13 Personagens românticos que, na verdade, não são o “príncipe do cavalo branco”

Arte
há 3 anos

Personagens masculinos da literatura clássica frequentemente nos parecem representantes exemplares do gênero. Os leitores se apaixonam pelo orgulhoso Sr. Darcy, pelo belo Edward Rochester, ou pelo persistente Rhett Butler. No entanto, se analisarmos cuidadosamente as ações desempenhadas por esses personagens, eles não nos parecerão mais tão perfeitos.

Nós, do Incrível.club, examinamos com mais atenção os heróis dos nossos romances favoritos e descobrimos uma mancha no passado de cada um deles. No bônus, você encontrará um dos personagens românticos mais populares da atualidade, a quem também temos perguntas a fazer.

Sr. Rochester (Jane Eyre, de Charlotte Brontë)

Quando Edward Rochester aparece pela primeira vez no romance, a personagem principal tem muita simpatia por ele, e não considera que, devido à distância social entre eles, o Sr. Rochester se comporta de forma arrogante e, às vezes, sem tato. Ao mesmo tempo, por mais de uma vez ele se vangloria por criar a filha de outra pessoa, porém, para o leitor fica evidente a frieza com que trata a criança.

Mais tarde, o Sr. Rochester recorre à manipulação e brinca com os sentimentos de Jane, às vezes mostrando atenção, depois declarando seu amor por outra mulher. A vítima de suas intrigas não é apenas a protagonista, mas também uma Lady a quem ele dá falsas esperanças de casamento. E tudo isso o Sr. Rochester faz na presença da sua esposa, uma mulher que sofre de distúrbios mentais. Claro que ele realmente parece ter sentimentos verdadeiros por Jane, mas seu amor é egoísta.

  • O traiçoeiro e rude Rochester não se parece com um príncipe dos sonhos de uma menina. © vasilis / LiveLib

Maxim de Winter (Rebecca, de Daphne Du Maurier)

O início do livro parece um conto de fadas. O Sr. de Winter — imponente, misterioso e rico — se apaixona por uma moça pobre e a pede em casamento. No entanto, ao trazer a jovem esposa para sua mansão, a alegria dela rapidamente se esvai, porque tudo ao redor lembra sua falecida antecessora.

Ao longo do romance, Maxim permanece cego aos sentimentos e medos da protagonista. Ele se esquiva das tentativas dela de conversar francamente, alegando que tudo não passa de um conflito, devido à diferença de idade do casal. Assim, Maxim ressalta que ela não é igual a ele e que os pensamentos e sentimentos da atual esposa não têm valor.

  • Maxim não desperta nenhuma simpatia, trata sua esposa como um animal de estimação. © MrsBee / LiveLib

O Mestre (O Mestre e Margarida, de Mikhail Bulgakov)

Apaixonar-se pelo Mestre não é difícil, porque ele é um homem interessante e sentimental. Mas, como muitas pessoas criativas, o desapego da vida cotidiana lhe é inerente. Ele nem lembra o nome de sua ex-esposa quando um vizinho de quarto no hospital lhe pergunta sobre ela. Isso sugere que, durante o casamento, o Mestre se concentrava apenas nele mesmo e em suas atividades criativas, e sua esposa não era nada importante.

Relacionar-se com pessoas como o Mestre requer algum sacrifício. Sua amada não deve esperar proteção nem apoio dele, pois, quem de fato precisa é o próprio. Ele encontra a felicidade apenas ao lado de Margarida, que está disposta a desistir de tudo o que possui, só para proteger seu amado dos inimigos e de si mesmo.

  • O Mestre é tão patético. Tudo o que ele faz é resmungar: “Deixe-me!” — e sofrer com o destino do livro que escreve. © Velary / LiveLib

Jay Gatsby (O Grande Gatsby, de Francis Scott Fitzgerald)

O amor de Gatsby por Daisy é hipnotizante. Para conquistar sua amada, ele se empenha em uma enorme escalada social, faz uma fortuna e tenta chamar a atenção com festas barulhentas. Mesmo o fato de sua paixão ser casada não o faz desistir dela. No entanto, o leitor fica alerta porque Jay não conhece Daisy bem.

Provavelmente, Gatsby não amava a Daisy real, mas, sim, sua imagem idealizada. Afinal, ele não teve a oportunidade de conhecê-la adequadamente durante os encontros fugazes na juventude. Podemos concluir que Gatsby ao se relacionar com Daisy teria uma decepção, se o autor escrevesse um final diferente.

  • A imagem da amada que Gatsby criou para si o tornou um tolo cego, sobre quem a criatura inferior chamada Daisy tem poder. Ele realmente a amava de corpo e alma? Ou apenas se apaixonou por uma imagem? © Tasha_Gaster / LiveLib

O príncipe Míchkin (O Idiota, de Fiódor Dostoiévski)

O ingênuo príncipe Míchkin desperta a simpatia do leitor. Estando cercado de pessoas de qualidades morais questionáveis, ele demonstra a nobreza de sua alma. Além disso, o príncipe é galante em relação às mulheres. No entanto, é difícil chamá-lo de noivo invejável e aqui está a razão.

Liev Míchkin é facilmente conduzido e também tem uma atração doentia por pessoas que, em sua opinião, precisam ser salvas. Portanto, quando há uma escolha entre duas mulheres, ele escolhe não aquela que ama de fato, mas a que tem um destino mais difícil. Esse sacrifício excessivo não traz felicidade a ninguém.

  • Na minha opinião, ele não é a pessoa maravilhosa que a maioria dos leitores acha. Pelo contrário, ele agrava todos os problemas ao dar falsas esperanças a pessoas que estão em uma situação completamente desesperadora. © chipotle / LiveLib

Angel (Tess Dos D’Urbervilles: Uma Mulher Pura, de Thomas Hardy)

Conforme o enredo do romance, a protagonista — Tess — após uma relação extraconjugal com um homem imoral, encontra Angel — gentil e sincero. Temos a impressão de que uma pessoa tão nobre pode finalmente fazer a sofredora Tess feliz. No entanto, isso não acontece. Quando Tess conta a Angel o seu passado, ele muda.

Considerando as peculiaridades da época em que se desenrola o romance, Angel poderia apenas ter posto um ponto final na relação, porque não estava pronto para ir contra suas próprias convicções. No entanto, Angel não deixa Tess, e com suas reprovações só agrava a angústia da moça.

  • Ele estragou tudo o que podia com sua indecisão. Seu amor é estranho. Podemos realmente chamar isso de amor? Ele ficou apenas atraído por Tess, e assim que a imagem ideal se dissipou, todo o seu amor se desmoronou como um castelo de cartas. © lerch_f / LiveLib

Yuri Jivago (Doutor Jivago, de Boris Pasternak)

O Doutor Jivago é um homem inteligente e tem uma alma boa. É um médico talentoso que também escreve poesia. Apesar de viver em meio a eventos históricos difíceis, Yuri mantém seu caráter bom e humano.

No entanto, Yuri Jivago é uma pessoa sem força de vontade. Ele tende apenas a seguir o fluxo, sem tomar nenhuma ação decisiva para se colocar em condições mais favoráveis. Ele permanece passivo mesmo quando, devido às circunstâncias, perde suas amadas em diferentes fases da vida.

  • Essa é a história de um homem muito fraco que age como um parasita de mulheres fortes e decididas, arruinando a vida delas. © tawarwaith / LiveLib

Walter (O Véu Pintado, de William Somerset Maugham)

Na história, um nobre médico bacteriologista leva sua infiel esposa Kitty a um vilarejo chinês, onde há um grande surto de cólera. Observando o trabalho abnegado de seu marido, a mulher pela primeira vez começa a sentir amor por ele.

As ações de Kitty levam à justa condenação feita pelo leitor, mas vale a pena dar uma olhada no personagem Walter. Ele sempre soube que Kitty não se casou com ele por amor. Depois do casamento, não dá atenção à esposa e muitas vezes fica calado em sua companhia, por isso ela não resiste aos apelos de um amante eloquente. E quando Walter percebe a traição, decide se vingar de forma sofisticada, em vez de ir embora ou tentar recuperar o casamento.

  • Sim, trair é nojento. Mas o que Walter esperava de sua esposa, que não o amava? Ele não lutou nem um pouco para conquistá-la. © tanya_nsk / LiveLib

Kamran (A carriça, ou A autobiografia de uma menina turca, de Reşat Nuri Güntekin)

A história da relação entre Feride e Kamran se tornou uma das favoritas para muitos fãs dos romances clássicos. Uma linda garota turca, com um caráter muito difícil, passa por inúmeras provações para finalmente ficar com seu amado — o calmo e equilibrado Kamran.

Contudo, alguns leitores acreditam que a vida do casal pode não ter sido um mar de rosas. Afinal, o protagonista se sente atraído por mulheres diferentes. E, ao que parece, o remorso sincero de Kamran pode ser apenas um tipo de manipulação comum. Afinal, ele culpa as circunstâncias pelo que aconteceu, e não a si mesmo. Isso significa que pode trair Feride novamente, se surgir a oportunidade.

Rhett Butler (E o Vento Levou, de Margaret Mitchell)

Parece que Rhett Butler é um exemplo de perseverança e determinação. Ele persegue obstinadamente a mulher pela qual está apaixonado e, mesmo assim, não perde seu prestígio. Rhett não coloca Scarlett em um pedestal, mas se considera igual, o que diferencia-o dos demais apaixonados pela moça.

No decorrer da trama, um leitor mais atento pode duvidar da sinceridade dos sentimentos do protagonista. Rhett Butler é um mulherengo, mas, pela primeira vez, é rejeitado pela mulher que deseja. A indiferença de Scarlett estimula sua paixão, então ele vai até o fim. Mas, após conquistá-la, Butler não se contenta com o amor que ela lhe dedica, o que é evidenciado por sua insatisfação no casamento.

  • Odeio o Rhett Butler. Quando leio que este é um dos personagens favoritos da literatura para as mulheres, tenho vontade de gritar e bater os pés. © Villi_Lapsi / LiveLib

Geoffrey de Peyrac (Angélica, de Anne e Serge Golon)

Angélica concorda em se casar com o conde de Peyrac a mando de seu pai, mas não gosta do cônjuge, mais velho que ela e desfigurado por ferimentos. Porém, com o tempo, a jovem passa a conhecê-lo melhor e se apaixona, pois, apesar da aparência, ele é inteligente, gentil e interessante. Assim como Angélica, os fãs da série de livros e filmes também são conquistados pelo personagem.

No entanto, o conde de Peyrac apresenta falhas graves de caráter, como frivolidade e vaidade. O conde estraga tudo quando, mesmo sabendo que isso poderia trazer problemas para ele e sua família, devido ao orgulho, passa a demonstrar seu poder ao rei. Após escapar milagrosamente da morte, Geoffrey começa tudo do zero, mas agora só pensa nele mesmo. Não participa da vida de seus entes queridos, embora eles tenham de viver lutando contra as consequências das suas ações.

  • Considerar-se protegido quando o rei priva constantemente de todas as suas propriedades até mesmo alguns nobres, é no mínimo tolice. Isso é perdoável para a jovem Angélica, mas não para Geoffrey. © Fox_Of_Probability / LiveLib
  • Ele me lembra um galo. Se exibe demais, e isso estraga sua imagem. © Lisana / LiveLib

Sr. Darcy (Orgulho e Preconceito, de Jane Austen)

O Sr. Darcy é apresentado no romance como um esnobe. Fala com desdém das pessoas que estão abaixo dele, na escala social. Apaixonado pela menos afortunada Elizabeth, o Sr. Darcy se declara dizendo que está pronto para se casar com ela, mesmo sendo um ato irracional. No entanto, a protagonista não se sente atraída por tal proposta de casamento insultuosa, e a recusa, fazendo com que o Sr. Darcy reveja seus atos e mude.

Mas alguns leitores não acreditam que alguém como o Sr. Darcy pode abandonar tão facilmente seus pontos de vista. É provável que, para conquistar a sua amada, ele apenas demonstrou uma mudança imaginária no caráter. E durante o relacionamento com Elizabeth, o personagem mostrará sua arrogância mais cedo ou mais tarde.

  • O Sr. Darcy é uma criatura insolente e arrogante que se considera o umbigo do mundo. Se não fosse pela fortuna de seu pai, o que conquistaria com seu orgulho estúpido? © yayanka / LiveLib

Bônus: Não são só personagens de romances clássicos que despertam dúvidas nos leitores. Edward de Crepúsculo, de Stephenie Meyer, também é questionável

  • Ele tem o comportamento de manipulador e dono da verdade. Lembramos como reagiu à amizade de Bella com Jacob. O relacionamento deles não é muito saudável. © may_witness / Twitter
  • Ele tem 100 anos e namora uma colegial. Ou os vampiros não crescem e permanecem mentalmente no nível de sua idade biológica, o que também seria muito trágico, ou ele tem inclinações doentias. © NrQ6ocCajGPiYNX / Twitter

Com qual das avaliações dos personagens aqui mencionados você concorda? E quais deles, na sua opinião, não merecem tanta crítica?

Comentários

Receber notificações

se a gente tem uma alta expectativa com os homens a culpa é desses filmes e desses personagens

-
-
Resposta

os filmes romanticos não me anganam e essas coisas na maoria das vezes só enganam a gente a procurar relacionamemntos como esse

-
-
Resposta

esses caras parecem os meus exs, que pareciam chatos e ruins e nao melhoraram nada ao lonngo do relacionamento, por isso sao exs

-
-
Resposta

Artigos relacionados