15 Relatos sobre como as atitudes dos pais na infância podem marcar as pessoas pelo resto da vida

Que a criação influencia diretamente na formação do caráter de uma criança, é um fato. No entanto, nem todos os pais entendem como suas ações e palavras podem acabar afetando esse processo e deixando marcas profundas em seus filhos, que muitas vezes dificultam sua jornada de amadurecimento.

Nós, do Incrível.club, encontramos diversos relatos tocantes sobre como os pais também podem errar, mesmo que não tenham consciência disso, e estamos prontos para compartilhá-los com você. Acompanhe!

• Eu e a minha mãe não temos a melhor das relações. Mas com o nascimento do meu filho, ela ficou mais tranquila, ou pelo menos era o que parecia. Até que uma vez ela disse que se o seu neto de 1 ano não fosse abraçá-la ao encontrá-la, então “ele deveria apanhar com mais frequência para ter medo e respeito”. Ao que respondi: “E ódio”. Nos despedimos da minha mãe imediatamente e fomos para casa. Desde então, meu filho não se comunica com ela, com exceção do dia do seu aniversário, quando ela telefona para dar parabéns. © 2.54ovochka / Pikabu
• Lembro-me de chegar em casa da escola uma vez, pressionar meu ouvido contra a porta e escutar o meu pai gritando para a minha mãe tudo que ele não gostava em mim. Foi uma das piores experiências da minha vida. Diferentemente dele, eu tinha dificuldade em socializar com as pessoas, e essa era uma de suas maiores críticas. Isso me destruiu. Depois de um dia estressante e cheio de ansiedade no colégio, cheguei em casa apenas para encontrar o meu pai me atacando pelas minhas costas para a minha mãe. E mamãe só podia ficar sentada ouvindo, pois ele agia como um ditador, ninguém o questionava. © David Godfrey / Quora
• Quando era criança, eu só andava maltrapilha, pois a minha mãe não queria comprar roupas novas. Ela trazia bolsas cheias de peças velhas de conhecidos, nem mesmo roupas íntimas ela comprava. Eu era excluída na escola, constantemente faziam bullying comigo, não tinha amigos. No ensino médio, uma conhecida me disse que todos pensavam que eu era de uma família de poucas condições e que por isso não gostavam de mim. Como resultado, me fechei bastante para o mundo, e é muito difícil me relacionar com as pessoas. “Pelo menos, diferentemente das outras pessoas, você sabe como valorizar as coisas novas”. Obrigada por isso, mãe. © Podslushano / VK
• A minha irmã sempre foi excelente nos estudos e também uma pianista de sucesso durante o ensino médio. Meus pais nunca a obrigaram a fazer nenhuma das tarefas domésticas que eu tinha de fazer para “preservar as suas mãos para o piano”. O desempenho exemplar da minha irmã na escola, nos clubes e no piano também a fazia ser constantemente elogiada pelas pessoas ao seu redor. Agora, na casa dos 20 anos, ela não sabe fazer atividades básicas do dia a dia, como cozinhar e limpar, e é incapaz de aceitar qualquer crítica, não importa quão insignificante seja. © ribbitfrog290 / Reddit

• Quando eu estava no ensino médio, media 1,72 m e pesava 40 kg. Mas tudo o que todo mundo falava era sobre como era magra e bonita — especialmente a minha mãe. Tudo o que eu realmente trabalhei para conquistar, como o prêmio de Jovem Escritor Literário, era deixado em segundo lugar. Tenho 33 anos e ainda tenho dificuldade em me sentir bem com as minhas conquistas, pois elas nunca foram tão importantes quanto ser magra e bonita. © MadameBurner / Reddit
• Fomos visitar meus pais com a primeira neta deles e passar dois meses lá. Já na semana seguinte eles começaram a esquecer que eu era adulta e a se comportar da mesma maneira como fizeram durante toda a minha vida. A diferença é que não me batiam. Eu pedi à minha mãe que não fizesse isso com a minha filha e que parasse de me aborrecer, já que ela já tinha jogado todas as tarefas e despesas domésticas para mim. Ela ficou ofendida e não fala comigo há um ano. Meus pais não conhecem ainda seu segundo neto, e ele já tem 3 meses. Meu pai me manda imagens nas redes sociais do tipo: “Não escolhemos os nossos pais”, “Quando sua mãe não estiver mais aqui, você vai lamentar”. Como eles são meus pais, sempre têm razão. E se eu contestar alguma coisa: “Não aconteceu nada, você está inventando coisa”. © Nushik / Pikabu
• A minha filha caiu no choro quando a sua avó desligou o telefone dizendo: “Eu estou internada no hospital e você aí se divertindo”. Minha pequena tinha apenas contado o que fez naquele dia. Depois disso, ela disse: “Mamãe, eu não quero contar mais nada à vovó”. Na hora, senti um nó na garganta, me lembrei da infância e da minha mãe dizendo que eu sempre era a culpada e que “as filhas dos outros eram tão inteligentes”. Minha pequena respondeu: “Não chore, mamãe, e lembre-se: compartilhe as suas alegrias apenas com aqueles que podem se alegrar com você”. Quem me dera alguém tivesse me dito isso no passado. © nellymilana / Pikabu
• Lembro-me de uma vez quando tinha 16 anos e a minha irmã 12 e era aniversário da minha mãe. Na época, não tínhamos muito dinheiro. Então, enquanto passeávamos com o cachorro no parque, nós recolhemos garrafas para poder ganhar um dinheiro e presentear mamãe com um bule para café turco, pois ela adora café. À noite, depois que os convidados saíram, nossa mãe começou a chorar, dizendo que recentemente tinha sido aniversário de uma colega de trabalho e os filhos dela deram uma máquina de lavar roupa de presente, e nós apenas lhe demos um bule para café turco. Acontece que os filhos da colega dela já eram adultos e trabalhavam, e nós não passávamos de crianças. Ela fez a gente se sentir realmente culpada naquele dia. © Arochka / Pikabu

• A memória mais humilhante da minha infância está relacionada à minha mãe. Eu tinha virado mocinha, e mamãe sabia disso, mas ela raramente comprava absorventes para mim, e quando o fazia, sempre pegava os mais baratos, daqueles que parecem uma folha com um pedaço de algodão e são desconfortáveis para andar. Uma vez, tive de cortar um pano de algodão para poder andar com ele, e depois lavá-lo. Até hoje não entendo que tipo de economia era aquela. E ainda me lembro da sensação de desconforto. © Podslushano / VK
• Na minha casa, eu sou praticamente responsável por tudo. Sou a filha adolescente com um coque perpétuo na cabeça, com mãos que cheiram à água sanitária e que cozinha desde a infância. A minha mãe diz: “E para que mais eu dei à luz?” E sai para trabalhar, passear no shopping ou para um café. Eu gostaria de ter uma vida como a dos outros adolescentes. Mas... está na hora de eu limpar o chão. © Podslushano / VK
• Mamãe me perguntou uma vez por que as minhas irmãs mais velhas não iam visitar ela e o papai. Eu, claro, permaneci em silêncio, pois explicar é inútil. Afinal, você visitaria estranhos? Minha mãe não participou da vida delas: “Se precisarem de algo, elas mesmas façam”, dizia. Daí a surpresa dela quando, aparentemente “do nada”, todas nós nos separamos de nossos esposos: “Ah, eu pensei que estava tudo bem com todas vocês. Seus maridos eram homens bons. Eles que devem estar se separando de vocês, não?” Não, querida. Eles que nos fizeram infelizes. Mas como a senhora poderia saber disso? Toda vez que uma de nós lhe contava algo, apenas ouvíamos “você é a culpada” como resposta. © Mama2ix / Pikabu
• Na infância, minha mãe ficava irritada sempre que eu falava que quando crescesse iria me tornar uma designer de moda famosa. Uma vez, ela não se aguentou e gritou comigo dizendo que eu seria, no máximo, uma costureira em uma fábrica. Hoje eu cresci, me formei como designer gráfico e ganho muito bem. Apenas recentemente descobri que a minha mãe também desenha bem e até já tinha feito um portfólio com esboços de roupas, mas meus avós a tinham proibido de seguir essa profissão. © Podslushano / VK

• Quando tinha 6 — 7 anos, um colega de classe roubou um dinheiro em casa e, quando foi pego, disse aos seus pais que tinha dado tudo para mim. Os pais dele foram à escola e, com os professores, me perguntaram repetidas vezes onde eu tinha guardado o dinheiro roubado. Para sair daquela situação, eu disse assustado que a quantia estava na minha casa. Uma funcionária da limpeza me levou até em casa e contou tudo à mamãe. Vivi um verdadeiro pesadelo. Me trataram muito mal, e eu só chorava... mas ninguém me escutava. Nenhum dinheiro foi encontrado e me deixaram em paz mais tarde. © Shashikant Sharma / Quora
• Quando um dos meus filhos tinha alguma dificuldade, meu pai sempre me aconselhava a lhe dizer o quão bom o irmão dele era. Por exemplo: “Seu irmão tira notas boas, então você também é capaz de tirá-las”, ou “Seu irmão nunca se comportou desse jeito, você também não deveria”. Eu tinha de pedir constantemente para o meu pai não falar essas coisas. No fim, disse que se ele falasse isso novamente, eu o proibiria de ver as crianças. Ele parou depois disso. Isso me deixou tão irritada! Os meus filhos têm identidades individuais. O que funcionou para um, certamente não funcionará para o outro, por isso comparar os dois não serve de nada, a não ser piorar a situação. © bookworm1421 / Reddit
• Eu cresci em um ambiente familiar no qual acreditava-se que os meninos não deveriam chorar. Quando já era adulto, minha mãe me disse que se arrependia de ter me criado dessa maneira. Ela falou que só queria me deixar um pouco mais forte, de forma que eu não desmoronasse nas pequenas dificuldades da vida. Mas agora não consigo chorar, nem quando deveria. Com o tempo, mamãe aprendeu que é normal e até saudável que homens chorem ou demonstrem suas emoções. © AnimasMaker / Reddit

Bônus da autora

• Meus pais só me deixavam ir em festas de aniversário acompanhada da minha irmã mais nova. Uma vez, ao chegar em uma festa, a avó da minha amiga me perguntou: “Quantos anos vocês ainda vão ter de ficar indo juntas para todo lugar?” Comecei a falar para os meus pais que não queria levá-la junto, mas eles apenas respondiam que sem minha irmã eu não iria para lugar nenhum. Mas o pior é que agora a minha mãe está tentando me convencer que eu inventei tudo e que isso nunca aconteceu. Até a minha irmã, com quem finalmente tenho uma boa relação, se lembra. Contudo, minha mãe se recusa a admitir.

Que atitudes dos seus pais você nunca repetiria na criação dos seus filhos? Se pudesse, o que gostaria de ter mudado na forma que seus pais o educaram? Compartilhe seus relatos com a gente na seção de comentários.