudar a responder é: “De onde vem toda essa poeira cósmica?”. Os astrônomos descobriram que mesmo as galáxias muito jovens nos estágios iniciais de suas vidas estão cheias de grandes quantidades de poeira. Então, o Universo precisa de limpeza a vácuo? Ou o problema é mais complicado?
Um dos componentes cruciais no surgimento dessa poeira parece ser a supernova. Ela expele quantidades verdadeiramente assustadoras de elementos pesados, que são basicamente blocos de construção de poeira, em todo o cosmos. Então, vamos tentar descobrir o que são essas supernovas e como elas ocorrem. As boas e velhas estrelas mantêm sua forma esférica porque sua massa gigantesca cria um poderoso campo gravitacional que puxa o gás para o centro. E, ao mesmo tempo, seus núcleos produzem energia suficiente para evitar que o gás se acumule muito perto do centro. Tudo isso cria um bom equilíbrio e uma bela forma de bola.
Mas, uma vez que uma estrela se torna muito velha e massiva (cerca de 4 a 8 vezes maior que o nosso Sol), ela não tem mais combustível. É por isso que todas as reações em seu núcleo param. As camadas externas da estrela tentam instantaneamente entrar em colapso, mas ricocheteiam no núcleo, que permanece incrivelmente denso. É quando tudo, exceto o núcleo da estrela, explode em todo o Universo em uma brilhante explosão de supernova.
Agora, como você deve saber, nosso próprio Sistema Solar pode ser um lugar bastante escaldante. Por exemplo, a temperatura do núcleo da Terra quase chega a impressionantes 6 mil graus celsius, que é quase tão quente quanto a temperatura na superfície do Sol! Quanto ao centro super quente do Sol, ele é aquecido a 15,000,000˚C graus celsius! Ok, é quente demais, hein?... Mas se falarmos sobre o Universo, essas temperaturas não chegam nem perto de “quentes” em comparação com uma supernova! Como você já sabe, esse é o último estágio da vida de uma estrela, que termina em uma explosão gigantesca.
Essa explosão é uma das maiores do espaço e libera enormes quantidades de energia. Portanto, a temperatura no núcleo de uma supernova é incrível 6.000 vezes maior que a do núcleo do Sol. E isso significa que ela pode atingir vários bilhões de graus em microssegundos, o que é quase impossível de imaginar! Depois disso, os átomos ficam tão infinitamente amontoados, que o núcleo espremido recua — e uma estrela explode, criando uma onda de choque superaquecida.
De qualquer forma, vamos voltar ao nosso Cas A. Ao estudá-lo com a ajuda do Telescópio James Webb, os astrônomos esperam entender melhor seu conteúdo de poeira. Isso, por sua vez, os ajudará a descobrir de onde vêm os blocos de construção de estrelas, planetas, satélites e de nós, humanos. Os especialistas podem localizar regiões com diferentes composições de gás e observar os tipos de poeira que se formaram ali. A propósito, se você também se interessa pelo espaço, mas não tem acesso ao Telescópio James Webb, pode comprar seu próprio telescópio e desfrutar de vistas incríveis! Supernovas como a que criou a Cas A são muito importantes para a vida como a conhecemos.
Elas espalham elementos como o cálcio, que temos em nossos ossos, ou o ferro que nosso sangue contém, literalmente semeando novas estrelas e planetas. Você é feito de material estelar. Supernovas nem sempre significam o fim das estrelas. Mesmo que uma estrela perca sua camada externa, ela ainda pode sobreviver à explosão. Então ela se torna um buraco negro ou um novo tipo de estrela. Veja por si mesmo.
Mesmo sem as camadas externas, o núcleo de uma estrela continua entrando em colapso. Em um momento, a pressão interna torna-se tão alta, que elétrons e prótons praticamente se fundem e formam nêutrons. O resultado dessa fusão maluca é uma estrela de nêutrons cuja massa consiste em 90% de nêutrons. Então a energia começa a deixar a estrela decadente, transformando-a em uma estrela de nêutrons. E a quantidade dessa energia é tão grande, que pode ser comparada com a luz combinada emitida por todas as estrelas do universo observável!
A energia está deixando a estrela na forma de neutrinos — partículas subatômicas semelhantes aos elétrons, mas sem carga elétrica e com massa muito pequena. Durante uma explosão de supernova, a estrela emite quase 10 vezes mais neutrinos do que o número de prótons, elétrons e nêutrons do Sol! Não é à toa que em tais condições nasce algo verdadeiramente assustador!
Uma estrela de nêutrons (que é basicamente um núcleo monstruoso — a parte central de um átomo) é relativamente pequena. Embora os cientistas não saibam ao certo o tamanho das estrelas de nêutrons, eles supõem que esses corpos espaciais não devem ter mais de 19 quilômetros de diâmetro. Em comparação, nosso Sol tem quase 1,390,000 km de diâmetro, o que equivale a 109 Terras colocadas lado a lado! Mas, mesmo com um tamanho tão modesto, qualquer estrela de nêutrons será pelo menos uma vez e meia mais pesada que o Sol.
Pense nisso: se você colher apenas uma colher de chá de dentro de uma estrela de nêutrons, esse material não pesaria menos que um bilhão de toneladas! Isso é muito denso, tão denso que a próxima parada é o próprio Buraco Negro! Uau... O que posso dizer? O espaço é uma fonte infinita de mistério e inspiração para mim! Estou até pensando em dar uma vibe mais espacial à minha casa — e sei exatamente o que fazer!