10 Mitos históricos em que muitos acreditam cegamente desde a escola

Curiosidades
há 2 anos

Costumamos extrair parte do nosso conhecimento de romances e filmes, e muitas vezes isso ocorre sem que notemos, de forma automática. Mas acontece que, na realidade, nem tudo é o que imaginamos. Então vamos expandir nossos horizontes juntos e mudar a visão atual que temos do mundo.

Nós, do Incrível.club, descobrimos quais verdades “indiscutíveis” podem causar surpresas. E com o bônus, você aprenderá o significado original da expressão “dinheiro para alfinetes”.

O espartilho não era tão terrível quanto se pensa

Os espartilhos costumam ter má reputação. A personagem principal do filme Piratas do Caribe desmaiou devido a um espartilho muito apertado e quase perdeu a vida. No entanto, Valerie Steele, diretora do Museu do Instituto de Tecnologia da Moda, diz que essa roupa íntima de séculos passados ​​não era tão ruim quanto nossos contemporâneos pensam, e não fazia as pessoas desmaiarem.

Acredita-se que o uso de espartilhos possa causar doenças graves. Mas isso não é verdade. Também não há registros de que a costela de uma mulher foi removida para que um espartilho coubesse melhor nela. Esse é um mito totalmente absurdo, dado os riscos cirúrgicos nos anos 1800.

Contudo, os espartilhos não eram a peça mais útil para o uso diário: eles pressionam os órgãos internos e enfraquecem os músculos das costas. Mas não é tão perigoso como comumente se pensa. A peça não apertava tanto quanto é mostrado nos filmes, e os efeitos prejudiciais de seu uso são exagerados. Além disso, o espartilho não impedia as mulheres nas tarefas domésticas, não mais do que, digamos, os saltos agulha.

As lanternas chinesas não foram inventadas para pedir desejos

Atualmente conhecemos essas lanternas como símbolo de esperança e celebração, mas elas não foram inventadas para isso, nem para pedir desejos. Durante a era dos Três Reinos na China vivia um comandante chamado Kongming. Uma vez, seu exército caiu em uma armadilha e ele pediu reforços com a ajuda das lanternas. Por esse motivo, as lanternas do céu chinesas ainda são conhecidas como lanternas Kongming.

O pé de lótus é uma tradição difundida não só entre a nobreza

Acredita-se que a tradição chinesa de amarrar os pés das jovens chinesas existia apenas entre a nobreza. Isso porque apenas um marido rico poderia sustentar uma “esposa que não trabalhasse”. Mas os pés das mulheres mais humildes também eram enfaixados, pelo menos no início do século passado.

Uma senhora de 83 anos que mora em Junsobao relembrou: “Quando eu tinha 10 anos, todas as meninas da minha aldeia já tinham pés de lótus muito pequenos e bonitos. E eu tenho pés comuns e grandes. Todos riram de mim e disseram que eu não sabia fazer nada, nem mesmo enfaixar meus pés”. Devido à pressão social, ela também começou a enfaixá-los.

E mesmo com tais pés, as mulheres tinham que trabalhar duro. Por outro lado, o povo Hakka (há muitos grupos étnicos vivendo na China) se saíam bem sem os pés de lótus.

Os eunucos não eram apenas servos do palácio

A maioria das pessoas pensa em eunucos como servos do palácio. Mas na China do século XV os eunucos trabalhavam como oficiais, por exemplo, coletando impostos sobre o comércio. E também havia diplomatas e líderes militares eunucos. Se uma pessoa alcançasse patente alta e reconhecimento no serviço militar, então as próximas gerações reverenciavam seus parentes distantes, os eunucos. As comunidades tribais podiam até indicar essa pessoa como o espírito guardião da área.

A Europa não era tão monogâmica quanto parece

Parece um fato inegável que a poligamia era comum no Oriente e a monogamia na Europa. Pelo menos não havia haréns oficiais, como na China e na Turquia. Mas existem algumas exceções sobre o assunto que geralmente não são comentadas na escola.

No século XIII, o conde alemão Ludwig von Gleichen fez uma cruzada e foi capturado por um sultão. Contudo, apaixonada, a filha do sultão turco ajuda-o a escapar, e ambos fogem juntos. O conde então ganha autorização para se casar com a mulher turca sem se divorciar de sua primeira esposa. Os historiadores discutem se isso é uma lenda, mas há uma tumba de pedra do conde e suas esposas na cidade alemã de Erfurt. A tumba foi visitada pelo historiador Nikolai Karamzin, que escreveu: “Eu vi essa grande pedra e abençoei a memória dos cônjuges”. Vitrais coloridos com Gleichen e suas esposas podem ser vistos na Igreja de St. Viti.

Desse modo, no passado, um europeu poderia ter duas esposas. No século XVI, o magnânimo Philip de Hesse, seguindo os passos de seu antecessor, também teve legalmente duas esposas: Christine da Saxônia e Margarethe von der Saale.

As mulheres chinesas podiam ter vários maridos

Normalmente, generais e dignitários na China tinham uma esposa e muitas concubinas. A poliandria, a prática de uma mulher ter vários maridos, era considerada imoral e ilegal entre o povo Han (o principal grupo étnico), mas entre outros grupos étnicos chineses esse fenômeno existiu e ainda hoje existe, especialmente nas regiões montanhosas. Isso é feito para que não haja necessidade de dividir a terra entre os filhos, caso contrário as áreas herdadas seriam muito pequenas para plantações e, consequentemente, haveria pouco alimento.

Os vasos sanitários de ouro já existiam muito antes do que pensamos

Esse objeto elegante na foto é uma louça não destinada à alimentação. Trata-se de um penico, usado na China durante o reinado da dinastia Qin.

Se você acha que vasos sanitários luxuosos de ouro foram inventados há pouco tempo, enganou-se. No século XVIII, havia um rico comerciante de sal na cidade chinesa de Yangzhou. Na época, ele se tornou um verdadeiro símbolo vivo da ostentação quando encomendou um penico de ouro. Para fazer suas necessidades o comerciante tinha de usar uma escada, pois o vaso era muito alto.

Louis XIII definitivamente não é um personagem cômico

Conhecemos principalmente Louis XIII, sua esposa, a rainha Anne e o cardeal Richelieu, do romance Os Três Mosqueteiros e suas adaptações cinematográficas. E aí o rei da França é retratado como um personagem bastante cômico: um tanto entediado, “azedo” e pouco inteligente, mas ciente das conspirações de Richelieu.

Na verdade, Richelieu era um bom conselheiro da corte e, graças a ele, o poder de Louis foi fortalecido, assim como a posição da França no cenário internacional. E o próprio Louis não era tão desajeitado como foi descrito: na juventude teve de enfrentar a mãe, Maria de Médici. E nos retratos cerimoniais, aliás, ele posou de preto.

O povo chinês não escreve apenas em hieróglifos

A primeira imagem que surge em nossas cabeças ao pensar na língua chinesa são os hieróglifos. Mas poucas pessoas sabem que os chineses falam quase 300 idiomas. A língua oficial do país é o mandarim, ou chinês mandarim. E nem todas as pessoas escrevem com hieróglifos. Por exemplo, o alfabeto tibetano tem 30 letras-sílabas. E este é o aspecto da sua caligrafia.

Se você acha o mandarim difícil, então confira uma informação que pode fazê-lo repensar: enquanto o mandarim tem 4 tons, o idioma dong possui 15 tons (linguísticos).

Na época de Jane Austen, as mulheres podiam construir carreiras

Você provavelmente já ouviu como os direitos das mulheres eram restritos na época de Jane Austen. Uma mulher de família pobre ou sem marido tinha de ser governanta ou professora, e isso não tornava a vida dela mais fácil. Contudo, quem nunca ouviu falar de Madame Tussauds e seu museu de cera? Nascida em uma família pobre, ela se tornou bem-sucedida e famosa, e seu negócio vive até hoje.

Bônus: “dinheiro para alfinetes” não significava originalmente uma pequena mesada

O chamado “dinheiro para alfinetes” (pin money) é um conceito muito difundido. Anteriormente, na Inglaterra, essa frase denotava uma pequena mesada que o marido ou o pai dava a uma mulher para despesas pessoais (comprar chapéus, luvas, etc.).

A expressão vem dos anos 1500 e está associada ao custo dos alfinetes, que eram muito raros e caros. Portanto, há 500 anos, “dinheiro para alfinetes” significava uma compra cara.

Qual mito, entre os citados, mais te surpreendeu? Você conhece algum outro mito histórico?

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