14 Pessoas que, cansadas de ter seu trabalho desvalorizado, postaram a indignação na internet para que todos soubessem

Gente
há 3 anos

Nossos avós diziam: “É só trabalhar bastante, que o resto virá”. Infelizmente, a realidade não é bem assim: nem sempre um bom cargo, cheio de responsabilidades e tarefas, remunera de forma a garantir uma vida digna. Diante dessa situação, alguns toleram, outros exigem promoções e há, ainda, aqueles que partem de cabeça erguida em busca de uma vida melhor.

Nós, do Incrível.сlub, coletamos relatos de internautas insatisfeitos com o fato de não terem o trabalho devidamente reconhecido pelas empresas que os contrataram. E no bônus, apresentamos o depoimento de quem tomou iniciativa e partiu em busca do salário que considerava justo.

  • Comecei na empresa ainda jovem e, com o tempo, me tornei mestre de oficina do primeiro turno. Um dia recebi um recado do RH: “Você ainda não tem uma família, é cheio de energia e inteligente. Será o coordenador das oficinas no segundo turno. Vamos remunerar com um salário compatível com as responsabilidades”. Uma semana depois de eu começar a fazer dois turnos, o mestre do terceiro turno adoeceu e o RH me propôs: “Você pode assumir também o terceiro turno? Vai receber o salário de três coordenadores”. Eu concordei de imediato. De repente, o coordenador sênior saiu para uma viagem de negócios e o RH novamente me solicitou: “Você será o coordenador sênior e receberá por todas as suas atribuições”. Trabalhei quase um mês nessa modalidade, dormindo nas mesas e durante algumas reuniões matinais. Então, chegou a hora de receber meu primeiro salário referente a essa nova jornada e o RH me chamou: “Não podemos pagar por tantas horas, pois a lei não permite, então pagaremos as horas extras como se fossem horas em treinamento”. No final, recebi menos de um décimo do que seria o salário de um coordenador e resolvi pedir demissão. A empresa ficou muito ofendida com meu pedido de desligamento. Disseram que um trabalho bom como aquele eu não acharia em nenhum outro lugar. Sim, eles não se enganaram: não encontrei em nenhum outro lugar tais condições: ser obrigado a trabalhar por três turnos seguidos sem receber o valor correto. © volchek1024 / Pikabu
  • Uma amiga, com duas faculdades concluídas, professora de universidade e com doutorado, recebia um salário considerado médio para alguém com tamanha qualificação. Então, ela fez cursos sobre como cuidar de sobrancelhas. No começo, cuidou apenas de algumas amigas depois do trabalho principal, mas, com o passar do tempo, abandonou seu emprego e passou a se dedicar exclusivamente à função de esteticista. Ao final de um ano, ela já conseguia ganhar melhor do que na universidade. Perguntei se voltaria a dar aulas. E ela disse: “Você sabe, enquanto eu, como professora, receber menos do que recebo para cuidar de sobrancelhas, não tenho nada a ensinar às pessoas”. © Palata № 6 / VK
  • Trabalho em uma grande rede de farmácias, mais de 150 unidades na região e arredores. São os gerentes que recebem as mercadorias, montam as vitrines e coordenam as lojas. Eles recebiam um salário justo pela função e as realizavam com maestria pois eram qualificados. Quando os salários foram cortados, quase todos os gerentes pediram demissão e a empresa passou a contratar qualquer um. Como resultado, a rede passou a ter mercadorias extraviadas, clientes que não recebiam seus pedidos, lojas com problemas de gestão e, por fim, queda nos lucros. Ainda assim, os donos da rede decidiram não pagar um centavo a mais. © morglugl / Pikabu
  • Trabalho como maquiadora. Certa noite, atendi uma menina que, durante o processo, dizia “sim” a todas as minhas sugestões. Ao terminar, ela se virou para o espelho e disse sarcasticamente: “Não gostei, mas vou pagar a metade para não te deixar no prejuízo”. Fiquei levemente atordoada, mas não demonstrei e retruquei: “Ok, então tiramos metade da maquiagem”. Ela me entregou o dinheiro em silêncio e saiu sem se despedir. © Podslushano / VK
  • Ontem, trabalhei muito para adiantar e deixar pronta toda a programação para hoje. Não adiantou nada, pois tive de refazer tudo em 15 minutos porque “ah, bom, esse motorista é mais necessário para o outro funcionário”. Não vale a pena querer adiantar o trabalho. Sempre, de última hora, alguém decide mudar tudo! © agi_wanijima / Twitter
  • Trabalhei em uma revendedora de automóveis japonesa em 2009. O país estava em ascensão e a concessionária vendia até 380 carros por mês. Chovia dinheiro! Os vendedores trabalhavam até 4h da manhã e dormiam na loja proporcionando para as revendedoras um aumento sem precedentes nos lucros. Chegou a hora do salário, o extrato foi submetido à assinatura do gerente geral da rede de lojas, e então ele comentou irritado: “Tanto dinheiro para vendedores? Pague 2 mil apenas para cada um e estabeleça esse valor como teto salarial”. No mês seguinte, os “turnos noturnos” pararam. Exatamente às 20h todos os vendedores se levantavam e iam embora. Um mês após a decisão “sábia” do gerente geral, o lucro das lojas caiu pela metade. © Schuhov / Pikabu

“Trabalho o equivalente ao que me pagam”

  • Consegui um emprego em uma lavanderia. O salário não era dos melhores, mas o suficiente para sobreviver. Logo no primeiro dia, começaram a gritar comigo: “Você trabalha devagar! Não sabe ligar a máquina de lavar! Não é assim que se opera a centrífuga!” Eu estava começando, deveria ter tempo para aprender e apenas estava com medo. Eles deveriam respeitar mais os funcionários; se fosse para ser daquele jeito, poderiam enxugar os próprios trapos. © Bolschoy / Pikabu
  • Um homem entrou, comprou flores e começou a gritar dizendo que estragamos seu humor porque cobramos a montagem do buquê. Começamos a explicar a ele que a montagem incluía o trabalho de um florista. Indignado ele retrucou: “O que há de tão difícil que exige um profissional específico?” Bem, ok, pode montar você mesmo. © Bloopeers / Twitter
  • Trabalho como manicure. Tenho clientes que não valorizam meu tempo, nem meu trabalho. Por exemplo, durante o procedimento, eles começam a falar ao telefone: “Estou na manicure... sim, ela pode esperar”. Ou então começam a pechinchar no final: “Você pode fazer mais barato?” Sim, posso, as unhas feitas com massinha de modelar são bem mais em conta! © Podslushano / VK

“Promoção: unhas rápidas, por um preço módico e uma pulseira de presente!”

  • Trabalhei dois dias como entregador. Impossível: só recebíamos gorjetas e o salário era pago uma vez por semana. E, claro, descontavam as multas que muitas vezes eram incompreensíveis. Eram pedidos em cima de pedidos; mal cheguei ao primeiro destinatário e tinha de estar no segundo em cinco minutos. E a comunicação com o serviço de suporte era somente via chat. © Evgenii Petrov / Yandex Q
  • Sabe como é difícil ser advogado? Você dá a eles um parecer jurídico e, se não for a favor do que querem, começam a comentar: “Minha tia me disse outra coisa...”, “Uns advogados me disseram que era completamente o contrário do que você está dizendo...” Ou começam a falar sobre seus problemas, enviar documentos e, para não pagar nada, ainda afirmam: “Não é nada sério, é só para você dar uma olhadinha, ver se está tudo de acordo”. © Kseniia Mikhailova / VK
  • Eu estava procurando um emprego como caixa em uma loja. Li sobre uma vaga em um classificado e lá dizia: “Trabalhe dois dias por semana e ganhe até 2,5 mil reais por mês”. Acreditei ter pela primeira vez encontrado uma boa oportunidade. Fui para a entrevista e descobri que era preciso trabalhar cinco dias por semana e das 8h às 23h com folga flutuante. E o salário era de 1,5 mil reais mensais. Segundo o entrevistador, dava para tirar até 2,3 mil se fizesse hora extra. Perguntei a ele por que o site trazia uma informação, mas na verdade tudo era diferente e ele me deu uma resposta brilhante: “Não anunciamos vagas. Isso é feito por uma empresa terceirizada, nós apenas fazemos a solicitação a ela”. Bem legal, eu acho, obrigado. Fiquem com o emprego para vocês. © FoxMAU / Pikabu
  • Eu e minha amiga trabalhávamos como garçonetes em um restaurante chique. Certa vez organizamos um evento de última hora e de forma rápida para um homem poderoso e rico. No final, como agradecimento, ele deixou 1.000 reais de gorjeta. Resolvemos dividir o valor com todos os funcionários: cozinheiros, churrasqueiro e administrador e por isso o dono do restaurante nos demitiu. Ele alegou que havíamos perdido o juízo e que uma gorjeta como aquela era muito para alta para profissionais com a nossa qualificação. © Illusial / Pikabu
  • Com conserto de eletrodomésticos, não é fácil de trabalhar. Você pede um prazo para diagnóstico de um a cinco dias, dependendo da complexidade do defeito e da quantidade de pedidos que tem no momento. No dia seguinte o cliente liga: “Você disse que hoje estaria pronto!” Também querem reparos urgentes. Só que, em geral, não há reparos urgentes; isso só prometem aqueles que querem tirar seu dinheiro. Mas, se digo isso ao cliente, ele responde que não se trata de uma urgência, mas de uma “emergência”. © Alexei Ivanov / VK

Bônus № 1

  • Na empresa onde trabalho, os salários estavam atrasados já fazia uma semana. Fui ao refeitório e vi o patrão comendo minha comida. Me aproximei silenciosamente por trás e falei: “Quando vão pagar o salário?” Bem, recebi em meia hora. É assim que funciona lá. © Palata № 6 / VK

Bônus № 2

  • Um colega do escritório admitiu que tinha um emprego extra. Como ele também tem um diploma de massoterapeuta, na hora do almoço faz massagem na cabeça dos nossos chefes e assim consegue receber um belo extra. Fiz um trato com ele: ele passou a oferecer para seus clientes massagem nos pés, me ensinou como fazer e treinei com minha esposa em casa. Agora, na hora do almoço, fazemos uma massagem de 15 minutos, literalmente da cabeça aos pés, o que confere um aumento de salário substancial. © Palata № 6 / VK

Você já viveu (ou vive) uma situação de receber muito menos do que considerava ou considera justo em uma vaga? Conte para nós!

Imagem de capa Illusial / Pikabu

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