A matemática pode acabar com os testes de cosméticos em animais

Invenções
há 4 anos

Recentemente, pesquisadores da Universidade de Cincinnati, nos Estados Unidos, publicaram um modelo matemático que pode acabar com um dos problemas éticos mais polêmicos dentro da comunidade científica: o teste de cosméticos em animais.

O Incrível.club quer que você conheça mais sobre esse descobrimento que pode mudar a nossa forma de fazer ciência.

Atrás de cada cosmético existe uma longa história

Quem usa diariamente perfumes, produtos de maquiagem ou de cuidado pessoal nem imagina o longo processo prévio pelo qual eles passam até chegarem às nossas mãos. Quando a ideia de um novo produto químico aparece (pode ser um remédio ou um cosmético), os pesquisadores enfrentam uma longa batalha antes que o material seja finalmente colocado no mercado.

Os primeiros desenhos das fórmulas que compõem um cosmético são feitos em papel, para que depois suas bases e princípios sejam discutidos. Até a versão final, os produtos químicos devem passar por diferentes fases, incluindo a experimentação em diferentes tipos de modelos que projetam gradualmente as diferentes reações no organismo humano.

Assim são feitos os testes em remédios

A maneira como os testes medicinais são feitos não é a mesma utilizada na indústria cosmética. Para termos uma ideia, se considerarmos um fármaco para humanos, o primeiro modelo de teste poderia ser um cultivo celular. Depois, a experimentação passaria a um modelo animal considerado ’inferior’ para que então os níveis de complexidade das reações aumentassem e chegassem a voluntários humanos interessados em testar os fármacos.

Contudo, existem cultivos celulares que podem recriar com muita precisão o meio em que o químico vai agir, permitindo aos cientistas que pulem a fase de experimentação em animais e passem diretamente aos testes com voluntários. A partir dessa experiência, os efeitos são observados para que o fármaco possa ou não ser finalizado.

As complicações com os testes em cosméticos

Infelizmente, o mesmo não acontece com os cosméticos, já que é difícil prever como os químicos se comportarão na pele da pessoa apenas com cultivos celulares. É preciso considerar diferentes e complexas variáveis, como os diversos tipos de reações alérgicas, acúmulos de compostos, toxicidade e risco de que o produto seja cancerígeno. Infelizmente, os modelos animais ainda são necessários na indústria para não encarecer o produto e para evitar eventuais problemas no futuro.

O modelo matemático que poderia salvar muitas vidas

Gerald Kasting, PhD e professor de ciências farmacêuticas da Universidade de Cincinnati, é o diretor da pesquisa do modelo que poderia acabar com os testes em animais. Ele fez a seguinte afirmação: “Muitas pessoas oferecem um modelo, mas nós oferecemos um modelo preditivo”. Para chegar até o padrão final, o grupo de pesquisadores fez um teste com alguns produtos na pele humana para avaliar os seguintes aspectos:

  • Lugar de absorção;
  • Como os ativos químicos se transportam através das diferentes camadas da pele;
  • Existência de alguma reação alérgica;
  • Qualquer outro efeito nocivo.

Eles testaram 200 compostos e finalmente conseguiram prever como se comportariam 30 mil produtos químicos diferentes. O que isso significa? Que ao utilizar esse modelo matemático preditivo, ao invés de fazer testes em 30 mil compostos, os cientistas poderão pegar um subconjunto de apenas 200 pessoas para dar forma ao produto final e fazer as demais previsões sobre os outros 29.800 com base no subconjunto. Obviamente que animais também são considerados como modelos de testes.

A indústria aceitaria isso?

Na indústria química e de cosméticos é sempre um grande desafio cumprir com as pautas rígidas, evitar e identificar com urgência os ingredientes problemáticos frequentemente utilizados nos perfumes e conservantes dos cosméticos. Os testes são realmente necessários para a fabricação dos produtos. Por isso, o modelo de Kasting representa uma nova possibilidade para testar os elementos ao invés de fazer testes em humanos e em animais. Ou seja, é uma maneira transformadora de fazer essas experimentações.

O que você achou do modelo do professor Gerald Kasting? Compartilhe a sua opinião nos comentários.

Comentários

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Eu achei incrivel. Problema q muita gente se beneficia dos testes em animais, entao n vao aceitar isso de boa

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Eu ainda espero q os animais (ou seres alienígenas) dominem o mundo e faça testes em humanos!

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