Cientista afirma que o jejum intermitente faz bem à saúde
Se você acompanha o mundo do fitness, da nutrição e da saúde, deve ter percebido que há uma enorme discussão a respeito do chamado “jejum intermitente”. Falando de maneira simplificada, ele consiste basicamente em pular alguma refeição (por exemplo, o café da manhã), ficando, no mínimo, 12 horas sem alimentação — a água está liberada. Muitos especialistas defendem seus efeitos benéficos, argumentando que, por exemplo, no tempo das cavernas, nossos ancestrais ficavam horas — às vezes, dias — sem conseguir uma caça. O organismo humano, portanto, estaria totalmente adaptado a isso e funcionaria melhor com o regime.
Os que são contra dizem, entre outras coisas, que, ao ficar tanto tempo sem se alimentar, a tendência é descontar tudo na refeição seguinte. Portanto, na prática a pessoa passaria fome desnecessariamente. Agora, uma pesquisa recente mostrou a importância de pular algumas refeições por dia. Segundo ela, o jejum intermitente pode fazer bem à saúde, ajudando a prevenir doenças e contribuindo para uma vida mais longa e saudável. Mas o que acontece realmente com o organismo durante o jejum intermitente? Será que ele realmente faz bem para a saúde?
O Incrível.club decidiu pesquisar mais a fundo essa história. Com base na pesquisa, trazemos mais detalhes sobre os benefícios que essa prática pode oferecer ao organismo no curto prazo.
Mudanças celulares no corpo por causa do jejum
Em uma recente pesquisa, publicada na revista Cell, a Dra. Miriam Merad, da American Society of Clinical Investigation afirma que o jejum pode oferecer muitos benefícios para o organismo. Ela comprovou isso ao realizar uma análise do sangue de 12 pessoas que decidiram evitar qualquer tipo de alimento por 19 horas.
Os resultados do experimento foram bastante reveladores para a equipe responsável pelo estudo. Ao não ingerir alimentos por um tempo determinado, o número de monócitos circulantes (uma espécie de glóbulo branco, associado a processos inflamatórios) diminui e sua atividade metabólica e inflamatória também. Nesse sentido, essa situação poderia contribuir com a prevenção de doenças crônicas como a diabetes e os problemas cardíacos.
Dessa forma, a pesquisadora chegou à conclusão de que limitar o consumo de alimentos ajuda as pessoas a terem uma vida mais longa e saudável.
Evitar alguns alimentos diminui o risco de câncer, diabetes e doenças cardíacas
O consumo de carboidratos estimula a secreção de insulina, o que levou a equipe da Dra. Merad a examinar a regulação dos monócitos no sangue. Os estudiosos perceberam que as proteínas poderiam modular o número de monócitos ao alterar os níveis de energia celular.
Esse processo ajudou a bloquear a produção de glicose, diminuindo assim o número dos monócitos e controlando a sua distribuição pelo organismo. Ao evitar os alimentos gordurosos ou açucarados, é possível diminuir o risco de algumas doenças, como câncer e diabetes.
Outros estudos que confirmam a tese da Dra. Merad defendem que, durante o jejum, eliminamos as toxinas acumuladas durante o dia. Assumindo que o primeiro componente a ser digerido é a gordura, durante o período de jejum seria possível eliminar algumas sensações de mal-estar.
O jejum intermitente requer uma boa adaptação
Como mencionado anteriormente, o jejum pode evitar muitas doenças e provocar mudanças nas células do corpo humano. Além disso, é possível afirmar que as pessoas que o praticam ou que restringem as calorias sofrem menos problemas cardíacos, apresentam melhores níveis de colesterol e têm menos riscos de sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC) ou diabetes.
Para a Dra. Merad, é importante focar na redução dos monócitos no sangue e realizar uma boa adaptação ao jejum, pensando em prevenir doenças inflamatórias e autoimunes sem afetar a imunidade antimicrobiana.
Entretanto, como já mencionamos, a teoria do jejum intermitente para emagrecer está longe de ser vista como uma unanimidade entre os especialistas. Merad destaca que qualquer pessoa que queira tentar uma nova rotina de jejum deve antes consultar um médico e um nutricionista.
Você acha que conseguiria realizar jejum intermitente? Que outras alternativas propõe para uma vida mais saudável? Compartilhe nos comentários.