Por isso são filmes,não documentários.
13 Filmes baseados em fatos reais que não são tão verdadeiros quanto parecem
O mundo do cinema sempre demonstrou um especial interesse por levar para as telas as boas histórias e biografias da vida real. Mas, para um filme manter a atenção das massas sem se tornar um documentário, muitas vezes é preciso acrescentar elementos fictícios para tornar o roteiro mais interessante, seja, por exemplo, inventando vilões e até mudando a personalidade dos protagonistas para que muitos não saibam o que é mentira e o que é verdade. São as famosas licenças poéticas.
O Incrível.club reuniu para você 13 filmes baseados em fatos reais que, para fisgar a audiência, acabaram ganhando mais elementos da ficção do que de realidade. Confira só!
1. O Regresso
O filme, que ganhou um merecido Oscar para Leonardo DiCaprio, foi inspirado em um homem que viveu aproximadamente no ano de 1700 e se chamava Hugh Glass, muito popular na época por suas façanhas. Para evitar decepções, talvez seja bom esclarecer desde já que a batalha épica entre ele e o urso é verdadeira. Bem, talvez seja... a verdade é que não se sabe se Hugh Glass realmente existiu, se foi uma invenção ou uma história verdadeira que passou por muitas modificações ficcionais, até se tornar uma lenda, antes de estrear no cinema.
Não há nenhum documento que comprove a existência de Hugh, além dos relatos nos jornais. O que se especula é que ele era um pirata, que provavelmente não tinha uma parceira americana nativa, muito menos filhos com ela, como mostra o filme, nem se jogou de um penhasco em um cavalo, lamentamos informar.
2. Rush: No Limite da Emoção
Este filme conta a história dos pilotos de Fórmula 1: James Hunt, interpretado por Chris Hemsworth, e Niki Lauda, interpretado por Daniel Brühl. Ele se concentra na rivalidade entre essas 2 lendas do esporte no ano de 1976, em que um deles foi campeão.
Também relata eventos pessoais e profissionais desses pilotos. Eles realmente competiram nas corridas mencionadas? Sim. Eles eram rivais? Obviamente, os 2 aspiravam alcançar o mesmo objetivo. Eles eram inimigos mortais? Definitivamente não! Na verdade, era exatamente o contrário, os 2 se davam muito bem. Niki Lauda disse a esse respeito: “Nós éramos amigos (...). [James Hunt] era um cara muito competitivo e muito rápido. De muitas maneiras, éramos iguais. Eu tinha muito respeito por ele no circuito... Ele era um piloto muito sólido”.
Além disso, Lauda, morto em 2019, afirmava que não era tão sério e rigoroso como foi retratado no filme, embora tenha admitido ser mais cauteloso do que Hunt: “Eu era mais disciplinado do que ele”.
3. Sniper Americano
A história é inspirada em Chris Kyle, que, como o nome do filme revela, era um franco-atirador dos mais mortais de seu país, recebendo grandes prêmios militares. O filme tenta retratar como o sucesso de sua vocação o levou a conflitos na vida privada. O ator interpretou tão bem o papel, que recebeu 6 indicações ao Oscar e ganhou vários prêmios. Mas para tornar o filme mais interessante, provavelmente tiveram de recorrer a certos “excessos” na ficção, o que tirou um pouco da credibilidade da narrativa.
Um importante vilão do filme se chama Mustafa, franco-atirador do país rival que, de certa forma, é inimigo do personagem principal. Um inimigo um tanto desnecessário, pois praticamente não tinha relevância para o protagonista na vida real. Chris Kyle escreveu um livro sobre suas memórias e, de todas as páginas, dedicou apenas um parágrafo a Mustafa. Ele escreveu que, na vida real, nem ao menos o conhecia: “Eu nunca o vi, mas aprendi que outros atiradores de elite atacaram um franco-atirador em seu país, acho que era ele”.
Outro aspecto importante no filme é o destaque indicando os personagens “bons” e “ruins”. Tudo bem, um filme precisa de um protagonista com quem simpatizar e fica melhor ainda se for o belo rosto de Bradley Cooper. Também precisa de um vilão para criar uma certa tensão. Mas como esse filme se baseia em uma verdadeira guerra entre países, os críticos julgaram que, nesse caso, era necessário mostrar que não havia “negros e brancos”, ou seja, pessoas estritamente boas ou ruins, mas muitos cinzas na história.
4. A Travessia
O filme se baseia na história de Philippe Petit, um famoso equilibrista francês que, em 1974, perseguia o incrível objetivo de andar sobre uma corda que ligava os topos das Torres Gêmeas de Nova Iorque. E que sucesso! Mas por que está listado aqui, então? Ou seja, ele andou na corda e superou a meta, ninguém pode negar.
Para começar, ao contrário do filme, Phillippe demorou 6 anos para conseguir sua façanha, muito mais tempo do que o mostrado no longa. Além disso, não se saiu bem na primeira tentativa e, depois de ficar deprimido com isso, sua namorada Annie teve de viajar para vê-lo e motivá-lo.
A propósito, longe de ser uma namorada incondicional, como visto no filme, nessas circunstâncias ela reagiu como muitas pessoas quando viam seu parceiro querendo fazer uma atividade ilegal e com o risco de perder a vida (ninguém pediu permissão para conectar um cabo nas Torres Gêmeas e caminhar por ali): “Fiquei com medo. Era desumano querer caminhar até lá. Só queria dizer: Pare!”
Como se isso não bastasse, o filme omite um pequeno detalhe sobre esse relacionamento que, infelizmente, não teve um final feliz. Após a vitória para “comemorar” seu triunfo, Phillippe foi infiel a Annie. Isso levou ao fim do relacionamento: “Vi Philippe descobrir o que significava ser famoso. Ele passou por um momento incrível em sua vida e estava começando outra coisa, uma nova vida”, disse a garota.
5. Argo
Argo estreou em 2012 e ganhou o Oscar de melhor filme. A história é inspirada em Tony Mendez, ex-agente da CIA que participou de uma grande operação para resgatar 6 diplomatas americanos que foram feitos reféns com a tomada da embaixada dos EUA, em Teerã (Irã) em 4 de novembro de 1979.
O plano de resgate consistia em passar os 6 diplomatas como parte de uma equipe de filmagem que procurava locações para rodar um filme chamado Argo. E por mais louco que pareça esse plano... É totalmente verdadeiro!
Mas, sem cair em muitos spoilers, podemos dizer que a cena do aeroporto com todos os desafios que os protagonistas tiveram de superar, na verdade, é totalmente falsa — lamentamos se essa era sua parte favorita do filme. A verdade é que as passagens de avião com as quais os diplomatas conseguiram escapar foram compradas com antecedência pelos canadenses — que tiveram um papel muito importante no resgate, embora o filme não tenha se aprofundado muito nisso.
Além disso, o personagem de Tony Mendez não estava passando por uma crise, quando tudo aconteceu; de fato, provavelmente, nunca tenha passado por uma crise como a narrada no filme. Ele não mencionou isso em sua autobiografia, por isso provavelmente esse fato tenha sido um recurso usado apenas para melhorar a trama.
6. Pearl Harbor
O filme foi um sucesso de público, mas não sem críticas. Quando os ex-combatentes assistiram ao filme, disseram que a história “não dava o reconhecimento que os combatentes deveriam receber, mas que, de fato, os desvalorizavam”.
Uma das controvérsias se deve ao fato de o filme mostrar a briga dos pilotos para evitar os bombardeiros japoneses, embora sejam mostrados apenas os protagonistas Affleck e Harnett. “Há muita ficção e Pearl Harbor e a ficção não andam juntos. Isso não me deixa orgulhoso. Alguém poderia pensar que foram os únicos pilotos lá em cima naquele dia”, disseram outros veteranos. Para os sobreviventes, os soldados não são representados de maneira justa.
Outros detalhes também foram inventados. Um dos pilotos foi personificado como disléxico, embora o verdadeiro veterano de guerra em quem seu papel se baseia não fosse; e colocaram o personagem Affleck no Esquadrão Eagle, quando os aviadores americanos em serviço ativo foram proibidos de se juntar ao esquadrão.
Todos esses detalhes fizeram o filme ficar em terceiro lugar no ranking “Os 10 filmes militares mais imprecisos já realizados”. A esse respeito, o produtor do longa se defendeu argumentando que: “Tentamos ser precisos, mas certamente o filme não pretendia ser uma lição de história”.
7. Titanic
O Titanic afundou, é claro. Vale esclarecer que Jack e Rose são personagens fictícios, portanto a bela cena romântica em que os protagonistas observam juntos o último pôr do sol do navio não é real. Mas a verdade é que o filme tem personagens secundários inspirados em passageiros reais, e uma das “liberdades ficcionais” adotadas fez o diretor James Cameron precisar se desculpar publicamente ante a família do policial Murdoch.
Durante o filme, o policial aceita suborno e comete suicídio, depois de atirar em duas pessoas da classe baixa. Mas testemunhas disseram que, naquela noite, o homem ajudou os passageiros e se comportou como um herói. “Percebi que provavelmente foi errado retratar uma pessoa específica, nesse caso, o primeiro oficial Murdoch como aquele que tinha atirado”, confessou o diretor. Além disso, não se sabe como a grande maioria das figuras históricas que aparecem no filme morreu e muitas dessas cenas são totalmente ficcionais.
8. À Procura da Felicidade
O filme é um ótimo exemplo de autossuperação e mostra tudo o que um pai é capaz de fazer por amor ao filho. E, embora respeitasse alguns eventos importantes da verdadeira história de Chris Gardner, também tomou algumas liberdades. Os produtores omitem o fato de que um dos conflitos de Chris com sua esposa Jackie ocorreu por causa de um episódio de violência doméstica, em que a polícia teve de intervir. Foi por esse motivo que ele chegou mal vestido a sua entrevista com Dean Witter; esteve na prisão por 10 dias e não teve tempo para comprar uma roupa melhor do que uma jaqueta e uns tênis manchados de tinta.
Uma das cenas mais tristes do filme, em que roubam de Chris um scanner de densidade óssea e ele é atropelado enquanto tentava recuperá-lo, na realidade nunca aconteceu. Também não é verdade que, no programa de treinamento de Dean Witter Reynolds, em que Chris entrou, ele não tenha sido pago. Ele tinha salário, embora seja preciso destacar que a renda era muito baixa, mas suficiente para sobreviver.
Finalmente, um detalhe menor é que Christopher Jr., filho do protagonista, na vida real tinha 2 anos de idade, quando todos os eventos aconteceram, e não 5, como no filme. O motivo dessa mudança ocorreu porque, dessa maneira, a criança poderia estabelecer diálogos mais profundos com o pai.
9. Prenda-me se for Capaz
Prenda-me se for Capaz é um filme inspirado em um jovem falsificador e impostor chamado Frank Abagnale Jr. O papel foi interpretado com tanto charme por Leonardo DiCaprio, que fica difícil pensar que todos os seus atos criminosos não tenham sido tão bem-sucedidos.
Um dos aspectos que o filme destaca é o amor de Frank por sua família, mas a verdade é que o protagonista nunca viu seu pai depois de escapar de casa. “Embora nunca tenha voltado a ver meu pai, todas as noites que se seguiram a um dia brilhante ou a um dia em que eu ganhava muito dinheiro eu voltava para o meu quarto sozinho e pensava em meus pais, fantasiando sobre o fato de estarem juntos novamente. Então chorava. É a justificativa de uma fantasia”, disse o então impostor.
Além disso, durante a cena de perseguição, Frank escapou da parte de trás de um avião, e não pelo banheiro. O diretor Spielberg achou que isso traria alguma graça e provavelmente conseguiu.
10. Intocáveis
O filme narra a amizade de Phillippe, um aristocrata milionário paraplégico, com seu enfermeiro, Driss, um homem com antecedentes criminais, morador de um bairro da classe trabalhadora. A história mostra que duas pessoas de mundos opostos podem ser perfeitamente compatíveis e que uma verdadeira amizade pode trazer à tona o melhor de cada um. No entanto, a família de Phillippe não ficou nada satisfeita com a obra cinematográfica.
Em uma entrevista, eles esclareceram que a falecida esposa de Phillippe tinha morrido 3 anos após o acidente que o deixou paraplégico, não antes, como mostra o filme. Além disso, o casal tinha adotado 2 filhos, aos quais o filme não fez nenhuma menção. Outros fatos não mencionados são: Philippe foi morar no Marrocos, onde se casou com uma marroquina; e o protagonista não é de origem senegalesa, mas argelina, então seu nome não era Bakary “Driss”, mas Abdel Yasmin Sellou.
11. Walt nos Bastidores de Mary Poppins
O filme conta a história da escritora que deu vida a Mary Poppins, Pamela Lyndon Travers, e toda a jornada na Disney para conseguir levar seus livros para a telona. A autora manteve sua recusa de não ceder os direitos da história por 20 anos! Finalmente, a Disney conseguiu fazer o filme da babá dos sonhos, que voava com um guarda-chuva e cantava músicas cativantes.
E como podemos ver, no dia da estreia, em uma cena emocionante, Travers chorou enquanto assistia à Mary Poppins interpretada por Julie Andrews. Na vida real, Travers chorou... mas de raiva! A autora não gostou das diferenças de personalidade da babá do livro e da telona e, pior, do fato de terem inserido cenas de animação no filme, pois durante todo o processo de produção ela tinha deixado bem claro que não queria animações em Mary Poppins.
Portanto, ao ver que esse requisito tinha sido negligenciado, assim que deixou o cinema exigiu de Walt Disney que fossem retiradas essas cenas do filme, mas ele se recusou a fazê-lo. Então podemos supor que o relacionamento entre eles não era tão bom, quanto a excelente química entre os atores Tom Hanks e Emma Thompson mostrada no filme.
12. Bohemian Rhapsody
O longa estreou em 2019 e teve grande sucesso como filme biográfico, mostrando a vida de Freddie Mercury e do grupo de rock Queen. O filme ganhou muitos prêmios, incluindo 4 Oscars. Mas, na hora de transferir esses músicos para a telona, a verdade é que foram tomadas certas “licenças” poéticas na história, o que os fãs não puderam deixar de notar. Entre elas está o fato de mostrarem que a banda conhece Freddie após um show, expressando uma certa reserva ao admiti-lo no grupo. Na realidade, eles se conheciam desde que ele era estudante e eram amigos antes de Freddie entrar na banda.
Freddie também não conheceu a sua então namorada Mary Austin na mesma noite em que se juntou à banda, nem teve contato com seu posterior parceiro, Jim Hutton, em uma festa particular, mas em uma boate, e ele não era garçom, mas cabeleireiro.
Os músicos do Queen não se separaram em 1983, como o filme dá a entender, mas tiraram férias e continuaram compondo juntos. Então, quando o filme mostra que em 1985 tiveram de “fazer as pazes” para os shows no Live Aid, não havia muita veracidade nisso, pois, como disseram, continuavam juntos. De fato, lançaram um álbum chamado The Works em 1984.
13. O Impossível
O filme conta todas as peripécias de uma família para conseguir se reencontrar na Tailândia, após ser vítima de um tsunami no Oceano Índico, que os atingiu durante as férias. Na verdade, o filme é muito fiel à personalidade dos protagonistas e de como viveram aquela situação tão extrema; conseguindo mostrar os danos causados pelo terremoto e a ansiedade sentida por pessoas envolvidas em tal situação. Não teríamos nada para censurar, se não fosse por um grande detalhe: a nacionalidade dos protagonistas.
Quem passou pela tragédia em que o filme se baseou não era de origem americana, mas espanhola. Então a protagonista, María Bennett, na verdade se chama María Belón, e seu marido se chama Enrique Álvarez, não Henry. Mas é sempre bom ver os rostos de Naomi Watts e de Ewan McGregor estrelando um filme, mas se o projeto procurava ser fiel à história, provavelmente não acertou nesse ponto. Outra crítica feita é que o longa focou muito mais em mostrar os turistas como vítimas do que os asiáticos locais, que na verdade foram a maioria dos afetados.
Você conhecia as verdadeiras histórias desses filmes? Diga-nos se gosta de histórias baseadas em fatos reais e se conhece algum outro filme que não seja tão verdadeiro quanto afirmam.
Comentários
kkkk boa!
EXATAMENTE!!!
Eu já vi quase todos esses filmes e amo todos eles. Deixem eu me iludir!! hahahah