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Sabia que é o óvulo que escolhe o espermatozoide, e não o contrário?

Os espermatozóides encontram o óvulo, a fecundação acontece e se formam os bebês. Simples? Não tanto quanto parece! Saiba mais sobre o conceito de receptividade feminina ou endometrial: a liberdade de escolha das mulheres. Dando um pouco de ênfase ao assunto, verificamos que são os óvulos quem realmente escolhem.

Como afirma Scott Gilbert, biólogo do desenvolvimento da Swarthmore College (EUA), "o óvulo avalia o espermatozoide antes de eliminá-lo da corrida ou classificá-lo como adequado". Portanto, a fertilização não é um evento aleatório, mas sim uma seleção a nível celular.

Depois de muita pesquisa, foi comprovado que, além disso, os óvulos tendem a atrair, em particular, um determinado tipo de espermatozoide, desde que a oportunidade seja favorável.

O Incrível.club ficou encantado ao descobrir esse estudo, segundo o qual os óvulos são seletivos, contando com seus próprios critérios de escolha no que diz respeito aos espermatozoides.

Senso comum: corrida dos espermatozoides

Praticamente todo casal que planeja aumentar a família acredita que, no processo de reprodução, é o espermatozoide quem corre à procura do óvulo. Mas vamos começar do começo. Todos os espermatozoides estão prontos, o óvulo está em seu ponto mais saudável, e é nessa hora em que a corrida começa! Como fomos ensinados na escola, milhões de espermatozoides são direcionados para um único óvulo. Quando um X encontra um X, nasce uma menina. E quando um X encontra um Y, o resultado genético é um menino.

Contudo, agora iremos começar o processo de desaprender essa lição.

Óvulos não são submissos. Eles desempenham um papel dominante, escolhendo seu próprio espermatozoide

Corrida? Nada disso. Nunca se tratou de uma corrida, uma vez que o vencedor passa por um processo de escolha. Quase como o processo seletivo de um candidato para uma vaga. Para dizer de uma forma mais simples, o óvulo escolhe previamente o tipo de espermatozoide com o qual se permitirá ser penetrado.

Estudados e explicados pelo cientista Dr. Joseph H. Nadeau, da The Pacific Northwest Research Institute (PNRI), em Seattle, EUA, os óvulos não são submissos nem frágeis, e sim desempenham um papel-chave no processo de reprodução. E, ao contrário do que diz a teoria popular, o espermatozoide não corre em direção ao óvulo. Acontece justamente o contrário.

Como explica o já mencionado Pacific Northwest Research Institute, é o óvulo quem aceita ou descarta um espermatozoide dependendo de sua carga genética, tornando a seleção sexual em nível celular algo muito mais complexo.

Parece estranho, mas a verdade é que um processo tão óbvio foi avaliado equivocadamente durante muito tempo.

Como as leis de Mendel foram desafiadas?

A lei de Mendel é, por definição, como a lei da segregação. É também chamada de lei da herança genética, segundo a qual cada gene tem seu homólogo correspondente. O passo seguinte é o processo de "fertilização aleatória", no qual os genes são divididos aleatoriamente em gametas que carregam apenas uma cópia. No entanto, estudos recentes rejeitaram completamente essa teoria.

Nadeau realizou duas experiências separadamente, sugerindo uma teoria totalmente diferente. Sua intenção era a de produzir proporções previsíveis específicas de combinações de genes na descendência (de acordo com as leis de Mendel). No entanto, ele não teve sucesso.

O primeiro teste previa o uso de ratos de sexo feminino com um gene normal e um modificado de modo a aumentar as possibilidades do desenvolvimento de câncer de testículo. Os ratos machos tinham todos os genes normais. O resultado foi de acordo com a lei de Mendel.

Experiência 2: na ocasião, Nadeau reverteu a reprodução. Ele deu aos ratos machos o gene cancerígeno modificado, enquanto as fêmeas tinham todos os genes normais. E ali estava! O surpreendente foi descobrir que apenas 27% tinha recebido a versão mutante, quando os especialistas esperavam que o resultado fosse de 75%.

Aquilo que aprendemos na escola sobre versões normais e modificado de DND1 na mãe e no pai é uma versão totalmente defasada. A conclusão de tudo isso foi poder classificar a fertilização como não aleatória, provando a existência de um mecanismo que permite ao óvulo escolher o espermatozoide com o gene normal, e não com o modificado. Em termos científicos, isso é chamado de “fertilização geneticamente tendenciosa”.

O que isso quer dizer?

O que isso significa? Sempre foi assim e os melhores cientistas da história sequer perceberam o erro?

Nadeau deu razões de peso para sustentar essa teoria recentemente desenvolvida. Ele acreditava haver duas possibilidades de embasar a tese.

1. A atração entre espermatozoides e óvulos tem, em grande medida, ligação com a molécula de ácido fólico. O metabolismo da vitamina B ou ácido fólico é diferente num óvulo e num espermatozoide. Essas mesmas mudanças podem representar o fator decisivo para a atração entre óvulo e espermatozoide.

2. Os espermatozoides já estão presentes no aparelho genital feminino quando eles se dirigem ao óvulo. E o óvulo pode não estar totalmente desenvolvido ou saudável durante esse tempo. Existe a possibilidade de que o óvulo influencie na divisão celular, e é por isso que seus genes também podem ser adequados para o espermatozoide.

Uma teoria curiosa, que muda nosso conhecimento sobre o tema. Não esqueça de deixar um comentário com suas impressões sobre essa descoberta recente.

Ilustradora Alena Sofronova exclusivo para Incrível.club
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