Um magnetar poderia apagar todos os cartões de crédito na Terra

Curiosidades
há 3 anos

Uma poderosa explosão de radiação gama que durou apenas meio segundo, mas liberou uma enorme quantidade de energia. Muito mais do que o nosso Sol produziria em 10 bilhões de anos. Este breve flash iluminou todo o céu. Depois, foi substituído por um brilho muito mais suave e duradouro.

Os astrônomos examinaram o fenômeno com ondas de raios-X, rádio, óticasinfravermelhas. Acontece que estavam vendo um magnetar recém-nascido — pela primeira vez! Provavelmente foi formado a partir da fusão de duas estrelas de nêutrons, que resultou em uma kilonova — uma das maiores e mais brilhantes explosões estelares. Sua luz finalmente alcançou nosso planeta em 22 de maio de 2020.

Imagine uma estrela massiva — com pelo menos cinco vezes a massa do nosso Sol — chegando ao fim de sua vida. Pode ser que seu combustível nuclear tenha acabado.

Se isso acontece, a estrela começa a esfriar. A pressão interna cai e a gravidade começa a apertar para dentro. E então, mais de um milhão de vezes a massa do nosso planeta entra em colapso em quinze segundos! Isso acontece tão rápido, que uma enorme onda de choque faz com que a parte externa da estrela exploda, produzindo uma luz ofuscante. Essa poderosa explosão é chamada de supernova.

O que ficou para trás foi um núcleo incrivelmente denso com uma enorme nuvem de gás quente, chamada nebulosa, que se expande ao seu redor. Se a estrela tiver massa suficiente — mais de dez vezes o tamanho do Sol — é provável que se transforme em um buraco negro.

Caso contrário, ela se transforma em uma estrela de nêutrons, que é basicamente um núcleo gigante — a parte central de um átomo. Essas estrelas são compostas principalmente de nêutrons e raramente têm mais de trinta e dois quilômetros de diâmetro.

Para efeito de comparação, nosso Sol tem quase um vírgula quatro milhão de quilômetros de diâmetro, o que equivale a cento e nove Terras colocadas lado a lado!

Mas não se deixe enganar por esse tamanho relativamente pequeno.

Qualquer estrela de nêutrons é pelo menos uma vez e meia mais pesada que o nosso Sol e tem um campo magnético intenso. Se você recolher apenas uma colher de chá do interior dessa estrela, essa matéria pesará mais de um bilhão de toneladas! É tão densa que torna as estrelas de nêutrons alguns dos objetos mais extremos conhecidos.

A próxima parada é o próprio Buraco Negro! Quando duas estrelas de nêutrons se fundem, elas geralmente criam uma nova, muito mais pesada.

Em milissegundos ou até menos, essa estrela colapsa em um buraco negro. Mas os astrônomos que examinaram o flash de luz registrado em março acreditam em um outro resultado.

Eles têm quase certeza de que viram algo nunca antes observado — o nascimento de um magnetar. Essa é uma forma rara de estrela de nêutrons com um campo magnético ultraforte. É mil trilhões de vezes mais forte que o do nosso planeta. Este campo também é tão poderoso que aquece a superfície da estrela a até 10 milhões de graus Celsius.

Para colocar em palavras simples: os magnetares são os ímãs mais poderosos do Universo. Seus campos magnéticos podem influenciar seriamente a vizinhança. Os átomos azarados o suficiente para se aproximarem de tal estrela, são esticados em linhas finas como lápis.

Se, de alguma forma, você chegar a algumas centenas de quilômetros de um magnetar, certamente as coisas não acabarão bem para você.

O campo magnético primeiro interromperia sua bioeletricidade. Isso significa que seus impulsos nervosos não funcionariam mais. Até mesmo suas moléculas mudariam sob a influência do campo magnético da estrela. No final, você praticamente desapareceria.

Se um magnetar voasse dentro de um raio de cento e sessenta mil quilômetros do nosso planeta, ele apagaria todos os dados de todos os cartões de crédito do mundo.

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