Gabriel Jesus, o menino que levou 4 anos para realizar seu sonho

Famosos
há 1 ano

Está todo mundo de olho da Copa da Rússia. E o Brasil, apesar da irregularidade nas atuações, ainda é um dos favoritos. Segundo maior artilheiro da Era Tite, com 10 gols, Gabriel Jesus é o jogador mais novo da equipe e uma das maiores esperanças de gols. Sua história, que começa como a de muitas crianças que vivem na periferia das cidades brasileiras, lembra um conto de fadas moderno. O destino especial desse jovem prova mais uma vez que não há nada impossível para aqueles que são guiados pelos próprios sonhos.

O Incrível.club mostra mais sobre a vida desse sonhador, que há 4 anos, descalço, ajudava a pintar as ruas de sua comunidade para a mesma competição de que hoje participa, sendo considerado um dos melhores jogadores do mundo e tendo a chance de representar o País.

Como tudo começou

Gabriel Jesus passou sua infância no Jardim Peri, bairro carente da zona norte de São Paulo. Por lá, a vida dos moradores é de muita luta. A mãe do jogador sempre trabalhou duro, e foi por isso que seu filho nunca passou fome. Mas o mesmo não podia ser dito de outros meninos da mesma idade. “Alguns deles só comiam uma vez por dia, e nem iam para o campo para jogar, e sim para ganhar pelo menos um sanduíche e um suco grátis”, contou, certa vez, o atleta.

Não de se estranhar que, nessas condições, muitos jovens acabem enveredando pelo caminho do crime, atraídos por gangues da ladrões e traficantes. Mas essa não é a história de Gabriel. O então menino literalmente sonhava com futebol e não faltava a nenhum treino, apesar das dificuldades. O campo era dominado pela sujeira e pela poeira.

O clube em que ele treinava se chamava “Pequeninos do Meio Ambiente”. Era uma organização que não era oficialmente registrada, e que existia apenas para levar otimismo às crianças e tirás-las da rua. Gabriel deu duro: treinava no clube e continuava praticando na rua mesmo.

Há apenas 4, quando o Brasil sediou a Copa do Mundo e Neymar já era uma estrela, Gabriel mal tinha dinheiro para o ônibus. Para chegar nos treinos, ele precisava caminhar 3 quilômetros usando chinelos.

O então jovem de 17 anos pintava as ruas de sua comunidade em verde e amarelo, durante os preparativos para a competição, e assistia às partidas pela TV. Quando o Brasil levou o 7 X 1 contra a Alemanha, deve ter pensado que, se estivesse em campo, as coisas poderiam ter sido diferentes. Naquele ano, ele já jogava nas categorias de base do Palmeiras, time que o revelou.

Hoje, ele tem uma chance real de deixar sua marca na Copa da Rússia.

Uma passagem rumo ao sonho

Nos últimos 4 anos, o destino do dedicado rapaz deu uma volta de 180 graus. Em 2016, ele foi destaque no time Palmeiras que conquistou o Campeonato Brasileiro. Artilheiro da equipe com 12 gols e eleito pelos jornalistas especializados o melhor jogador da competição, chamou a atenção do Manchester City, um dos principais times da Inglaterra e treinado por ninguém menos que Pep Guardiola, considerado por muitos o melhor técnico do Planeta.

Com tanto destaque, Gabriel foi convocado para jogar na Seleção Brasileira, vendo seu sonho tornar-se realidade.

“Tive a sorte de conhecer vários heróis em minha jornada”, diz modestamente o jogador a respeito do seu sucesso. E um desses heróis, ou melhor, heroína, foi sua mãe. Durante todo esse tempo, ela acreditou no sucesso do filho, o apoiou e fez todo o possível para que a vida do jovem não fosse tão difícil quanto a de maioria dos meninos de sua idade na comunidade.

Sempre que marca um gol, Gabriel comemora fazendo um gesto característico, como se estivesse falando ao telefone. Quando perguntaram o que isso significava, o jovem disse: “É simples. Minha mãe me liga depois de cada gol. E quando marco, ‘atendo’ o telefone: ‘Alô, mãe. Te amo muito’”.

Há pouquíssimo tempo, ele pintava as ruas de sua comunidade, e hoje, o local é pintado em homenagem a ele. A imagem do jogador fazendo seu característico gesto de “mamãe ligando” foi reproduzida em diversas casas do lugar, como uma forma de agradecimento pela inspiração e esperança que o jogador gera.

Lembrar de tudo que o levou ao sucesso

Gabriel não esquece de suas raízes, e sabe que deve a elas aquilo que se tornou. Ele até fez uma tatuagem no braço em homenagem ao Jardim Peri. A imagem mostra um menino com uma bola e observando a comunidade. “Eu saí do Peri, mas o Peri nunca sai de mim”, diz o jogador sobre seu lugar de origem.

Recentemente, o atacante publicou em seu perfil no Twitter uma foto de 4 anos atrás, em que aparece pintando uma calçada. “A prova clara das mudanças que podem acontecer na vida de uma pessoa num curto período de tempo”, comentou um de seus seguidores.

“Minha vida mudou da água para o vinho”, diz o jogador. “Sei que muitas outras crianças também estão pintando as calçadas de suas cidades. Quero dizer a eles: não parem de lutar por seus sonhos, independentemente de qualquer coisa!” E ele sabe muito bem do que está falando.

“Ah, sim. E faça mais uma coisa por mim: ligue para sua mãe. Ela sente sua falta”.

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