9 promessas perigosas dos contos de fadas famosos e 1 maneira de proteger as crianças delas
Em dezembro de 2019, uma usuária do Twitter escreveu sobre uma estranha mensagem que encontrou no conto de fadas russo Jack Frost. Parecia ilógico para ela o fato que a personagem principal, ao congelar na floresta, ainda continuava dizendo ao mago que estava bem e aquecida. Além disso, pelo contexto da trama, isso é uma coisa boa de se fazer. De acordo com a leitora, este momento dá um mau exemplo para as meninas: pedir ajuda e reclamar são coisas ruim de se fazer, mesmo que você esteja em perigo.
O tuíte teve grande repercussão, porque muitos concordaram com a autora nos comentários. Nós, do Incrível.club, amamos contos de fadas e acreditamos que a infância sem eles é algo inimaginável. Porém, algumas obras de literatura e cinema precisam ser discutidas com as crianças, para que elas as entendam corretamente. Nós fizemos uma lista de tópicos para ajudar você a conversar sobre esses temas com seus filhos.
1. Ser boa não significa ser dona de casa
Esta mensagem pode ser vista, por exemplo, nos contos da Disney da chamada “era caseira”. Eles incluem Branca de Neve e os 7 Anões, Cinderela e A Bela e a Fera. Heroínas bondosas em tais histórias lidam perfeitamente com as tarefas cotidianas, e as malvadas não sabem como executar trabalhos domésticos.
Depois de assistir a esses desenhos, cria-se a ideia que uma boa mulher se interessa apenas pela sua casa e atividades do lar. Mas no mundo de hoje não é assim.
2. O casamento não é a recompensa final, mas uma das alternativas para a continuação da história
A maioria dos contos de fadas é baseada no esquema “problema — aventura — recompensa”. Neles, os prêmios para os homens são vários: amor, justiça, título, riqueza, etc. Já para as mulheres, a recompensa, quase sempre, é o casamento. Mas na sociedade atual já não se acredita mais que o casamento seja o o único objetivo e indicador de sucesso da vida adulta.
3. Às vezes, as únicas pessoas que podem nos salvar somos nós mesmos
No ano passado, a atriz Keira Knightley admitiu aos repórteres que impediu sua filha de ler e assistir a alguns contos de fadas sobre princesas. Ela não gosta do fato que muitas heroínas nessas histórias parecem indefesas e esperam por um homem que as salve das armadilhas.
Por exemplo, a Cinderela continua a servir sua madrasta em sua própria casa sem tentar defender a sua liberdade pessoal. Felizmente, primeiramente aparece uma fada bondosa que a ajuda, e depois um príncipe bonito que a livra dos problemas. Mas, na vida real, não podemos esperar por tal ajuda.
Apesar disso, Knightley permite que sua filha assista a filmes como Moana e Frozen.
4. E você tem o direito de escolher quem a beijará
Outra atriz norte-americana, Kristen Bell, achou necessário discutir com suas filhas o final do conto de fadas Branca de Neve e os 7 Anões. Do ponto de vista do senso comum, a mãe moderna estranhou que o príncipe beijasse a princesa sem pedir a permissão dela, enquanto ela está no estado mais indefeso.
Bell temia que as meninas pensassem que seu consentimento para um relacionamento é uma coisa secundária e sem valor. Principalmente se considerarmos que, quando este beijo aconteceu, a princesa tinha apenas 14 anos.
5. Você não deve perder sua voz só porque ninguém a escuta
Outra nuance que alarma mães modernas está no conto de fadas A Pequena Sereia. A menina, que é mal compreendida por todos ao seu redor, arrisca tudo o que tem por um príncipe que viu algumas vezes em sua vida. Como sabemos, na história original tudo acaba tragicamente para a Pequena Sereia.
O problema do comportamento dessa princesa também foi notado por especialistas em pesquisa familiar. Na opinião deles, perder a voz (algo que na vida comum está associado a deixar de expressar pensamentos e a inteligência) a fim de ganhar o amor do príncipe não é o melhor comportamento para uma jovem.
6. Uma garota saudável de verdade nunca poderá ter as mesmas proporções de uma princesa
Estudos mostram que meninas que assistem regularmente a desenhos animados sobre princesas desenvolvem, mais tarde, baixa autoestima. Não é à toa: elas querem parecer com sua heroína favorita, mas isso é simplesmente impossível por causa das proporções distorcidas do corpo representadas nos desenhos.
Para conseguir uma boa aparência, as mulheres precisam cuidar de si mesmas e do seu próprio estilo. Mas nunca será possível alcançar uma semelhança com as princesas. Quanto mais cedo as pequenas espectadoras perceberem isso, melhor.
7. E é muito difícil saber se alguém é bondoso ou malvado só pela aparência
Outra nuance interessante: em contos de fadas, personagens bondosos são sempre muito mais bonitos do que os malvados. Este padrão pode criar estereótipos incorretos.
Os cientistas também se preocupam com o fato que, muitas vezes, nas fábulas e filmes, são mencionados personagens com deficiências mentais e psicológicas óbvias. Por exemplo, 85% dos 34 desenhos animados da Disney lançados antes de 2004 mostram personagens que sofrem com diferentes problemas mentais. E na maioria das vezes essas doenças são usadas para denegrir e expor alguém de uma forma ruim. Isso pode criar preconceitos contra pessoas que realmente precisam de ajuda.
8. Você pode contar com seus pais
Em muitos contos de fadas e desenhos animados, jovens personagens têm que lidar com seus problemas sozinhos, porque os adultos simplesmente não os ouvem ou não os entendem. Queremos acreditar que nossa família seja diferente. Mas vale a pena trabalhar duro para que as crianças compreendam isso.
Um pai nunca deixaria a filha na floresta porque alguém pediu. As mães estarão quase sempre disponíveis para ouvir seus filhos. Será útil se assegurar que as crianças saibam que não há nada mais importante para os pais do que seus filhos, por quem lutarão até o fim em qualquer situação.
9. É impossível vivermos “felizes para sempre” o tempo todo
Quando a história termina, a moral dela continua na mente dos leitores. Normalmente, o autor deixa uma mensagem positiva para as crianças, dizendo que depois de todos os problemas que os personagens enfrentaram, viveram felizes para sempre. Mas esta é uma visão “enfeitada”, que pode levar a uma opinião equivocada das crianças sobre a vida familiar.
A especialista em liderança Vanessa Loder recomenda que os pais substituam frases como “Branca de Neve vivia feliz com seu príncipe no castelo” por “Branca de Neve vivia com seu príncipe no castelo, e embora às vezes eles estivessem tristes ou irritados, frequentemente ainda eram felizes”.
10. Desenhos animados que podem ser considerados “seguros”
As obras abaixo ensinam a ser amigável, ajudar os mais fracos, amar e não desistir, e são uma forma fácil de contar à criança sobre a estrutura da sociedade e o curso da vida. Em geral, diminuem a probabilidade de que os pequenos criem estereótipos incorretos enquanto os assistem. Tais estereótipos são carregados, por sinal, por muitas pessoas da nossa geração pela vida toda.
- Procurando Dory [6+]
- Moana: Um Mar de Aventuras [6+]
- Kung Fu Panda [0+]
- Zootopia — Essa Cidade é o Bicho [6+]
- Garotos em Guerra! [6+]
- A Canção do Oceano [6+]
-
Toy Story [6+]
- WALL·E [0+]
- Divertida Mente [6+]
- Viva: A Vida é uma Festa [12+]
E você, sobre quais contos de fadas, leituras ou releituras se pega pensando e pode concluir que o comportamento dos personagens não é tão lógico quanto parecia na infância? Quais as obras que você adorava quando criança e ficaria feliz em mostrar para seus filhos?
Comentários
A única questão aqui é que todos esses filmes foram feitos em outras épocas. Anos 30, 40, 50 ... E naquele tempo essas coisas eram consideradas certas, hoje não. Na lista de "Filmes Considerados Seguros" daqui a quase cem anos também não ser politicamente incorreto. Isso, se a humanidade continuar evoluindo ... Eu disse Se ...