15 Frases que, muitas vezes, ouvíamos dos nossos pais, mas que não queremos repetir aos nossos filhos

Crianças
há 4 anos

Certamente, não podemos dizer que todos os pais são iguais, mas muitos deles só querem o melhor para seus filhos, mesmo que às vezes seja difícil de acreditar nisso. Alguns optam por métodos de ensino tão rígidos que podem acabar influenciando o futuro dos filhos. E nem sempre positivamente. Já escutamos tantas vezes as frases: “Você precisa me obedecer”, “Mas você é uma menina”, “Enquanto viver sob o meu teto...”, entre outras. À primeira vista, essas frases podem parecer inofensivas, mas muitas vezes só nos damos conta do verdadeiro efeito delas na vida adulta. Por isso, gostaríamos de propor uma reflexão com as histórias abaixo para saber até onde vai a influência parental.

Nós, do Incrível.club, decidimos relembrar algumas histórias da nossa infância que ficaram marcadas em nossa memória. E, além disso, outros internautas também nos ajudaram a formar a coletânea de hoje. Acompanhe!

“Vou devolver você para o orfanato”

Quando eu não me comportava bem, minha mãe dizia: “Olha que vou devolver você para o orfanato, hein?!” ou “Vou entregar você para morar com o vizinho”. Uma vez ela realmente ligou para alguém e disse que queria me devolver. Eu fiquei tão assustada e disse a ela que iria me comportar. Ela ficou satisfeita e desligou o telefone. Eu não consigo tirar esse dia da memória. Desde então, passei a acreditar que se não me comportasse bem, ela iria simplesmente me descartar, como se nunca tivesse me amado. Parcialmente por conta disso, já estive em diversos relacionamentos tóxicos em que eu aguentava abusos somente por medo de perder a pessoa amada.

“Você precisa ser a melhor”

Quando eu chegava da escola após tirar “8” em uma prova e explicava que a turma inteira não tinha ido bem, minha mãe dizia: “Eu não me importo com as notas dos seus colegas, você precisa ser a melhor da sala”. E depois complementava com o clássico: “E se todo mundo pular do telhado, você vai pular também?” Por conta disso, eu me tornei uma perfeccionista e tenho dificuldades de desfrutar das coisas simples da vida.

“Quando você crescer, vai entender”

Quando minha mãe não sabia mais como responder aos meus “porquês”, ela respondia assim: “Quando você crescer, vai entender”. E também dizia: “Quando você chegar na minha idade, aí nós conversamos”. Aquilo me irritava demais, e só instigou ainda mais a minha curiosidade. Eu passei a prestar mais atenção nas crianças mais velhas, a fazer amizade com elas e a ganhar a confiança delas. Na adolescência, eu me envolvi com más companhias, comecei a beber e a fumar. Eu queria crescer o mais rápido possível para que pudessem me notar, me ouvir e que dessem valor à minha opinião.

“Não sabia que era um segredo tão sério”

Eu gostava de uma menina da minha sala no 5º ano do colégio. Gostava muito dela, mas não era recíproco. Minha mãe notou que eu andava meio cabisbaixo e perguntou o que tinha acontecido. Eu não quis dizer. Mas o amor infantil é muito frágil, por isso não aguentei e contei tudo para ela, dizendo que aquele assunto deveria ficar somente entre nós dois. Após voltar da escola certo dia, entrei em casa e notei que minha mãe conversava com suas amigas na cozinha, dando altas risadas. Eu me aproximei e notei que elas falavam de mim e do meu “amor não correspondido”. Todas gargalhavam. Entrei e disse: “O que é isso?! Você me prometeu!” Ela respondeu: “Nossa, mas não sabia que era um segredo tão sério assim”. Desde então, nunca mais contei nada para minha mãe, e isso mudou muito nosso relacionamento. © Molotokmark / Pikabu

“Deixe que eu mesma faço”

Se eu tentasse fazer alguma coisa em casa, minha mãe logo dizia: “Ai, deixa que eu faço sozinha, você não tem experiência”. Quando me tornei adolescente, no entanto, ela adorava reclamar para os outros sobre como eu era uma filha dependente, que não ajudava com as tarefas domésticas e não sabia nem fritar um ovo. Mas, como eu poderia aprender alguma coisa se ela nunca confiava em mim? Mesmo depois que eu tive meu primeiro filho, ela me ligava e explicava como fazer tudo, como se eu fosse burra e incapaz de fazer coisas simples. Meu filho ainda é pequeno, mas eu busco estimular o interesse dele sempre. Não me importo se ele não conseguir de primeira, o importante é que ele tente.

“Não pode bater em menina”

Quando eu tinha cerca de 8 anos, uma menina da minha classe gostava muito de mim. Mas ela só sabia expressar seus sentimentos por meio da violência: derrubava minha mochila, batia com o livro na minha cabeça... Eu aguentava. Principalmente porque meus pais sempre diziam que eu não podia encostar em meninas. O meu cérebro de criança entendeu aquilo como: você não tem direito de se defender se alguma menina estiver batendo em você. Mas um dia eu não aguentei a tortura e empurrei ela com muita força. Evidentemente, ela se queixou com a professora, e eu fui obrigado a me desculpar na frente de toda a classe. Em casa, houve a mesma repercussão. Hoje, quando alguma mulher grita comigo, ou me confronta, eu fico totalmente perdido. Nunca sei como reagir, e isso me deixa enfurecido.

“Homens não choram”

“Você é um homem ou um rato?”, “O que é isso?! Homem não chora!” — talvez muitos meninos já ouviram essas frases quando crianças. Acho que nunca ouvi palavras de amor vindas do meu pai. Eu queria que ele sentisse pena de mim pelo menos uma vez, ou talvez só que me abraçasse. Queria sentir que ele se importava comigo de alguma forma. Minha esposa se incomoda até hoje por eu ainda não ter aprendido a demonstrar sentimentos, a corresponder ao amor que ela me dá, ser sincero e visceral. E sim, não chorei nem assistindo Titanic. Queria chorar, mas não consegui.

“Isso é só um brinquedo”

Eu tinha um brinquedo favorito: um telefone de mentira. Ele era muito especial para mim, pois eu não o tinha apenas recebido como presente, mas mereci ganhá-lo. Ganhei esse telefone em uma brincadeira com várias crianças da escola. Todos me aplaudiram, foi mágico. Um dia meu brinquedo não estava mais no seu devido lugar, e minha mãe disse: “Ah, a tia Patrícia veio com seu priminho para cá, e ele gostou tanto do brinquedo que eu acabei deixando com ele”. Eu fiquei tão indignada e ressentida que meus pais se surpreenderam e disseram: “Nossa, mas isso é só um brinquedo, depois compramos outro. Não precisa fazer esse escândalo todo!” Foi essa a resposta que recebi. Minha filha tem apenas 1 ano e 9 meses, mas eu tento ensiná-la a não pegar as coisas dos outros sem pedir. E os brinquedos dela eu não empresto para ninguém, pois não temos como saber o quanto a criança realmente se apegou a alguma coisa. © Lozbenidze / Pikabu

“Eu faço tanta coisa por você, e você...”

Minha avó sempre me apoiou, tanto na infância como nos meus anos de estudante: ela me ajudava com as matérias, me dava conselhos de vida, mandava dinheiro, apesar de eu nunca pedir por nada disso. E depois, se eu fizesse algo de errado, ela dizia: “Nossa, eu faço tanta coisa por você, te ensinei tanto”. Sempre ficava envergonhada e chateada por minhas ações “incorretas”. E mais tarde, quando me tornei adulta, comecei a me aborrecer com essas palavras. Por isso, desenvolvi 2 complexos a partir da infância: todo tempo eu tento sempre ser a melhor no que faço e, quando algo não sai do jeito que quero, fico extremamente nervosa; raramente peço ajuda aos outros, mesmo que precise muito, simplesmente para não ficar devendo nada a ninguém.

“Não inventa história”

Meus pais tinham o costume de contar aos amigos, sorrindo, que a filha deles não sabia nem pegar uma bola direito. Eu ficava irritada com aquilo, mas aprendi a reagir somente aos 20 anos. O que eles fizeram para que eu aprendesse a pegar uma bola? Nada. Eles não só não tentavam incentivar meus interesses, como não me deixavam nem sair na rua. Diziam que eu podia cair e me machucar e, por isso, era melhor que eu ficasse em casa lendo livros. Eu não podia ir à piscina, às aulas de dança. Quando fiquei mais velha, o controle só aumentou, principalmente no quesito “relacionamentos”. Passaram-se já muitos anos, mas as mágoas daquela época permanecem. Meus filhos riem de mim hoje, dizendo que a mãe deles só sabe trabalhar e ler livros. © Zy26 / Pikabu

“Vamos comprar isto para você, mas é como se fosse seu presente de aniversário”

Meu aniversário nunca foi realmente comemorado. Nossos parentes se reuniam em casa, alguns amigos dos meus pais, e depois todos iam embora. Sempre me davam de presente alguma coisa importante e útil dizendo: “Vamos comprar isto para você, mas será o seu presente de aniversário”. Nunca me fizeram nenhuma surpresa ou me deram algum presente simples e bobo. Meu aniversário era sempre na época das férias e, por isso, também não celebrava com meus amigos da escola. Por conta de tudo isso, eu me acostumei a não me importar mais com esse dia e hoje prefiro não celebrá-lo.

“Mas você é uma menina!”

Enquanto meu irmão mais velho aprendia a andar de bicicleta, brincava de polícia e ladrão e pega-pega, eu olhava com inveja para os meninos brincando. Estava sempre de vestido e com tranças “perfeitas” na cabeça (toda manhã aguentava chorando enquanto faziam as tranças). Se eu quisesse brincar com eles, minha mãe me puxava na hora e dizia: “Você é menina!”, e me levava para casa. Como ficava chateada e triste com aquilo: eu também queria brincar na rua e ralar o joelho. Como de se esperar, aos 13 anos eu cortei o cabelo na altura da orelha, passei a usar apenas tênis e jeans rasgados. Hoje eu entendo que esse foi o meu “protesto”. Agora estou grávida de uma menina e certamente não irei forçá-la a seguir esses estereótipos ultrapassados.

“Nossa, minha filha e a Natália são tão diferentes!”

Eu tenho uma prima, Natália. Na época ela tinha 18 anos, e eu tinha uns 9. Ela teve a oportunidade de estudar na Alemanha em um programa de intercâmbio e já tinha até um namorado lá esperando por ela. Uma vez escutei meu pai dizer: “Olha só a diferença entre a Natália e a Maria (eu)! A Natália é tão independente”. As palavras dele me pareceram tão injustas naquele momento. E, possivelmente por conta disso, hoje eu frequentemente me comparo com outras pessoas. Sempre busco encontrar certas qualidades nos outros que eu talvez não tenha, assim como identificar o que em mim poderia causar inveja nos outros.

“Você precisa perder peso”

Minha mãe sempre me dizia que eu estava acima do peso: “Sim, você com certeza ganhou uns quilinhos. Mas uma hora ou outra alguém vai sentir pena e se casar com você mesmo assim”. E sabe o que é pior? Eu nunca estive realmente acima do peso. Tudo bem, eu não era magra, mas meu corpo era normal, com curvas. Mas por culpa da minha mãe, eu cresci complexada com meu peso e cheia de inseguranças. E não importava quantos exercícios fizesse ou quantas dietas, eu continuava odiando a imagem que via no espelho. Quando algum rapaz se interessava por mim, eu pensava que ele devia estar sentindo pena de mim. Continuei a pensar dessa forma até mesmo depois de me casar. Somente após muitos anos eu consegui acreditar que meu marido realmente me amava e me achava uma mulher bonita. © “Палата № 6”

“Você precisa obedecer e respeitar os adultos”

Minha mãe sempre me dizia que eu devia obedecer e respeitar os adultos. E isso me persegue até hoje quando preciso falar com alguma pessoa desconhecida: tenho um bloqueio para tratá-la de igual para igual. Mas o pior mesmo aconteceu quando eu tinha 6 anos. Um carro se aproximou de mim, um homem velho abriu a janela e disse que eu precisava ir com ele, pois minha mãe “tinha pedido”. Eu pensei: se eu não obedecer, ela provavelmente irá me castigar depois. Eu estava pronta para entrar no carro quando nosso vizinhou viu aquela cena e veio me resgatar. Se não fosse por ele, provavelmente eu não estaria aqui hoje contando essa história. Eu via os adultos como figuras de autoridade inquestionável. Hoje, tento explicar para meu filho que os adultos não são perfeitos — eles podem ser pessoas ruins e inconsequentes e, por isso, não devemos confiar em ninguém de olhos fechados.

Não é à toa que os psicólogos dizem que os traumas mais significativos surgem na infância. Quais as frases que seus pais diziam e que você não gostaria de repetir aos seus filhos? Comente!

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Minha prima é toda independente e saber fazer tudo sozinha, desde pequena o que ela não sabia ensinavam pra ela, no meu caso ninguém nunca me deixou fazer nada por eu "não saber" fazer, mas também ninguém nunca se preocupou em me ensinar como fazer. Hoje a maioria dos meus parentes me repreendem por eu não ajudar minha vó ou minha mãe, até mesmo as duas que nunca me encorajaram a aprender e sempre me afastavam quando eu tentava aprender sozinha.

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"vc é a mais velha por isso vc tem cuidar dos seus irmãos" na época eu tinha 7 minha eu tinha q cozinhar , limpar a casa, ajudá-los a se vestir para irmos a escola mas a minha tinha irmã 6 e meu irmão 5 ,agora tenho 31 e tenho uma filha de 11 anos e morria de medo de engravidar em seguida para minha filha não passar o q eu passei ela sempre me cobra "mãe quando eu vou ter um irmão"até hj isso me assombra ,😓😖

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