5 Dicas para tornar seu filho um adulto emocionalmente forte ao invés de uma pessoa indiferente

Psicologia
há 4 anos

É bem possível que, pelo menos uma vez na sua vida, você já tenha se perguntado: por que crianças com as mesmas habilidades básicas se tornam pessoas tão diferentes? Por que, afinal de contas, algumas conseguem arrasar em várias áreas enquanto outras ficam pelo caminho, tornando-se adultos infelizes e improdutivos?

A inteligência emocional é uma habilidade desenvolvida ao longo de nossa existência. Nascemos sem ela, mas cada pai ou mãe é capaz de estimular essa habilidade em seu filho.

O assunto desenvolvimento infantil desperta um enorme interesse na equipe do Incrível.club. Por isso, fomos a fundo na questão e gostaríamos de compartilhar nossas descobertas com você.

O que é inteligência emocional?

O professor de Psicologia John Gottman, do famoso Massachusetts Institute of Technology (MIT), diz que o segredo da educação está no jeito de conversar com nossos filhos quando eles estão passando por momentos emocionalmente difíceis. No livro “Inteligência emocional e a arte de educar nossos filhos”, o autor compartilha os resultados de uma longa pesquisa, da qual participaram 56 famílias.

Gottman concluiu que os filhos cujos pais praticam a educação emocional são capazes não só entender seus sentimentos e se acalmar de forma ponderada em situações de estresse, mas também apresentam um menor índice de doenças. A habilidade de “sentir” seu interlocutor e compreender suas emoções — desenvolvida, em grande parte, por causa desse tipo de abordagem dos pais — acaba sendo refletida de várias formas positivas na vida adulta. Tudo isso pode ser ensinado, e nós iremos revelar o segredo.

1. Como compreender as emoções de seu filho

Não é tão fácil compreender as emoções do seu filho. Mas há algumas maneiras simples de fazer isso. Em primeiro lugar, imagine-se nas situações pela qual ele passa, mas sob sua perspectiva de adulto. Por exemplo, seu filho voltou da escola, frustrado com o fato de o melhor amigo dele ter brincado o dia inteiro com outro menino. Agora imagine a seguinte situação: você está angustiada com o comportamento de seu marido e gostaria de desabafar sobre isso com sua melhor amiga. Só que ela está agindo de forma estranha nos últimos dias, não dizendo sequer um oi. Em vez disso, fica apenas discutindo outro outros colegas. Você está totalmente perdida e não tem como conversar com a pessoa em quem mais confia.

  • Exercício: Se você não consegue se imaginar na situação que decepcionou seu filho, tente a seguinte dica: copie a postura e a expressão do rosto dele. Fique sentado assim por alguns minutos. Por exemplo, abaixe os ombros e fique olhando para o chão, frustrado. Após alguns minutos, você irá entender toda a crueldade do mundo e a ineficácia de qualquer tentativa de trazer mudanças.

2. Uma conversa franca e aberta pode estreitar a relação

Ser o salva-vidas de uma pessoa, qualquer que seja ela, ajudá-la e receber, em troca, admiração e carinho é sempre gratificante. Agora, imagine se essa pessoa é seu filho! Seja seu porto seguro, esteja disponível para quando ele precisar.

  • Exercício: Para ajudar seu filho a entender melhor as próprias emoções, faça alguns cartões com personagens expressando emoções diferentes. Nos momentos mais complicados, olhem para esses cartões juntos e escolham aqueles que melhor descrevem o estado dele no momento. Vocês podem fazer esse exercício até mesmo em situações comuns, em que não haja estresse. Por exemplo, para contar sobre as principais emoções do dia.

3. Escutar seu filho com atenção pode fazer a diferença

Escutar com atenção e demonstrar interesse genuíno por suas emoções ajudará a construir uma ponte entre você e seu filho. Muitas vezes, basta escutá-lo, olhar para ele e conversar a respeito de como se sente. Assim, ele entenderá que você está do lado dele. Não há necessidade de tentar explicar ou sugerir soluções para o problema em questão. Nessas horas, apenas faça algumas observações simples, como “E você está chateado porque eles estavam rindo de você”.

  • Exercício: Experimente um jogo chamado “Sinceridade”. Façam perguntas um ao outro sobre como vocês se sentem em diversas situações e sobre o que pode ajudá-los a se sentir melhor. Por exemplo, uma criança pode dizer como se sente quando o professor está avaliando quem irá convocar para uma chamada oral. Já você, pai ou mãe, pode compartilhar seus sentimentos sobre o momento em que recebe uma repreensão do seu chefe. Brinquem com perguntas que se relacionem com sentimentos e que gerem interesse.

4. A importância de ajudá-lo a entender o que está sentindo

Quando verbalizamos sobre nossas emoções, elas se transformam, de sensações horríveis e sem forma em algo mais compreensível e definido. E, para as crianças, esse é um aprendizado fundamental. Por isso, sempre que você agir dessa forma (falando de maneira calma e sem alterar a voz), irá mostrar a seu filho que todo mundo vive emoções positivas e negativas e que isso é algo absolutamente comum e natural.

  • Exercício: É importante mencionar os nomes das emoções durante uma conversa. Utilize, sempre que possível, expressões como: “Eu sinto que... porque...” ou “Eu gostaria que...”. Conversando com seu filho, procure manter a seguinte maneira de se expressar: “Eu me preocupo com você pulando dessa escada alta porque pode cair e se machucar. Eu ficaria feliz se você descesse.”

5. O aprendizado com base nos erros

Todo pai tem, para si, que sua principal missão é levar o filho por um bom caminho. Por isso, procure entender o que ele quer e como deseja atingir esse objetivo. Mesmo que os caminhos que ele pretende seguir para atingir suas metas estejam claramente destinados ao fracasso, deixe-o tentar. Acompanhe de longe, mas mantenha-se atento.

  • Exercício: Crie uma brincadeira baseada em um problema imaginário. Em uma atmosfera tranquila, pense em jeitos diferentes de resolver essa questão. Comece com as seguintes palavras: “O que você faria se...” Para que o filho se envolva, você também pode responder às perguntas. Isso irá ensiná-lo a encontrar diferentes maneiras de resolver o problema. E quando ele enfrentar um problema real, lembre-o de como lidou com esse “quebra-cabeça” antes.

Situações nas quais é melhor adiar a educação emocional

Se você não consegue “mergulhar” no mundo de emoções do seu filho, é melhor adiar o início da “educação emocional”. Não comece as conversas relativas a sentimentos nos seguintes casos:

  • Você não tem tempo. Se você tem, por exemplo, uma reunião de negócios em 15 minutos e sua filha não quer ir para a escola por causa de uma briga com a amiga, é improvável que consiga resolver a situação em poucos minutos e com uma conversa sobre emoções. Se é assim, adie a discussão para mais tarde.
  • Vocês não estão sozinhos. As melhores conversas sempre ocorrem sem testemunhas. Assim, ninguém se distrai e todos se sentem mais livres e confortáveis para falar.
  • Você está sem condições. Caso você não tenha forças para escutar atentamente e compreender seu filho, é melhor que não faça nada. Descanse e recupere sua consciência e vigor para ser capaz, em um segundo momento, de dar a devida atenção ao seu filho e oferecer ajuda.
  • Existem distúrbios comportamentais graves. Às vezes, as crianças passam de todos os limites, mas fica claro que isso ocorreu por um motivo específico — por exemplo, o divórcio dos pais. Se é esse o caso, procure separar o que é comportamento causado pela situação mais grave e o que deve ser coibido. Se você acaba de descobrir que ele está faltando às aulas há um mês, o melhor é deixar claro que seu comportamento é inadequado, mas que o motivo disso será discutido mais tarde.

Em sua opinião, é importante educar as crianças emocionalmente? O que você faz para trabalhar esses aspectos com seu filho?

Ilustrado por Marat Nugumanov exclusivo para Incrível.club

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Lógico que é importante educar as crianças emocionalmente! Acabei de comentar em outro artigo aqui no site de como existem adultos extremamente profissionais e competentes mas que quando se trata de emoções se comportam como criancinhas de 5 anos.

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