UNESCO apresenta os novos Patrimônios Mundiais, mostrando que nosso Planeta tem tesouros incalculáveis

A cada ano, a UNESCO indica uma série de locais que passam a ser considerados Patrimônio Mundial. A ideia é preservar e proteger esses lugares. Para ser classificado como Patrimônio Mundial, um local precisa se cumprir uma série de requisitos, sendo que o mais importante deles é ser testemunho da criatividade e da riqueza cultural dos seres humanos. Em 2019, no total, foram 29 lugares selecionados, verdadeiros tesouros que destacam nossa cultura.

O Incrível.club apresenta, neste post, quais são esses 29 novos Patrimônios Mundiais.

1. Bagan, Myanmar

Bagan foi a antiga capital do Reino de Pagan entre os séculos IX e XIII. Localizada em uma planície, a cidade possui centenas de templos, estupas (monumentos), mosteiros, centros de peregrinação, vestígios arqueológicos, afrescos e esculturas. O lugar foi incluído na lista como um testemunho da força e devoção religiosa budista de uma época.

2. Centro histórico de Sheki e Palácio do Khan, Azerbaijão​​​​​​

Localizado ao pé das montanhas do Grande Cáucaso, o centro histórico da antiga cidade de Sheki está localizado no meio do percurso de uma série de rotas comerciais importantes. Sua arquitetura é influenciada pelas tradições do império safávida, da dinastia Kayar e da Rússia. Essa rica história acabou valorizada pela UNESCO com escolha da cidade como Patrimônio Mundial. Por sua vez, o Palácio Khan, juntamente com numerosos palacetes mercantis, reflete a riqueza obtida com a criação de bichos da seda e do comércio desse valioso tecido nos séculos XVIII e XIX.

3. Santuários de aves migratórias ao longo da costa do golfo da China, no mar Amarelo, China

O local foi classificado como Patrimônio Mundial por sua riqueza natural. O golfo apresenta o maior sistema de planícies de maré do mundo. Essas águas são tão ricas que servem como um local de proliferação para numerosas espécies de peixes e crustáceos, e como uma área de encontro para várias classes de aves migratórias, incluindo algumas das mais ameaçadas de extinção.

4. Paraty e Ilha Grande, Brasil

Se você já foi a Paraty, conhece os encantos históricos e naturais dessa região. A cidade representava, no final do século XVII, o principal porto de escoamento do ouro produzido em Minas Gerais e de entrada de mercadorias vindas, especialmente de Portugal — tanto é que é ali que termina a chamada Estrada Real, um caminho de peregrinação que percorre as montanhas mineiras e termina no litoral de Paraty. A riqueza do porto exigiu a construção de uma arquitetura colonial que hoje torna a cidade uma verdadeira joia. Não é apenas uma das cidades históricas mais bem preservadas do Brasil, mas um lugar cercado por áreas naturais protegidas, que abriga inúmeras espécies como a onça-pintada, a queixada e o macaco-aranha. Já a Ilha Grande, no litoral de Angra dos Reis, possui 113 praias de mar esverdeado e águas cristalinas e perfeitas para um mergulho. Essas foram as razões pelas quais esses lugares foram adicionados à lista da UNESCO.

5. Parque Nacional de Vatnajokull, Islândia

Vatnajökull é o maior e mais volumoso manto de gelo da Islândia e cobre aproximadamente 8% do país. A UNESCO destacou a importância do local, explicando que, na área, ocorrem processos geológicos interessantes, muito diversificados e dinâmicos.

6. Região de mineração pré-histórica de sílex riscada de Krzemionki, Polônia

Essa região é composta por quatro locais de mineração que operaram desde o período Neolítico (3.900 a.C.) até a Idade do Bronze (1.600 a.C.). A UNESCO afirma que o lugar abriga um dos mais completos sistemas pré-históricos de extração e processamento de sílex subterrâneos encontrados até agora e que é uma fonte valiosa de informações para a reconstrução de como era a vida nesses assentamentos pré-históricos.

7. Áísínai’pi — Petroglifos e pictogramas do povo siksikáítsitapi, Canadá

8. Cidade de Jaipur, Rajastão, Índia

A cidade fortificada é a capital do Estado de Rajastão e foi fundada em 1727. Ela foi projetada a partir de desenhos de linhas cruzadas, de acordo com a arquitetura védica, mas também possui influências dos ideais arquitetônicos hindu, mongol e ocidental em suas ruas, mercados, praças, residências e templos. É por isso que a UNESCO decidiu declará-la Patrimônio Mundial.

9. Paisagem cultural do Risco Caído e Montanhas Sagradas de Gran Canaria, Espanha

O local compreende uma vasta paisagem de falésias, ravinas e formações vulcânicas em uma paisagem de incrível biodiversidade. Além de sua riqueza natural, motivo de a UNESCO classificá-lo como Patrimônio Mundial, o local apresenta numerosos assentamentos nos quais outrora viveram homens das cavernas e que denotam a existência, há milhares de anos, de culturas pré-hispânicas na ilha, sendo que esses antigos habitantes se desenvolveram de forma isolada do restante da humanidade. O complexo também abriga possíveis templos de adoração que seriam usados ​​para celebrar eventos religiosos.

10. Seowon, academias neoconfucianas coreanas, Coreia do Sul

As chamadas academias neoconfucianas coreanas, ou seowon, eram uma espécie de escola (nove ao todo) e funcionaram entre os séculos XV e XIX. A educação, o respeito pelos acadêmicos e a valorização e interação com o Meio Ambiente eram os principais valores dessas instituições. As seowon foram adicionadas à lista de Patrimônio da Unesco como uma evidência da adoção chinesa do Neoconfucionismo.

11. Observatório Jodrell Bank, Inglaterra

Esse observatório está localizado em uma área rural do noroeste da Inglaterra, livre da interferência de rádio, e é um dos observatórios de radioastronomia mais notáveis ​​do mundo. Começou a operar em 1945 e ainda hoje está ativo. O Jodrell Bank teve um impacto científico significativo em vários campos de estudo, como a óptica quântica e o rastreamento de espaçonaves. Um dos motivos para a UNESCO classificá-lo como Patrimônio Mundial é o fato de representar a transição da astronomia óptica tradicional para a radioastronomia, o que levou a novas e incríveis descobertas sobre a compreensão do universo.

12. Obras arquitetônicas do século XX de Frank Lloyd Wright, Estados Unidos

A obra de Frank Lloyd Wright (1867-1967) consiste em oito edifícios localizados nos Estados Unidos. Trata-se de uma representação do estilo “arquitetura orgânica”, cuja principal característica é a integração dos espaços exteriores e interiores, bem como o uso de materiais originais (para os padrões da época), como aço e concreto. Suas teorias e construções acabaram influenciando bastante o desenvolvimento da arquitetura europeia do século XX. Por essas razões, o conjunto foi declarado Patrimônio pela UNESCO.

13. Santuário Bom Jesus do Monte, em Braga, Portugal

O santuário está localizado no Monte Espinho, em Braga. O lugar evoca a cidade de Jerusalém, recriando uma paisagem constituída por um monte sagrado com uma igreja em seu topo. Foi construído ao longo de mais de 600 anos e apresenta um estilo predominantemente barroco. É por essas razões que foi considerado Patrimônio da Mundial pela UNESCO.

14. Colinas de videiras de prosecco de Conegliano e Valdobbiadene, Itália

O local compreende uma parte da área rural do nordeste da Itália composta por terras de vinhedos de produção do famoso espumante “prosecco” — uma espécie de “primo” do champagne, esse de origem francesa. É uma paisagem de vinícola caracterizada por uma natureza bela composta por florestas, colinas, terras agrícolas, lavouras e vilarejos. Adotada no século XIX, a técnica de produção de uvas na região, conhecida como bellussera moldou a paisagem do local, dando a ela características conhecidas até hoje e que contribuíram para que fosse classificada como Patrimônio Mundial.

15. Real Obra de Mafra — Palácio, basílica, convento, jardim do “Cerco” e parque de caça real da Tapada, Portugal

O local, que não fica longe de Lisboa, foi construído pelo rei João V, em 1711. O complexo imponente abrange os palácios dos reis, a capela real em forma de uma basílica romana barroca, um mosteiro franciscano, uma biblioteca com aproximadamente 36 000 volumes, o maravilhoso jardim “Cerco” e o parque de caça real, chamado Tapada. A construção é, segundo a UNESCO, uma testemunha inestimável do poder do Império Português.

16. Mausoléu de “kofun” de Mozu — Furuichi (túmulos funerários do antigo Japão)

O complexo, que data de entre os séculos III e VI d.C., está localizado na planície de Osaka e abriga 49 “kofun”, ou antigos túmulos colossais quadrados, redondos, com trancas ou conchas marinhas que serviram como sepulturas para personagens poderosos. Neles, foram encontrados verdadeiros tesouros funerários como armas e emblemas, que foram decorados com figuras alegóricas de guerra e de personagens humanos. Esses materiais são, de acordo com especialistas, exemplos das diferentes classes sociais do Japão antigo e revelam como eram as sofisticadas tradições fúnebres do país asiático.

17. Tumbas da cultura Dilmun, Bahrein

Elas foram construídas entre 2050 e 1750 a. C., e estão distribuídas por 21 sítios arqueológicos, seis dos quais são necrópoles que, juntas, abrigam milhares de túmulos. Todas são testemunho da civilização Dilmun original. A quantidade de câmaras fúnebres, além de sua densidade, tamanho e singularidade fazem desse local um lugar único no mundo, o que contribuiu para que fosse escolhido pela UNESCO como Patrimônio Mundial.

18. Mina de carvão de Ombilin em Sawahlunto, Indonésia

A mina foi construída pelo governo holandês entre o final do século XIX e no início do século XX — período em que a Indonésia era uma colônia holandesa. Da jazida, foi extraído carvão de alta qualidade e ao custo de um colossal esforço da população de Sumatra e de pessoas condenadas a trabalhos forçados pelo governo da Holanda. São considerados Patrimônios Mundiais os poços e a cidade que abrigava os mineradores, além de armazéns do porto de Emmahaven e da rede ferroviária que possibilitou a comercialização do carvão.

19. Babilônia, Iraque

Você provavelmente já ouviu falar de Babilônia. A famosa cidade ficava em uma região onde atualmente fica o Iraque, a 85 quilômetros da atual capital, Bagdá. A UNESCO enquadrou como Patrimônio Mundial justamente as ruínas da cidade da Babilônia — que, entre 626 aC e 539 aC., foi a capital do império neobabilônico. Essa região é um testemunho único de um dos impérios mais influentes do mundo antigo e que foi liderado por alguns dos mais influentes governantes da História, como Hamurabi e Nabucodonosor. Os Jardins Suspensos da Babilônia, vale lembrar, foram uma das Sete Maravilhas do mundo antigo.

20. Igrejas da Escola de Arquitetura de Pskov, Rússia

O complexo é composto por igrejas, catedrais, mosteiros, fortalezas e edifícios administrativos projetados pela Escola de Arquitetura Pskov, dos séculos XV e XVI. Os edifícios têm características inspiradas no século XII e comunicam-se com a natureza por meio dos jardins localizados em seu entorno. A escola e suas criações determinaram uma revolução da arquitetura russa nos cinco séculos seguintes, e sua enorme importância lhe valeu um lugar na lista dos novos Patrimônios Mundiais da UNESCO.

21. Territórios e mares austrais franceses, França

O próximo Patrimônio Mundial da lista da UNESCO inclui os arquipélagos de Crozet e Kerguelen, as ilhas de São Paulo e Nova Amsterdã e mais sessenta ilhotas. Os territórios cobrem um total de mais de 7 milhões de hectares e estão localizados na região da Antártida. Juntamente com os mares circundantes, serve de lar para uma enorme variedade de espécies de aves e mamíferos marinhos, como o pinguim-rei e o albatroz-de-bico-amarelo. Sua localização é tão remota que a escassa intervenção humana tornou as ilhas um espaço quase inalterado de evolução biológica e, portanto, ideal para a pesquisa científica.

22. Florestas hircanianas, Irã

As florestas hircanianas abarcam 850 km de vegetação exuberante ao longo do mar Cáspio. Elas ocupam essa área há aproximadamente 50 milhões de anos. Cerca de 44% das plantas vasculares existentes no Irã podem ser encontradas nessas florestas, assim como 180 espécies de pássaros e 58 de mamíferos, entre as quais o emblemático tigre persa. Sua riqueza florestal e sua imensa biodiversidade lhes garantiram um lugar na lista da UNESCO.

23. Paisagem de criação e adestramento de cavalos de tração cerimoniais em Kladruby nad Labem, República Tcheca

O complexo classificado pela UNESCO como Patrimônio Mundial consiste em campos cercados e uma série de edifícios projetados no século XVI para a criação e domesticação de cavalos da raça Kladruber. No local, foi instalado um haras imperial dos reis da dinastia Habsburgo. Os cavalos nascidos e criados ali serviam em cerimônias reais e eram usados no exército, na agricultura e como meio de transporte. O haras funciona até hoje e é considerado um dos mais importantes da Europa.

24. Paisagem cultural de Budj Bim, Austrália

O local, que, assim como os demais, acabou de ser enquadrado na lista dos novos patrimônios mundiais da UNESCO, localiza-se na região onde vive o povo aborígene Gunditjmara. Os Gunditjmara possuem um peculiar sistema de aquicultura, baseado na construção de represas e no uso de lava vulcânica para a produção de peixes e enguias para a alimentação e que vem garantindo seu sustento há cerca de 6 mil anos.

25. Vestígios arqueológicos da cidade de Liangzhu, China

Os vestígios arqueológicos remontam aos anos de 3300 a 2300 a.C., e revelaram que, na época do Neolítico, já havia um Estado bastante desenvolvido dos pontos de vista político e religioso e cuja economia baseava-se no cultivo do arroz. A região apresenta um testemunho da hierarquia social, planejamento urbano e das tecnologias de uso e conservação de água.

26. Sítios da antiga metalurgia do ferro de Burkina Faso, Burkina Faso

Esse novo integrante da lista de patrimônios mundiais consiste em cinco locais que abrigam quinze fornos, várias estruturas de minas e forjas e ruínas de habitações. Um desses locais, Durula, remonta ao século VIII a.C. e os outros quatro, Tiwega, Yamané, Kindibo e Bekuy, são ilustrativos da intensificação da atividade com ferro no segundo milênio de nossa Era. A indústria siderúrgica fazia parte da vida dos habitantes desses cinco locais e chegou, inclusive, a fazer parte de seus rituais.

27. Sistema de gestão da água de Augsburgo, Alemanha

O sistema foi desenvolvido em etapas sucessivas a partir do século XIV e até hoje constitui um complexo sistema formado por uma rede de canais, torres de água dos séculos XV a XVII, um sistema de resfriamento de carne por meio de água fria e usinas hidrelétricas que continuam a fornecer energia para o local. O sistema foi tão influente que até hoje Augusburgo é considerada um centro de inovação em engenharia hidráulica, além de Patrimônio Mundial.

28. Região mineradora de Erzgebirge/Krušnohoří, Alemanha e República Tcheca

A região está localizada entre o sudeste da Alemanha e o nordeste da República Tcheca. Suas montanhas são compostas de diferentes metais que começaram a ser explorados por volta do século XII, na Idade Média. Foi lá que, a partir de 1460, o maior depósito de prata na Europa foi explorado durante cem anos, o que introduziu uma série de influentes avanços tecnológicos em todo o continente. Foram, até hoje, mais de 800 anos de atividade mineradora que mudaram a paisagem e a cultura que cercam esse agora Patrimônio Mundial.

29. Planície dos jarros megalíticos de Xieng Khouang — Planície das Tinajas, Laos

A planície recebeu esse nome porque guarda cerca de 2 100 jarros megalíticos em forma de tubo, provenientes da Idade do Ferro. Os vasos eram usados ​​em rituais funerários, juntamente com outras riquezas culturais espalhadas pelas planícies, como discos de pedra, sepulturas, lápides, elementos funerários e pedreiras. O complexo é o testemunho da peculiaridade cultural que o Laos produziu durante a Idade do Bronze e, portanto, foi declarado Patrimônio Mundial pela UNESCO.

Se você ganhasse uma passagem com todas as despesas pagas para visitar um desses lugares, qual escolheria? Por quais razões? Conte para a gente nos comentários!