Nosso plano era não ter filhos — até eu achar algo no bolso dele

Relacionamentos familiares podem ser cheios de amor, mas também cheios de sentimentos complicados. O que começa como um momento especial pode se transformar em algo doloroso por causa de mal-entendidos. Uma leitora compartilhou uma história sobre como escolher o nome de seu bebê magoou outra mulher especial em sua vida: sua mãe.
Oi, Incrível!
Acho que destruí totalmente minha relação com minha mãe sem nem perceber. É parcialmente culpa dela também, não vou mentir, mas ainda sinto que nunca vamos nos recuperar disso.
Quando descobri que estava grávida, minha mãe foi a primeira pessoa a quem contei. Eu estava tão animada! Ela também ficou muito feliz por mim, começou a pular como uma criança. Achei que ela fosse explodir. Fiquei emocionada ao vê-la tão empolgada.
Mas as coisas começaram a mudar com o passar do tempo. Quando eu estava com 6 meses de gravidez, minha mãe começou a insinuar que eu deveria colocar o nome dela no bebê. Eu amo minha mãe, mas não gostaria de dar o nome dela à minha filha. Não me entenda mal, ela é uma ótima mulher e temos uma relação maravilhosa... na maior parte do tempo.
Veja bem, às vezes ela pode ser emocionalmente manipuladora e dramática. E essa não foi a primeira vez que ela tentou me pressionar emocionalmente para fazer as coisas do jeito dela. Fui para a escola que ela queria, na cidade que ela queria. Durante anos, usei apenas o corte de cabelo que ela aprovava.
Mas dessa vez não era apenas sobre mim, era sobre a minha filha também. Além disso, o nome dela é Linda, e eu não gostava de como soava com o meu sobrenome. Então escolhi Camila. É suave, mas forte e, sei lá, parecia certo.
Mas quando contei à minha mãe, ela me encarou e disse:
“Você vai se arrepender. Sua filha nem é digna desse nome!” Eu ri.
Achei que ela estivesse brincando. Ou tentando me manipular pelo sentimento de culpa. Mas ela não fala comigo há 4 semanas. Por causa de um nome, sério?
Minha prima me ligou na semana passada para saber como eu estava e, antes de desligar, disse: “Você sabe por que ela está realmente brava, né?” Aparentemente, minha mãe teve uma filha antes de mim. Que nasceu sem vida.
Ela a chamou de Camila. E nunca me contou. Nunca ouvi isso de outros parentes. Na verdade, fiquei um pouco chateada porque todo mundo na família parecia saber, menos eu.
Ela achou que eu tinha escolhido esse nome de propósito para “zombar da dor dela”. Foi um choque enorme para mim. Desde então, tenho sentido um aperto no estômago. Será que devo mudar o nome? Mas eu gosto dele, e meu marido também...
Devo perguntar a ela sobre isso? Não quero magoá-la. Não sei como abordar o assunto. E, para ser sincera, nem sei a quem culpar agora.
Me digam o que vocês acham,
Danielle M.
Querida leitora, obrigada por compartilhar. O que você descreveu não é um conflito familiar convencional. É uma questão delicadíssima que afeta várias pessoas próximas a você. Aqui está o que pode ajudar.
Quando se sentir pronta, procure sua mãe e conte o que soube com sua prima. Deixe claro que você não fazia ideia e que escolheu o nome simplesmente porque gostava dele. Seja honesta sobre o quanto ficou chocada e triste ao descobrir.
Dê a ela a chance de compartilhar o lado dela, se quiser, mas não a pressione caso não esteja pronta. Às vezes, só saber que você se importa já ajuda a suavizar o coração.
Esse é o seu bebê, então a decisão deve ser entre você e seu marido. Conversem sobre o quanto o nome significa para vocês dois e como se sentiriam se mudassem.
Se mantiverem o nome, explique à sua mãe que a escolha vem de um lugar de amor, não de dor. Se mudarem, que seja porque realmente querem, não por pressão. De qualquer forma, precisa ser algo que faça sentido para a sua família..
O silêncio dela é doloroso, mas pode ser a forma de lidar com emoções guardadas por anos. Ela pode precisar de espaço antes de conseguir enxergar além da dor e se reconectar com você. Mostre que a porta está aberta e que você está disposta a conversar quando ela se sentir pronta. Enquanto isso, concentre-se no seu bem-estar e na alegria de receber sua filha.
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