10 + Fatos surpreendentes sobre a visão humana

há 1 ano

A visão humana é algo realmente impressionante e cheio de curiosidades interessantes. Por que, afinal, costuma-se afirmar que as pessoas, na antiguidade, não exergavam tons azuis, mesmo que os egípcios utilizassem essa cor para colorir suas tumbas e ornamentos? Como algumas pessoas conseguem ver a radiação ultravioleta e outras ainda distinguem em torno de 100 milhões de tons? E existe realmente uma “visão criativa”?

Incrível.club pesquisou a questão e chegou a algumas conclusões interessantes. Cuidado! Depois de ler este post, você poderá ver o mundo com outros olhos. (:

Por que as pessoas da antiguidade não diferenciavam a cor rosa do branco e o roxo do azul?

Na verdade, elas viam normalmente. Só não sabiam comunicar a existência de tantos tons. Há 10 mil anos as pessoas viam as cores da mesma maneira que nós, mas usavam nomes e termos genéricos. Todos os tons claros eram equivalentes a branco, e os escuros, a preto. A cor rosa era brilhante e clara, portanto, era confundida com branco ou amarelo. Roxo e azul equivaliam a escuro ou preto. Posteriormente, as denominações se sofisticaram: vermelho, verde e azul-verde (o roxo e o azul foram categorizados como azul esverdeado).

Os antigos egípcios viam a cor azul e os gregos não?

O egiptólogo Richard H. Wilkinson observou que cada cor tinha um significado específico.

Por exemplo, os artistas sempre retratavam os homens com a pele marrom avermelhada, mulheres com a pele marrom claro e deuses com pele dourada, porque acreditavam que a pele dos deuses e dos faraós era coberta por ouro. A exceção foi Osíris, que recebeu a pele preta ou verde, o símbolo de uma nova vida e ressurreição. Segundo a lenda, Osíris foi assassinado pelo deus Set e ressuscitado pela deusa Isis, para governar o mundo pós morte.

As cores azul e azul claro eram as mais populares entre os egípcios; simbolizavam a verdade, o nascimento e a vida. O céu e a água do fértil rio Nilo eram azuis, e os amuletos de fertilidade e tatuagens para mulheres em forma de deus Bes também eram azuis. Mas o significado de cada cor estava fortemente vinculado ao contexto da imagem.

Isso é mais notável na linguagem dos antigos gregos: ao descrever os objetos, os agrupavam segundo suas qualidades. Por exemplo, o céu se chamava “bronze”, pois é deslumbrante como a folha de uma espada. O mar é um tom avermelhado, como o vinho, porque ambos simbolizam a graciosidade e a vitalidade. Mas é certo que os gregos não sabiam distinguir a cor azul?

Charada: qual a aparência desta antiga estátua grega em sua versão original?

A resposta correta é a opção A.

Os arqueólogos alemães Vinzenz Brunkmann e Ulrike Koch-Brinkmann demonstraram que as estátuas antigas e os edifícios públicos foram feitos coloridos. Os pigmentos eram minerais, mas a base da pintura era orgânica e, com o tempo, foram destruídos pelas bactérias e as cores desbotaram. Por esse motivo, nosso imaginário sobre o minimalismo das cores na antiguidade está um pouco longe da realidade. E, é claro, os gregos diferenciavam perfeitamente os tons de azul.

A partir de uma pesquisa realizada em 2007, os cientistas prepararam uma exposição com estátuas e edifícios antigos em suas cores originais. É difícil acreditar que, há centenas de anos, os antigos gregos usavam toda essa variedade de cores, adornos de bronze e as pupilas das estátuas feitas de pedra escura.

Até mesmo Aristóteles, o antigo filósofo grego e educador de Alexandre, o grande, em suas obras, falou sobre as 7 cores básicas: preto, branco, vermelho, amarelo, verde, azul e violeta. Associou as cores com as 7 notas, corpos celestes e dias da semana.

Atualmente, temos várias categorias principais de cores em nossa linguagem, o que indica indiretamente o grau de desenvolvimento da sociedade. Mas também há quem determine facilmente a mínima diferença entre as nuances das cores e utiliza 10 vezes mais definições. Quer um exemplo: vá a uma loja de artigos para pintura e peça um galão de tinta verde. Mas que verde?

Por exemplo, tipos diferentes de verde, como “verde kiwi”, “verde limão” e “verde folha” são variações de tons de verde. E os vendedores de tintas e pintores quase sempre têm essa interpretação quando se fala, de forma genérica, o adjetivo ’verde’. Mas, para a maioria das pessoas, são apenas tons de verde claro ou verde escuro. Para testar a sensibilidade de seus olhos às cores, faça um teste.

Ninguém pode diferenciar tons de azul até um ano de idade

Em um determinado ponto de uma pesquisa, também descobriu-se que as crianças entre 4 e 8 meses eram mais rápidas em reconhecer o círculo verde sobre um fundo azul do que o círculo azul sobre um fundo azul. Essas descobertas instigam os cientistas em um novo mistério: a capacidade de reconhecer as cores é inata ou adquirida?

Algumas pessoas veem 100 vezes mais cores que outras. Conte as barras de cores que você consegue enxergar:

Menos de 20 barras: você tem em torno de 2 tipos de células cone (responsáveis pela captação de cores) assim como 1/4 da população mundial. Isso significa que sua capacidade de distinguir as cores é um pouco menor que a maioria das pessoas. Para ver todo o espectro, lentes especiais ou aplicativos desenvolvidos para todos os tipos de daltonismo poderão ajudar.

De 20 a 36 barras: o mais provável é que tenha 3 tipos de células cone. Assim como a maioria das pessoas, você distingue uma grande quantidade de tons.

Mais de 37 barras: parece que você forma parte do pequeno grupo de pessoas chamadas tetracromatas, que têm 4 tipos de células cone. Tais pessoas reconhecem 100 milhões de nuances, como as abelhas, algumas aves e a artista americana Concetta Antico, primeira pintora tetracromata do mundo e responsável por estas imagens:

A presença de 4 tipos de células cone é uma mutação rara, e encontra-se entre as mulheres que têm homens com daltonismo entre seus ancestrais. Mas há, ainda, outro aspecto a ser considerado no reconhecimento de cores: o cérebro determina a cor segundo o estado de ânimo, as emoções e lembranças!

Como descrever a cor, se ainda não existe seu nome no idioma?

Algumas pessoas já perceberam que, muitas vezes, usamos diferentes nomes para a mesma cor, devido às dificuldades de percepção. Lembra do fenômeno do vestido que viralizou nas redes sociais? Alguns disseram era branco e dourado, enquanto outros enxergaram azul e preto.

Na língua utilizada em uma ilha de Papua Nova Guiné, o Yele, existe uma forma diferente para a determinação de cores. Ao invés de nomes, utiliza-se o nome de algo que, em qualquer circunstância, ainda tem a cor invariável. Por exemplo: a palavra “noite” significa “preto” e “cacatua” significa branco.

Mas nem sempre os métodos como esse evitam as ilusões que nosso próprio cérebro cria deliberadamente. Olhe a imagem abaixo e adivinhe de que cor são os círculos atrás das listras:

O fato é: são todos da mesma cor! Essa é uma ilusão de ótica de Munker-White. Através das listras, temos a impressão de que os círculos são de 4 tons diferentes. Agora, com a dica que demos, observe a imagem abaixo e responda de que cor são os corações:

Resposta: são todos da mesma cor, amarelo.

É possível escutar a cor ou ver o tempo?

Sim, o fenômeno neurológico chamado sinestesia é como uma brincadeira da mente de algumas pessoas. Os sinestesistas imaginam que a letra “D”, por exemplo, é azul, e o nome “Alberto” pode causar um sabor amargo na boca.

Entre os famosos com essa característica estão Lady Gaga, Pharrell Williams e Van Gogh. Se você acha que é sinestésico, tire a dúvidacontribua com pesquisas que ajudarão a ciência a conhecer ainda mais essa impressionante condição neurológica.

Por que as pessoas com autismo veem o mundo de maneira diferente?

Seus cérebros percebem o que veem de forma diferente: focam no centro da imagem e a percebem por completo, sem prestar atenção nos detalhes significativos, como os rostos das pessoas ou os detalhes chamativos. Toda a imagem é focada. Quanto mais tempo fixam os olhos em um objeto, mais expressivo fica cada detalhe no cérebro.

Essa forma de perceber informações pode ser muito vantajosa para um detetive. Na maioria das pessoas, o cérebro vê a imagem ao contrário: primeiro, memoriza detalhes característicos e significativos, e logo, tenta completar e formar uma imagem integral.

Existe a visão criativa?

Digamos que cada um de seus olhos veja uma imagem separada. Como resultado, o cérebro de uma pessoa comum escolhe constantemente qual delas será a principal. A pessoa vê a imagem do olho direito, logo, a imagem do olho esquerdo. Entretanto, em algumas pessoas, o cérebro processa 2 imagens por vez, obtendo uma imagem mais bem estruturada.

Essa característica está presente em pessoas altamente criativas, abertas à comunicação e com alto grau de curiosidade. Graças a ela, reconhecem em nosso redor os símbolos e as imagens invisíveis para as pessoas comuns. Pode-se desenvolver esse tipo de visão observando, por exemplo, um tapete ou uma nuvem.

Charada: é possível ver a luz de uma vela a uma distância de 48 km em uma noite clara?

A resposta é: não. Quanto maior for a intensidade de fundo, mais brilhante deverá ser o objeto para que possamos vê-lo. Está comprovado que, no mundo real, com o tempo aberto de noite, a olho nu, pode-se ver a chama de uma vela a uma distância não maior que 2,576 metros.

O olho humano não é o único órgão da visão humana

Algumas pessoas veem a radiação ultravioleta: acontece quando elas estão sem qualquer lente que “filtre” a radiação UV. Para elas, todas as pessoas estão cobertas de sardas, os líquidos são de cores diferentes e as aves, as flores e alguns cogumelos parecem mais brilhantes.

Os humanos reconhecem a radiação infravermelha devido aos receptores na pele, que é percebida como radiação de calor. Nota-se o seguinte: o fluxo sanguíneo fica acelerado, os vasos sanguíneos se expandem, o suor se intensifica.

Imagem de capa sciencedirect

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