10+ Fósseis que na verdade são elos perdidos na evolução

há 4 anos

Pesquisadores peruanos descobriram recentemente, aqui na América do Sul, o primeiro fóssil de uma baleia com 4 patas, uma pista sobre como foi a evolução dos cetáceos até se transformarem nos gigantes marinhos que conhecemos hoje em dia. O achado é impressionante, mas não é o único na nossa história a causar tanta reviravolta no meio científico.

O Incrível.club juntou para você algumas das criaturas mais surpreendentes que já foram encontradas. Esses e outros descobrimentos nos mostram que ainda falta muito por conhecer do nosso Planeta.

1. Helicoprion (boca de serra)

Sabemos que os tubarões são uma das espécies mais antigas do Planeta, mas o achado de uma impressionante mandíbula causou muita dor de cabeça nos cientistas, já que não foi possível encontrar um exemplar completo desse animal, desaparecido há 220 milhões de anos.

Seu nome significa literalmente ’serra em espiral’, e especula-se que usasse essa curiosa dentadura para caçar uma espécie de molusco. Os pesquisadores acreditavam que a serra se encontrava no nariz do animal, mas o descobrimento de espécies semelhantes fez com que chegassem à conclusão de que ela ficava na mandíbula inferior.

2. Platybelodon (dente de pá)

Talvez você já tenha se perguntado como os elefantes desenvolveram a sua tromba. Se julgarmos por esse fóssil, ela estava unida à boca do animal, mas isso há milhões de anos, quando seus ancestrais tinham 2 grandes dentes na mandíbula inferior para escavar lagos, quebrar galhos de árvores e levantar terra para se alimentar de raízes.

A criatura tinha o tamanho dos elefantes africanos que conhecemos, o que não era nada enorme para a época, mas seus fortes incisivos espantavam qualquer animal que pudesse se aproximar. Esse achado se transformou em um elo na evolução que estava perdido na espécie atual.

3. Peregocetus pacificus, a baleia viajante de 4 patas

Fósseis de outras épocas indicavam que os cetáceos (baleias e golfinhos) tinham evoluído de criaturas semelhantes a lontras, mas uma descoberta no Peru trouxe novos dados sobre essas espécies e o fóssil peruano foi reconhecido como o mais completo desse tipo de animal fora da Índia e do Paquistão.

Além disso, de acordo com dados recentes, os cientistas descobriram que as baleias migraram do Atlântico Sul, dando a volta na América do Sul até chegar ao Oceano Pacífico. Daí o nome com que o animal foi batizado, que pode ser traduzido como ’a baleia viajante que chegou ao Pacífico’. Isso desafia a teoria de que o primeiro lar americano dos cetáceos tenha sido o Norte, e abre portas para que mais descobertas sejam feitas sobre essas incríveis criaturas.

4. Gerobatrachus hottoni, um híbrido de rã e de salamandra

Rãs e salamandras são anfíbios, uma palavra que significa ’ambas vidas’ e indica que elas se movem tanto na água como na terra. Hoje, são espécies diferentes, mas no passado eram apenas uma.

Desde o seu descobrimento, a criatura da ilustração acima ficou conhecida como ’ranamandra’, já que apresentava apenas um rabo, patas de salamandras e um crânio como o das rãs. A coluna vertebral apresentava características dos 2 animais. Ou seja, eles descendem de um ancestral comum, que pode ter sido o Gerobatrachus.

5. Odontochelys semitestacea, uma tartaruga com meia casca

É difícil de imaginar uma tartaruga sem casca, mas este fóssil revelou como esse mecanismo de defesa foi originado há milhões de anos. A odontochelys, a tartaruga mais antiga conhecida, tinha apenas um plastrão na parte frontal. Muitos anos depois, suas costas se transformaram na casca dura que conhecemos.

Outra curiosidade dessa criatura é que ela tinha dentes, diferente das tartarugas modernas. Além disso, o pescoço e o rabo eram mais compridos.

6. Decennatherium rex, a girafa mais antiga

antepassado mais antigo das girafas modernas foi achado no Cerro Los Batallones, em Madrid. Sua característica mais chamativa são os apêndices cranianos, um pequeno sobre os olhos e outro na parte de trás da cabeça. Os animais modernos têm apenas um par.

O pescoço era mais curto e estudos sugerem que sua alimentação era bastante variada, incluindo árvores e ervas. De acordo com a National Geographic, é possível que os descendentes da espécie tenham vivido junto com humanos.

7. Kayentatherium wellesi, um estranho híbrido

Os cientistas sabem que quando os dinossauros dominavam a Terra os mamíferos eram pequenos e estavam começando a aparecer. O mais curioso do fóssil da imagem acima é que ele foi encontrado com 38 filhotes, sugerindo que esse antepassado dos mamíferos se reproduzia de maneira semelhante à dos répteis.

8. Tiktaalik, o peixe com patas

Apesar de não ser o primeiro peixe com patas pré-histórico a ser descoberto, seu achado é importante porque sua anatomia sugere que foi capaz de sair da água para ’colonizar’ a Terra e, assim, dar origem aos anfíbios.

Ele tinha escamas e brânquias, como os peixes, mas a sua cabeça era parecida com as dos crocodilos. O tiktaalik tinha um pescoço móvel e articulações nos ombros, cotovelos e até nos pulsos, o que facilitava a permanência em terra.

9. Godzillus

Tem 2 metros, pesa 68 kg e foi descoberto há 7 anos. Contudo, ninguém sabe exatamente se o Godzillus foi uma planta ou um animal. Nem mesmo se sabe se se trata de apenas uma espécie ou de uma colônia inteira. Ele tem formato elíptico, com vários lóbulos cobertos de ondulações que parecem escamas.

A estranha criatura foi encontrada pelo paleontólogo Ron Fine, que ficou surpreso com o seu tamanho. Nem mesmo os especialistas puderam descobrir mais detalhes sobre sua origem, o que faz do ser um dos grandes mistérios da paleontologia.

10. Chilesaurus diegosuarezi, o Frankenstein Jurássico

Quando o esqueleto do Chilesaurus foi descoberto pelo garoto Diego Suárez, em 2004, acreditava-se que os ossos pertenciam a várias espécies. Entretanto, achados posteriores demonstraram que se tratava de uma nova e estranha espécie de tetrápodo primitivo. O animal tem ligação com o tiranossauro rex e com o velociraptor, mas há uma diferença, já que era herbívoro.

Seu bico e dentes em forma de espátula confirmam essa ideia, já que eles eram usados para cortar folhas. Os cientistas o consideram um elo perdido entre as 3 linhagens de dinossauros, porque ele tinha pernas robustas, outro traço bastante atípico.

O descobrimento se transformou no primeiro do período Jurássico (há 145 milhões de anos) dentro da Patagônia chilena.

Bônus: Dickinsonia, o mais arcaico

Durante décadas, a identidade do Dickinsonia foi um grande mistério. Desde o seu descobrimento era sabido que essa criatura percorria os oceanos há 542 milhões de anos, durante o período Ediacarano, mas não tinha sido possível comprovar que se tratava de um animal. Por sua forma oval e pelos espaços em seu corpo podia tratar-se de um organismo unicelular ou de um líquen.

Contudo, o pesquisador Jochen Brocks e sua equipe decidiram ir um pouco além e acabaram com essas dúvidas de uma vez por todas. Eles estudaram moléculas de um fóssil preservado e encontraram derivados de colesterol, uma característica dos animais, o que deu ao Dickinsonia o título de animal mais antigo do mundo.

Qual desses animais mais te surpreendeu? Que outro fóssil você acrescentaria à lista? Conte para nós nos comentários.

Ilustrador Leonid Khan exclusivo para Incrível.club

Comentários

Receber notificações
Sorte sua! Este tópico está vazio, o que significa que você poderá ser o primeiro a comentar. Vá em frente!

Artigos relacionados