300 Milhões de planetas habitáveis. Então, por que apenas a Terra tem vida?

Curiosidades
há 1 ano

Um planeta seguia pelo espaço. Sua órbita era instável, como uma bola de bilhar deslizando pela mesa em busca de um alvo para colidir. Só que esta bola era do tamanho de Marte a uma velocidade de 15.000 quilômetros por hora! BOOM!!! Ela bateu em outro planeta. Este objeto do tamanho de Marte se chamava Theia, e o com que ele colidiu era... a Terra. O impacto liberou 100 milhões de vezes mais energia do que o asteroide que acabou com os dinossauros. A colisão planetária jogou toneladas de material sólido de ambos os corpos no espaço. Mas apenas um deles sobreviveu. A Theia foi obliterada e, então, engolida por inteiro pela Primitiva Terra.

Mas esses detritos não voaram indefinidamente para o vazio cósmico. Não, algo crucial aconteceu. Todos aqueles pedaços sólidos se juntaram em uma nuvem. A gravidade a comprimiu, pressionando mais e mais. E no final disso, a nossa Lua nasceu. Essa é a teoria. No momento do impacto, o sistema solar estava apenas se formando. E este encontro de proporções épicas provavelmente não teria acontecido se não fosse por um Júpiter recém-formado jogando Theia para fora de sua órbita em direção à Terra!

Nosso jovem planeta resistiu ao golpe. O tempo passou. A Terra evoluiu. Sua superfície se tornou irreconhecível nos próximos 4,5 BILHÕES de anos... É difícil para a mente humana compreender esta vasta quantidade de tempo. Então, vamos resumir tudo em 1 dia!

Se a meia-noite é quando a Terra se formou a partir do gás e da poeira que restou após a criação do Sol, as 4 horas seguintes mostram um planeta sem vida. Em brasa, coberto de lava, constantemente bombardeado por asteroides e, como você já sabe, até mesmo por um outro planeta!

No entanto, a vida encontra um caminho! As primeiras células surgem. São quatro horas da manhã no relógio. Às catorze horas e oito minutos, vemos a formação do primeiro organismo unicelular. Só às vinte horas e vinte e oito minutos (!!!) é que as plantas marinhas aparecem. Vinte minutos depois: o que é isso? Medusas! Depois delas, o planeta floresce com diferentes peixes, répteis, insetos. As florestas crescem às vinte e duas horas e trinta minutos. Entre vinte e duas e cinquenta e seis e vinte e três e quarenta, os dinossauros vagam pela Terra. Os lagartos gigantes governaram nosso planeta por menos de uma hora! Um minuto antes da extinção dos dinossauros, às vinte e três horas e trinta e nove minutos, os primeiros mamíferos começaram a correr ao redor do planeta.

Às vinte e três horas, cinquenta e oito minutos e quarenta e três segundos, os humanos surgem. Na escala cósmica das coisas, governamos este planeta por apenas um minuto e dezessete segundos! Então, aqui está a principal questão que confunde os cientistas: por que a vida na Terra nunca parou? Ela teve todas as chances de cessar! Por que o nosso planeta não se tornou como Vênus ou Marte? Ambos já tiveram uma atmosfera e oceanos. Hoje são desertos sem vida. Esqueça os conceitos científicos complexos e as teorias da estrutura do universo. Nossa pequena rocha e todos os seus habitantes têm uma sorte incrível!

professor Toby Tyrrell, da Universidade de Southampton, usou programas de computador e simulações climáticas para resolver o enigma de por que colisões de asteroides e eras glaciais não transformaram nossa pequena rocha em um deserto sem vida. A equipe de pesquisa não pegou 10, 100 ou 1.000 planetas virtuais semelhantes à Terra. Eles usaram 100.000 para o experimento! E cada um desses 100.000 foi simulado cem vezes! Esses planetas virtuais foram expostos a fenômenos diferentes. Eles foram bombardeados por asteroides, congelados, expostos a erupções épicas de supervulcões que escureceram os céus e bloquearam a superfície dos raios solares.

penas 9% (ou 8.700) deles tiveram sucesso uma vez em 100 simulações. Desse grupo, 4.500 planetas permaneceram habitados dez vezes. Apenas em um planeta de 100.000, a vida não parava todas as 100 vezes! Se a vida é uma loteria, a Terra teve muita sorte!

Em 2009, a exclusiva sonda Kepler foi lançada no espaço. Sua tarefa: pesquisar um pedaço do céu noturno (ou 150.000 estrelas!) em busca de planetas rochosos semelhantes à Terra. Ao longo de 9 anos de serviço, acabou pesquisando mais de 500.000 estrelas!

Em todo esse tempo com todas essas observações ao longo de quase uma década, o Kepler descobriu dois mil e seiscentos possíveis planetas semelhantes à Terra. O estranho é que a maioria deles é de um tipo que você não pode encontrar em nosso próprio sistema solar! Eles são algo entre o tamanho da Terra e Netuno.

Mas de volta à Terra real. Se você se afastar da cidade e olhar para o céu, verá um oceano de estrelas — se tiver sorte e for uma noite clara. A olho nu, você poderia contar no máximo dois mil e quinhentos pontos de luz.

No entanto, existem pelo menos 100 bilhões de estrelas na Via Láctea. Algumas estimativas colocam o número de estrelas na Via Láctea em até 400 bilhões! Então, de onde vem essa gama gigante? Bom, contar estrelas não é exatamente uma tarefa fácil. Os cientistas obviamente não numeram cada uma individualmente — 1, 2, 3... e assim por diante. Você sabe quanto tempo leva para contar até 1 bilhão? Mais de 100 anos! Agora multiplique isso por 400.
Em vez disso, eles olham para pequenos pedaços de espaço e usam algumas fórmulas científicas complexas para fazer suposições fundamentadas de quantas estrelas existem no total. Você pode fazer um experimento semelhante sozinho!

Imagine um balde com cinco kg de pedras, areia, solo e outros itens. Seu trabalho: entender quantas pedras existem nessa mistura. Contaremos apenas as pedras que são visíveis para nós de cima. Obteremos uma estimativa aproximada de seu volume e peso, que porcentagem do total podemos ver e, com alguns cálculos, podemos obter um número. Ele é exato? Não. Por quê? Porque você não pode saber se as pedras no balde estão espalhadas uniformemente por toda parte. Ou se todas elas têm quase o mesmo tamanho. E se as que estão na parte inferior (se houver) são maiores ou menores do que a amostragem que você observou? Elas poderiam ter pesos e volumes completamente diferentes!

Esse balde é a nossa Via Láctea e as rochas que você conta são as estrelas. A ideia aqui: os cientistas não podem saber com certeza quantas estrelas realmente existem. Talvez 100 bilhões ou talvez 4 vezes isso! Destas, 4 bilhões são como o nosso sol. Com a sua própria galáxia, a estimativa mais aceita para planetas que poderiam sustentar vida é de 300 milhões. Embora, conforme a tradição da inexatidão científica, esse número possa chegar a 5 bilhões ou mais! De qualquer forma, muitos imóveis para escolher!

E essa é apenas a Via Láctea. Mas veja só: é somente um dos 200 BILHÕES de galáxias no universo observável! A pesquisa mais recente coloca esse número 10 vezes maior, algo como trilhões de galáxias no espaço! E nós estudamos apenas menos de 10% delas. Quanto a quantas estrelas existem no universo, os cientistas estimam em 1 septilhão. Isso é um número um seguido por vinte e quatro zeros! Novamente, se trata de estimativa, porque não podemos saber com certeza.

Até agora, uma coisa é clara. Nossa Terra é o único lugar no universo em que sabemos que há vida. E este planeta já sofreu de tudo o que pode para mudar isso. Nos últimos 540 milhões de anos, ocorreram mais de 20 grandes eventos de extinção. O último foi há 66 milhões de anos. Sim, foi o que tirou os dinossauros (e 75% de toda a vida neste planeta, por falar nisso).

Um objeto de 11 km de diâmetro colidiu com o nosso planeta. Ele estava voando 120 vezes mais rápido do que o carro mais rápido de hoje. Mais de 1,5 milhão de quilômetros ao redor do local do impacto pegou fogo. Um enorme tsunami varreu os oceanos do mundo. Bilhões de toneladas de poeira e enxofre subiram para o céu e bloquearam os raios quentes do sol. Um resfriamento global atingiu a Terra.
Há pouco mais de 200 milhões de anos, houve um evento de extinção menos conhecido que eliminou metade de toda a vida no planeta. Provavelmente vulcões ou um asteroide sejam os culpados. Outras teorias dizem que o movimento das placas tectônicas desencadeou outra era do gelo.

Naquela época, enormes crocodilos governavam a Terra. Eles desapareceram e novos animais entraram na arena da história: os dinossauros. Mas o pior que este planeta já viu foi o Evento Permiano-Triássico, cerca de 250 milhões de anos atrás. 80% da vida marinha, 70% dos animais terrestres e plantas — tudo desapareceu. Vulcões expeliram uma quantidade colossal de lava onde hoje fica a Sibéria. Mas isso afetou todo o planeta.

Por volta de 445 milhões de anos atrás, a forma de vida dominante em nosso planeta eram os invertebrados marinhos. Havia apenas um continente: Gondwana. E as plantas estavam apenas começando a florescer na terra. Mas aconteceu algo que destruiu 75% a 85% de todos os organismos vivos. Pode ter sido uma era do gelo, aumento da temperatura ou... uma teoria mais ousada!

Alguns acreditam que pode ter sido uma enorme estrela explodindo a 6.000 anos-luz da Terra. Ela teria lançado uma explosão de raios gama semelhante a um jato que atravessou o espaço. E a pobre Terra por acaso estava em seu caminho! Isso queimou a camada de ozônio instantaneamente. Sim, nós meio que precisamos dessa coisa para nos proteger!
O interessante é: não importa o quanto este planeta ou mesmo o universo tente exterminar a vida na Terra — que está aqui, em primeiro lugar, partindo de probabilidades inacreditáveis — a vida sempre encontra um caminho!

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