Garota surpreende com opinião sobre a depressão entre os jovens

Psicologia
há 4 anos

A chamada Geração Z são os jovens nascidos entre os anos 1990 e o início de 2010. Esse grupo é também conhecido como a geração que “está sempre deprimida e tem medo de tudo”. Pelo menos essa foi a descrição dada por uma usuária do Twitter conhecida como eivalance, ela própria uma representante da Geração Z. Suas conclusões se baseiam não só em experiência própria, mas também nos resultados de estudos científicos.

Nós, do Incrível.club, estamos nos questionando sobre se, de fato, essas são as características mais marcantes das pessoas dessa faixa etária. Dê uma olhada abaixo, e tire suas próprias conclusões!

  • As condições em que crescemos nos dizem que o mundo ao nosso redor é perigoso: você não pode andar sozinho da escola para casa ou será roubado. Não se deve abrir a porta para estranhos. O 11 de Setembro e outros ataques terroristas que observamos desde criança deixaram uma marca em nosso subconsciente.

  • Graças à Internet, qualquer notícia ruim chega até nós com extrema facilidade e rapidez. Antigamente não era assim: as notícias eram limitadas a certos meios de comunicação. Hoje, estamos sob um fluxo constante de informações negativas. Não que a quantidade de eventos ruins tenha aumentado; nós simplesmente temos maior acesso a eles.

  • Olhando para essas notícias, é inevitável que pensemos que tais atrocidades possam acontecer em qualquer lugar, com qualquer pessoa. Portanto, vivemos com medo de que isso possa acontecer conosco ou com as pessoas que amamos — mesmo que nada de ruim tenha acontecido até hoje.

  • As gerações mais velhas já se estabeleceram profissionalmente em áreas conhecidas. As crianças de hoje, no entanto, terão profissões que ainda não existem. É como se estivéssemos entre o passado e o futuro e, por isso, é preciso descobrir como se realizar profissionalmente em meio a tantas incertezas.

  • Que língua devemos aprender? Que profissão será necessária no futuro? Que especialidade devo escolher para poder ser independente e me sustentar? Essa é uma questão muito volátil e difícil de prever, até mesmo para os analistas. O problema é que os adolescentes precisam fazer essa escolha agora.

  • Todos os blogueiros e blogueiras pecam em mostrar uma imagem “romantizada” de suas vidas. Claro que há algumas exceções, mas a grande maioria deles não mostra aspectos como os pais que voltam para casa bêbados, os pesadelos que os atormentam por traumas da infância e os desafios de pagar uma faculdade ou de passar num vestibular. É normal que façamos a comparação: “eles têm a vida perfeita, alcançaram seus sonhos, e eu, não”.

  • Mas no final, por trás de tudo isso, está o fato de que o ser humano precisa do ser humano. Caso contrário, seria impossível viver. Hoje em dia, no entanto, há uma grande deficiência de contatos pessoais, ao vivo. Isso afeta negativamente nosso sistema nervoso, gerando os riscos relacionados à solidão.

  • As jovens celebridades, que fazem sucesso entre o público mais novo, criam a ilusão de que é possível fazer sucesso desde cedo. Qualquer um pode virar uma celebridade, até mesmo você. Podemos citar o caso de Selena Gomez e de jovens da música pop coreana, o K-pop. O que não podemos esquecer é que eles não nasceram famosos, eles se tornaram famosos. Não devemos fazer comparações simplistas sem entender a profundidade do caminho que certas pessoas tiveram de percorrer para chegar onde chegaram.

  • E assim, nos punimos mentalmente (às vezes, fisicamente) por termos 21 anos sem ter conquistado nada. O máximo que fazemos é passear o cachorro. Mas devemos lembrar que cada um tem sua própria vida e seus próprios desafios. As circunstâncias influenciam no futuro e nas oportunidades que teremos na vida.

  • Uma vez um palestrante me disse: “Minha filha tem 12 anos, já está trabalhando e ganhando 1500 reais. E você, fazia o que com 12 anos? Brincava de boneca?” Não, com 12 anos eu morava num orfanato e nem sempre podia comer. Essa era a minha realidade.

  • Não podemos esquecer de que, por trás dessas celebridades “perfeitas”, existem pessoas que se esforçaram muito para chegar onde chegaram. E nem sempre receberam tudo de mão beijada. Claro, é maravilhoso poder explorar todos os seus talentos e possibilidades quando se tem pais que te apoiam e podem sustentar seus sonhos. Infelizmente, nem todos têm esse privilégio.

  • Crianças não têm a capacidade de “filtrar” a agressividade dos pais. Esses, por sua vez, são vistos como aqueles que estão sempre por perto, que amam e irão apoiar sempre seus filhos. Por isso, as palavras de uma mãe, mesmo que duras e injustas, serão entendidas como a “verdade”.

  • Portanto, se uma mãe diz que o filho é incompetente, ele vai acreditar. Se um pai, ou qualquer outra figura de autoridade disser que sua filha não é inteligente, ela vai acreditar. Mesmo que não tenhamos certas “habilidades”, essas palavras batem mais fundo do que podemos imaginar.

  • As expectativas são enormes: temos de ajudar nossos irmãos; passar no vestibular; ganhar algum dinheiro para ajudar a família (pois em casa não tem mais comida); entender o conceito de cidadania e praticá-lo diariamente; pensar em formas de resolver os problemas da economia mundial, salvar a África e, ao mesmo tempo, achar tempo para ser feliz.

  • O que acontece é que a juventude de hoje talvez seja a geração mais empática da História. Aqueles que se preocupam consigo mesmos e com o próximo. São aqueles que querem mudar o mundo, mas precisam fazê-lo vivendo nas condições impraticáveis de vida.

Você acha que as dificuldades de hoje são mais intensas do que as de gerações passadas? Ou isso seria apenas a impressão? Dê sua opinião!

Imagem de capa Eivalance / Twitter

Comentários

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Eu não acho que sejam mais intensas, pois a geração passada sofria muito mais. E digo isso tendo apenas 13 anos, uma adolescente.

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