Atores que se parecem muito e sempre nos confundem

As pessoas lhe tratam "estranhamente". Isso se aplica igualmente aos seus colegas de trabalho, um taxista ocasional ou ex-colegas que você não vê há 10 anos. "Apenas diga, 'o que me importa?'", é o conselho mais óbvio e estúpido que pode ser dado em tal situação. Obviamente, você entende como é absurdo preocupar-se com a simpatia de cada pessoa, mas o que muda? Neste artigo, falaremos sobre truques psicológicos que realmente ajudarão você a voltar à realidade.
O Incrível.club espera que o cumprimento dessas 5 abordagens possa lhe dar uma sensação de equilíbrio interno.
O psicólogo clínico, Dr. Roger Covin, em seu livro The Need to be Liked (em tradução livre: A Necessidade de Agradar), aconselha as pessoas a se imaginarem na forma de manchas de tinta semelhantes às usadas no famoso teste de Rorschach. "O que uma pessoa vê nas manchas caracteriza ela mesma e não a tinta. O mesmo acontece com a maneira com percebemos uns aos outros, as mesmas qualidades atrairão certas pessoas e, ao mesmo, tempo irritarão outras".
Por exemplo, o que uma pessoa percebe como autoconfiança, outra descreverá como soberba. A honestidade pode ser altamente valorizada por um lado e considerada imperdoável e grosseira por outro. Nós tendemos a ver nas pessoas o que há em nós: aspirações, preferências, defeitos e medos.
Transparência e simplicidade podem ser sua força. Mas, se o seu interlocutor está acostumado a ter muito medo da sinceridade, há uma grande probabilidade de que ele veja em você um grande mentiroso ou apenas uma pessoa falsa. E você terá que aceitar isso.
De acordo com Covin, além do próprio indivíduo, há muitos outros fatores de diferentes graus de escala e duração que afetam o modo como as outras pessoas o tratam.
Problemas no trabalho, disputas familiares ou desconforto elementar persistentemente atraem a atenção. Mesmo que alguém o maltrate, muitas vezes essas emoções não são direcionadas a alguém específico. Existem milhares de razões desconhecidas e que não dependem de você para alguém estar com raiva. Não é errado, às vezes, lembrar da sua própria insignificância.
O Dr. Covin também é muito cético sobre as manifestações de "telepatia" de seus pacientes que afirmam saber exatamente quando os outros pensam mal deles.
Existem dois efeitos mais frequentes que as pessoas geralmente experimentam. O primeiro é a personalização, quando nos consideramos a causa de tudo o que está acontecendo. A segunda é a "catastrofização" quando interpretamos os fatos da pior maneira possível.
Por exemplo, ouvimos o riso de colegas de trabalho e imediatamente pensamos que eles estão falando sobre nossa aparência ou comportamento (claro, como se eles não tivessem outro tópico de conversa!). Na maioria dos casos, nem sequer temos tempo para perceber quando começamos a "imaginar", isso acontece automaticamente. E a ansiedade, enquanto isso, cresce em proporção à nossa imaginação ativa.
Você pode enfrentar isso com a ajuda de uma introspecção sensível e reflexiva. "O que eu percebo como uma realidade? Posso ver isso de uma maneira diferente? Quão objetivo eu sou?" Seria útil analisar seus próprios pensamentos antes, durante e depois dessa mesma conversa e perceber quais coisas podem distorcer sua percepção.
Em geral, as pessoas não conseguem enfrentar a incerteza. Se alguém não se comportar de forma amigável ou agressiva de maneira óbvia, a maioria de nós acha muito difícil "computá-lo".
No final, muitas vezes confundimos uma atitude neutra com uma negativa. Isso se aplica especialmente àqueles que sofrem de uma grande "sensibilidade à rejeição".
"Se não há sinais óbvios, a pessoa começa a depender completamente de seu senso de mundo", diz Ozlem Ayduk, professor de Psicologia da Universidade da Califórnia, em Berkeley. Se em sua versão do universo você sente que as pessoas estão inclinadas a rejeitá-lo, verá uma pessoa envolvida em seus próprios assuntos como se intencionalmente lhe ignorasse e evitasse o contato.
Como no parágrafo anterior, devemos nos esforçar para voltar à realidade e não permitir que a imaginação nos enlouqueça.
Outro truque que Covin gosta de praticar com seus pacientes: ele propõe que cada um se veja em escala global. "Imagine que você pudesse se comunicar com todos os 7 bilhões de habitantes do planeta por uma semana. Quantos deles dirão que, em geral, gostam de você?" Com aqueles que dizem uma porcentagem incrivelmente baixa ou alta, Covin trabalha separadamente. Para as pessoas mais próximas da realidade, um exercício desse tipo serve como um excelente lembrete de que a possibilidade de conhecer pessoas que não nos amam é uma parte inevitável da vida.
O próprio Covin estimou seu nível de "atratividade" em 70%. "Isso significa que 30% das pessoas não gostam de mim e 30% das 7 bilhões de pessoas são 2,1 bilhões de pessoas", diz o psicólogo. Eles estão por toda parte. Tenha em mente por um momento que tudo está contra você: as pessoas não vão amar você. Muita gente. E isso é absolutamente normal.