9 Conselhos de vovós sobre cuidados com bebês questionados pelos médicos
Estudiosos confirmam algumas vovós e alguns vovôs não atualizaram corretamente seus conhecimentos sobre o cuidado com bebês. Com base apenas na própria experiência pessoa, as gerações mais antigas frequentemente dão as pais jovens dicas consideradas obsoletas há muito tempo. E muitas delas são até arriscadas.
O Incrível.club acompanhou fóruns de discussão entre pais e também artigos escritos por pediatras profissionais para entender quais são os conselhos ultrapassados e quais as orientações que geralmente são passadas de geração a geração.
1. Se o recém-nascido não ficar bem enrolado, terá pés tortos
Anteriormente, era considerado algo obrigatório deixar o bebê bem enrolado, pois isso ajudaria a manter as pernas numa posição reta. Sem isso, os ossos não adquiririam a forma desejada e os pés ficariam tortos.
Mas pediatras afirmam que deixar a criança bem enrolada não apenas afeta as pernas, mas também ameaça o desenvolvimento correto do quadril. É até recomendável envolver o bebê numa manta para tranquiliza-lo. Mas geralmente essa medida é indicada para crianças inquietas, com transtornos ou cólicas. Por outro lado, se o bebê adormece com facilidade, não precisa ser enrolado.
2. A casa que receberá o recém-nascido deve ser bem quente
Na verdade, não. O superaquecimento é até tão perigoso para o bebê quanto a hipotermia. Enfermeiras recomendam manter o quarto infantil sob uma temperatura em torno de 20 ºC.
Ao ver esses números uma avó de recém-nascido certamente levará as mãos à cabeça, afirmando que “o menino vai congelar!” Mas segundo os médicos, nessa temperatura, o sono da criança melhora. Sem falar que, assim, a mucosa do nariz não resseca , e a criança respira mais facilmente.
3. Para tranquilizar um bebê, é preciso molhar a chupeta em algo doce
Muitas vovós recomendam passar algo doce na chupeta para tranquilizar um bebê chorão. Em alguns países, usa-se mel, manteiga de amendoim e laticínios. Mas os pediatras são totalmente contrários a essa prática.
Os produtos mencionados podem desencadear alergias, e é impossível saber antecipadamente como o organismo do recém-nascido reagirá a esses elementos. Além disso, quando os dentes da criança começam a sair, há o risco de desenvolver cáries por conta do açúcar. E o mel também é capaz de tornar-se uma causa de botulismo.
E, obviamente, dar uma chupeta à criança tem vantagens e desvantagens. Por isso, o ideal é sempre seguir as orientações dos pediatras.
4. A cama do bebê precisa ter cobertor e travesseiro
Antigamente, muitas mães faziam a cama do bebê como se fosse uma cópia em miniatura de sua própria cama. Era comum ver os berços de madeira com um pequeno travesseiro e um mini cobertor.
Contudo, os pediatras estão sempre lembrando que, no berço, não deve haver nada além do colchão e dos lençóis. Nada de travesseiros, cobertores nem brinquedos, já que tudo isso aumenta os riscos de asfixia acidental. Se o cômodo for muito frio, é melhor colocar no bebê um pijama quentinho do que cobri-lo com uma manta.
5. O recém-nascido precisa dormir de barriga para baixo
À primeira vista, esse conselho parece completamente lógico: deitar o bebê de barriga para baixo para que, em caso de refluxo, ele não engasgue. Mas os médicos concluíram que essa posição é a mais perigosa, porque:
- pode provocar obstrução nas vias respiratórias;
- estômago e diafragma sofrem uma perigosa tensão;
- a posição pode provocar um superaquecimento.
O ideal é deitar o bebê de barriga para cima. A cabeça da criança deve ficar virada para o lado.
6. O bebê deve dormir em silêncio absoluto
Os adultos têm dificuldade de dormir quando existe algum barulho incômodo: uma torneira pingando ou alguém falando no cômodo ao lado. Mas no caso dos recém-nascidos, o barulho pode até ajuda-los a pegar no sono. Só há uma condição: o barulho deve ser uniforme, e não aumentar na hora em que a criança pega no sono.
Um recém-nascido pode dormir tranquilamente com sua mãe ao lado falando ao telefone ou se houver uma goteira atrás da parede. Às vezes, as crianças até gostam do chamado “ruído branco” porque, antes de mais nada, elas adormecem mais rápido com um barulho monótono. E em segundo lugar, adormecendo com o barulho, os bebês não acordam se de repente você decidir aspirar o corredor ou lavar a louça na cozinha.
7. A criança deve ser alimentada em horários estabelecidos
Não só as vovós, mas também alguns médicos recomendam alimentar os recém-nascidos de acordo com um cronograma planejado. No entanto, na realidade, esse método deixa tanto mãe quanto bebê com os nervos à flor da pele. Além disso, os pediatras não veem nada de errado em dar comida ao bebê não de acordo com as horas, mas por exigência: nenhum médico recomenda deixar um bebê com fome.
No entanto, não estamos falando de leite em pó ou fórmulas, que são dados de acordo com o horário de alimentação.
8. O desmame deve ocorrer o quanto antes
Frequentemente, os pais jovens acabam ouvindo as histórias de seus parentes mais velhos sobre como, após três meses, devem dar ao bebê gema moída e, depois de quatro meses, alimentar a criança. Mas os médicos nunca dariam esses conselhos.
Seguramente não vale a pena introduzir alimentos complementares muito cedo. De acordo com as recomendações da OMS, é preciso alterar o cardápio do bebê só após 6 meses.
9. Leite de origem animal é melhor que leite em pó
Cada família tem uma história sobre quando a jovem mãe ficou sem leite no peito e o jovem pai teve de sair correndo para comprar leite fresco da velhinha que criava cabras ou vacas na cidadezinha. Isso normalmente é relembrando como uma façanha, pois os pais teriam sido capazes de livrar o filho do leite em pó, que seria rico em produtos químicos.
Mas os médicos não veem nenhuma façanha nisso, e sim um risco para a saúde do recém-nascido. Afinal, hoje em dia, o leite em pó foi substituído pelas chamadas fórmulas, produzidas de acordo com a necessidade de cada idade para bebês que, por algum motivo, não possam tomar o leite materno e até como complemento à amamentação.
Leite de origem animal pode ser perigoso no início pelas seguintes razões:
- O produto contém muitos minerais, que podem sobrecarregar os rins de um recém-nascido.
- Ao mesmo tempo, não possui a quantidade certa de ferro, o que pode acabar provocando uma anemia por deficiência do mineral. Também não possui vitamina C na dose certa.
- As proteínas contidas no leite de origem animal podem irritar a mucosa intestinal.
- Leite de origem animal pode causar alergias.
- Além disso, devido ao conteúdo não balanceado, esse leite pode acelerar o ganho de peso.
Por isso, não podemos dar leite animal a uma criança com menos de 1 ano.
Embora as gerações anteriores tenham criado seus filhos de maneira diferente, não podemos esquecer que as vovós são uma grande fonte de informações úteis, sem falar na experiência e apoio que elas oferecem. Não rejeite os conselhos que quiserem dar. Em vez disso, tente justificar o seu ponto de vista, leia artigos de medicina junto com ela e leve-a junto à consulta no pediatra.
E lembre-se: ela não quer o mal do seu bebê, muito pelo contrário: quer cuidar dele da mesma forma que cuidou de você.