Como estão e o que fazem 10 jurados brasileiros que foram um sucesso na televisão

À primeira vista, é fácil esquecer que as pessoas do passado viam o mundo de forma bem diferente da nossa — e isso se aplica a todos os aspectos da vida, inclusive à moda. Enquanto hoje valorizamos o conforto nos calçados, antigamente a realidade podia ser bem diferente. Os sapatos iam muito além da função prática: eram símbolos de status, refletiam tradições culturais e até indicavam a idade de quem os usava. Não por acaso, muitos modelos eram tudo, menos confortáveis — e se destacavam justamente por serem curiosos, extravagantes e, em alguns casos, até difíceis de entender.
O artigo contém imagens criadas usando inteligência artificial.
Na China, existiu uma tradição milenar conhecida como “pés de lótus”, que consistia em enfaixar com força os pés das mulheres e calçá-las com sapatinhos minúsculos para que os pés aparentassem menores. Esses sapatos eram tão pequenos que podiam caber facilmente na palma da mão. O processo de deformação dos pés muitas vezes começava quando as meninas ainda eram muito jovens, durava anos e era extremamente doloroso. Os danos eram irreversíveis e limitavam seriamente a mobilidade das mulheres por toda a vida.
Como parte do dote, a mulher confeccionava diversos pares desses sapatos, demonstrando assim suas habilidades de bordado e o tamanho pequeno dos seus pés. Após o casamento, havia uma cerimônia especial chamada “divisão dos sapatos”, na qual a noiva presenteava cada uma das parentes mais importantes do noivo com um par de sapatinhos feitos por ela mesma.
Esses tamancos curiosos foram encontrados na região de Ariège, na França. Eles eram feitos à mão pelos homens da vila como presente para suas futuras esposas. Acreditava-se que, quanto mais alto fosse o bico do sapato, maior era o amor do noivo por ela.
As paduka lembram bastante nossos chinelos modernos, mas na Índia elas têm um valor simbólico muito maior. O nome vem do sânscrito e significa “pequeno pé”. Seu design variava de acordo com o status social de quem as usava: as versões mais simples, feitas de madeira, eram comuns entre a população em geral, enquanto os modelos mais elaborados apareciam em cerimônias de casamento, faziam parte do dote da noiva ou eram usados por membros da elite.
Mas o significado das paduka ia além da aparência. Elas também tinham uma função espiritual importante: eram utilizadas como uma forma de praticar o ahimsa — o princípio da não-violência — ajudando a evitar danos a qualquer ser vivo, incluindo plantas e insetos que pudessem estar no caminho e ser pisoteados por calçados planos comuns.
O nome desse tipo de calçado vem do som que ele fazia ao bater contra o chão de mármore. Antigamente, os kabkab eram usados por mulheres no Oriente Médio como uma solução prática para protegê-las da sujeira nas ruas lamacentas e nos banhos públicos, quentes e úmidos. Os modelos usados pelas mulheres ricas eram verdadeiras obras de arte: frequentemente decorados com madrepérola e bordadas com fios de prata, ouro ou estanho na parte de cima.
Para ocasiões especiais, como casamentos, os kabkab de madeira podiam ser completamente revestidos com acabamento de prata ou adornados com enfeites desse material. Em muitos casos, as noivas eram ainda muito jovens e, por isso, de estatura baixa, então os kabkab usados nessas cerimônias podiam chegar a impressionantes 60 centímetros de altura,
Os okobo são sandálias tradicionais japonesas usadas, principalmente, pelas maiko — aprendizes de gueixa — cujo treinamento começava por volta dos 10 anos de idade. As plataformas dos okobo variavam entre 10 e 15 centímetros de altura e, muitas vezes, carregavam pequenos sinos presos. Esses sinos tinham uma função prática e simbólica: como as meninas eram muito jovens, era fácil que se perdessem no meio da multidão. E o som ajudava as pessoas ao redor a identificarem a presença de uma maiko. Com o tempo, esse som característico passou a ser associado à inocência e juventude.
A cor dos okobo também tinha um significado importante: as iniciantes usavam sandálias com detalhes em vermelho, enquanto aquelas que já estavam próximas de concluir o aprendizado passavam a usar versões com acabamento amarelo.
Os chopines foram populares na Europa durante o século XV e chamavam atenção pelas plataformas bastante altas, que podiam chegar a impressionantes 50 centímetros. Inicialmente associados a mulheres de menor classe ou cortesãs, esses calçados acabaram conquistando também as damas da elite. E mesmo diante das críticas da sociedade no início, nada impediu que se tornassem símbolo de status entre as nobres. O uso se popularizou tanto que foi preciso criar uma lei para limitar a altura das plataformas — e quem ultrapassasse o permitido precisava pagar multa.
Além de indicar posição social elevada, os chopines alongavam as pernas e davam ao corpo feminino uma postura mais imponente. Mas toda essa elegância vinha com um preço: caminhar com eles era extremamente difícil, e muitas mulheres precisavam da ajuda para poder andar pelas ruas.
Você acha que as tendências de hoje são estranhas? Espere até ver o que já foi febre no passado! De sobrancelhas coloridas a espartilhos absurdamente apertados, aqui você confere modas para lá de curiosas que provam como o conceito de beleza e estilo muda — e muito — com o tempo.