Modelo que perdeu os lábios em ataque de pitbull compartilha sua jornada de recuperação
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Quando ouvimos uma música de sucesso na rádio, em uma festa ou em nossa playlist predileta, nem imaginamos o que aconteceu até aquele hit chegar aos nossos ouvidos. Muitas canções que emocionaram ou fizeram dançar multidões quase não chegaram a ser lançadas.
Os motivos podem ser vários: o dono da gravadora não gostava, o produtor do filme queria tirá-la da trilha sonora, a música foi alvo de censura, um compositor quase não entregou o trabalho a tempo ou o próprio artista estava em dúvida sobre sua qualidade.
O Incrivel.club fez uma lista de grandes sucessos que, por pouco, quase não chegaram aos ouvidos do público, considerando um período de 80 anos da música popular mundial.
Não apenas a canção Shake It Off, mas todo o álbum 1989, de Taylor Swift, correu o risco de não ver a luz do dia. A cantora queria mudar totalmente de estilo, do country para o pop, mas sua gravadora não acreditava nessa ousadia. Taylor foi radical, venceu a briga e chegou ao topo da parada americana com Shake It Off, silenciando quem não colocou fé no seu poder. O clipe já alcançou mais de 2,7 bilhões de visualizações no YouTube.
Blurred Lines é uma música que põe todo mundo pra dançar. Mas os executivos da gravadora de Robin Thicke não pensaram assim quando o artista sugeriu que investissem na produção de um clipe para promover o trabalho. Ele só conseguiu lançar o vídeo com apoio da marca de conhaques Rémy Martin. O vídeo é muito simples, com Robin dançando no fundo branco de um estúdio ao lado de três modelos e dos artistas Pharrell e T.I., mas foi suficiente para fazer de Blurred Lines um sucesso imediato. No fim das contas, a música foi considerada plágio de Got To Give Up, sucesso de Marvin Gaye, levando os autores, Robin e Pharrell, a um prejuízo de mais de 5 milhões de dólares.
Foi a própria Lady Gaga quem quis deixar Applause de fora. Ela não ficou particularmente contente com o resultado da gravação, achou que já tinha material muito melhor para um novo disco, mas foi convencida por seu produtor a incluí-la no álbum Artpop e a lançá-la como single. Ele estava certo: Applause ficou entre as dez mais nas paradas de vários países — Bélgica, Bulgária, Canadá, Finlândia, França, Alemanha, Irlanda, Israel, Itália, Japão, Nova Zelândia, Noruega, Polônia, Escócia e Inglaterra.
A música Got Money foi composta para o rapper Pitbull, que não se entusiasmou e acabou por não a gravar. Os compositores tentaram que ela fosse interpretada por outros vários artistas, que tiveram a mesma impressão de Pitbull. Até que Lil Wayne decidiu lançá-la, transformando-a em um hit mundial.
James Hetfield, vocalista e guitarrista do Metallica, não tinha a intenção de gravar Nothing Else Matters, por considerá-la uma canção muito pessoal. Ele cantava a música no telefone para sua namorada, durante as turnês da banda. O baterista Lars Ulrich sentiu ali o cheiro do sucesso e convenceu James a gravá-la. O resto da banda também colocou pilha. “Sou grato aos rapazes que me forçaram a fazer da música um hit do Metallica”, disse James.
Kurt Cobain mostrou alguns acordes do que viria a ser Smells Like Teen Spirit a seus colegas de banda, Dave Grohl e Krist Novoselic. Os dois não gostaram do que ouviram e quiseram eliminar a canção do repertório do Nirvana. Achavam que a música tinha o estilo muito parecido com o da banda Pixies — o que realmente tinha sido a intenção de Kurt. Mas o líder do Nirvana insistiu na ideia, a canção foi trabalhada por semanas e deu no que deu: um clássico do rock que fez o Nirvana ser conhecido no mundo todo de uma hora para outra.
O U2 tinha o começo e o final da música definidos, mas faltava o meio. O trabalho para encontrar as palavras e acordes certos tomou muito tempo e chegou a irritar o produtor Brian Eno. Ele sugeriu que o U2 apagasse todas as gravações da canção e recomeçasse do zero. Acredita-se que a esperança de Eno, na verdade, fosse a de que a banda desistisse daquela música, que estava atrasando a gravação do álbum The Joshua Tree. Mas ela venceu e acabou tornando-se um dos muitos hits da banda liderada por Bono Vox.
Quando a sensual Kiss toca em uma festa, ninguém fica parado. Mas essa não era a opinião dos executivos da gravadora Warner quando Prince a apresentou a eles. Acharam a música muito “crua” e não acreditavam que pudesse ser lançada como um single. Prince bateu o pé e Kiss foi sua terceira música a alcançar a primeira posição da parada de sucessos americana.
Michael Jackson, ao escrever a canção Billie Jean, ficou com a certeza de ter um grande hit nas mãos. Mas o produtor do disco Thriller, Quincy Jones, não pensava da mesma forma. Ele não gostava da música e quis dar um jeito de deixá-la de fora do disco. Como Michael estava irredutível, Quincy propôs algumas alterações, como cortar a introdução da música (justamente aquela batida que nos faz começar a dançar na hora!). Michael não deu o braço a torcer e Billie Jean transformou-se em um de seus maiores sucessos. E Thriller, no álbum mais vendido da história da música.
Ney Matogrosso gravou Homem com H, do compositor Antônio Barros, mas ficou em dúvida sobre incluí-la em seu álbum de 1981. Não por causa da letra, cheia de malícia e ambiguidade. Mas por causa do ritmo: ele nunca havia cantado um forró e sentia-se inseguro. O compositor Gonzaguinha o convenceu de que só ele era capaz de dar sentido àquela música como intérprete. É um dos maiores hits de Ney até hoje.
A censura da época, no Brasil, deixou este samba de Adoniran Barbosa durante 7 anos na gaveta. A música foi proibida em 1973 por causa do falar errado do autor, que reproduzia o sotaque paulistano da época, em palavras como “tauba”, “artomove” e “revorve”. “A falta de gosto impede a liberação da letra”, escreveu uma funcionária da censura no documento. Tiro ao Álvaro salvou-se do esquecimento com a gravação de Elis Regina, em 1980, quando finalmente foi liberada e fez um sucesso estrondoso nas rádios.
Rita Lee também teve problemas com a censura e várias de suas canções foram interditadas, como revelou no livro FavoRita (2018). Lança Perfume, um de seus maiores sucessos, quase não pôde ser gravada. O censor não ficou chocado porque a letra falava de uma substância entorpecente usada no Carnaval, mas por causa da expressão “me deixa de quatro no ato”, que considerou atrevida. Rita recorreu e conseguiu liberar Lança Perfume.
O produtor Tom Moulton havia criado um arranjo moderno para o clássico francês de Edith Piaf e uma cantora chamada Teresa Waiter já havia gravado a música. Teresa, porém, não queria lançá-la, pois temia ficar associada à onda da discoteque, o grande fenômeno da época. Uma cópia da gravação foi parar nas mãos de Grace Jones, com quem Moulton também trabalhava. Grace quis incluí-la no seu disco de estreia, embora o produtor tentasse dissuadi-la da ideia, pois o arranjo pertencia a outra artista. Não teve jeito: a versão pop de La Vie En Rose foi um sucesso e lançou a carreira da artista jamaicana.
A compositora carioca Luhli colocou uma letra cheia de magia, fadas, sacis e pirilampos em uma melodia de ritmo português criada por João Ricardo, líder dos Secos & Molhados. Só que João não gostava da música, achava-a simplória e não queria lançá-la no álbum de estreia da banda. Foi o cantor Ney Matogrosso quem insistiu na canção, alegando que, como não era compositor, tinha direito a escolher uma música. O Vira foi um estouro!
Quando a cantora Elis Regina recebeu a fita de Atrás da Porta, do compositor e pianista Francis Hime, a letra não estava pronta, faltavam alguns versos finais. Ela teve de pedir que Chico Buarque, autor da letra, terminasse o trabalho para incluir a música no seu disco de 1972. Chico completou a tarefa na última hora e, por pouco, Elis não fica sem a canção.
What’s Going On é um dos maiores sucessos de Marvin Gaye, ninguém discute. Mas o cantor teve trabalho para convencer o dono da gravadora Tamla-Motown, Berry Gordy Jr, de que estava certo. Berry não gostava de canções com temas políticos, caso de What’s Going On, que comentava a brutalidade da polícia contra ativistas do movimento pelos direitos civis nos Estados Unidos. Marvin jogou pesado: ameaçou quebrar seu contrato com a gravadora caso a música não fosse lançada.
A equipe de vendas da gravadora Columbia quase engavetou o clássico de Bob Dylan. Achavam a música muito longa, com seus seis minutos e dez segundos. Mas um executivo da gravadora, contrariando os colegas, levou uma cópia da música para tocar em um clube noturno de Nova York, onde a gravação foi imediatamente bem recebida. Profissionais influentes do rádio nos Estados Unidos também aprovaram a música de imediato e exigiram que o disco fosse editado. É o maior sucesso de Dylan até hoje.
Satisfaction é a canção que define a banda inglesa Rolling Stones. Porém, se dependesse apenas do guitarrista Keith Richards, ela não sairia do papel. Richards achava que seu riff de guitarra era muito parecido com o da canção Dancing In The Street, sucesso de Martha & The Vandellas. Na verdade, ele não achava Satisfaction uma música boba. Mas Mick Jagger, seu parceiro na composição, ficou entusiasmado e colocou gás na banda para gravá-la.
A canção Moon River, interpretada por Audrey Hepburn em uma linda cena do filme Bonequinha de Luxo (Breakfast at Tiffany’s), quase foi cortada da história. Depois de uma pré-estreia, o presidente da Paramount Pictures ordenou que a música fosse eliminada. A própria Audrey defendeu sua permanência com firmeza: “Só por cima do meu cadáver!”, ela disse, para sorte do compositor Henry Mancini, autor da canção. E de todos nós.
Over The Rainbow, escrita por Harold Arlen e Yip Harburg, é uma das grandes canções do século 20, interpretada por centenas de cantores e músicos dos mais diversos estilos. Mas quase ficou de fora de O Mágico de Oz (The Wizard of Oz), filme em que foi lançada. Louis B. Mayer, dono dos estúdios MGM, achava que a cena em que Judy Garland cantava a música deixava o filme arrastado e chegou a mandar cortá-la logo após uma pré-estreia. Prevaleceu, porém, a opinião de Arthur Freed, um dos produtores associados do filme, que defendeu Over The Rainbow com unhas e dentes.
E você, o que achou da nossa lista de canções? Quais suas preferidas? Ou acha que alguma delas não deveria mesmo ter sido gravada? Conte para a gente nos comentários.