Quanto do Titanic ainda existe hoje em dia

Curiosidades
há 7 meses

Você já se perguntou quanto do Titanic ainda resta hoje em dia? Se você não mora em uma caverna, provavelmente sabe que já se passaram mais de 100 anos desde que o navio mais famoso do mundo naufragou. O RMS Titanic, o maior transatlântico do mundo desde o início dos anos 1900, afundou durante sua viagem inaugural, poucos dias depois de deixar o porto. O navio atingiu um iceberg no dia 14 de abril de 1912, afundando com mais de 1.500 passageiros dos mais de 2.200 que estavam a bordo do transatlântico naquele momento. Por mais chocante que isso possa parecer, o Titanic levou mais de três anos para ser construído e apenas três horas para afundar. Se fosse hoje, o navio teria custado mais de 210 milhões de dólares para ser feito.

Ele foi visto pela última vez na superfície do Atlântico às 2h20 da madrugada. Por muitas décadas, essa foi a última vez que as pessoas o viram — até 1985, quando o paradeiro do navio foi descoberto pelo oceanógrafo Robert Ballard. Foi quando algumas partes do Titanic tornaram-se visíveis mais uma vez. Uma das primeiras descobertas feitas pela expedição de Ballard foi que o navio de fato partiu-se ao meio antes de afundar. As primeiras missões exploratórias para o fundo do oceano onde o Titanic está agora só conseguiram ver o casco e o convés do navio. Segundo Ballard, o principal objetivo dessas missões era entender como preservar as ruínas da deterioração. Outro objetivo era recuperar o grande número de objetos pessoais espalhados pelo fundo do mar.

Mais tarde, o explorador disse que a vista lá embaixo era tão chocante quanto emocionante. Na área de detritos ao redor do naufrágio, o oceanógrafo descobriu muitos pequenos objetos e pertences pessoais, vários dos quais ele trouxe de volta à superfície. Havia sapatos. Alguns mais chiques que outros. Tinha peças de roupa que pertenciam aos membros da tripulação. Havia enormes hélices. Se na superfície elas brilhavam e reluziam, no fundo do oceano elas estavam cobertas e devoradas pela areia. Ballard apontou que a área onde os utensílios de cozinha estavam espalhados media mais de 1,6 km de comprimento. Havia pratos, panelas e frigideiras suficientes para equipar uma cozinha industrial inteira.

Pela primeira vez, imagens de animação 3D revelam cenas emocionantes. As simulações mostram a evolução do Titanic desde quando ele partiu em 1912 até o estado de suas ruínas hoje. Mas as simulações não foram suficientes para o explorador do fundo do mar James Cameron, que imaginou viajar até o coração do naufrágio pela primeira vez na história do navio. Sim, o mesmo James Cameron que é o diretor de um filme muito famoso sobre o navio. Ele já mergulhou 33 vezes para visitar os destroços do Titanic. Aqui estão algumas curiosidades interessantes para você: o diretor diz que sua verdadeira paixão sempre foi o oceano. E que desde criança queria estudar o mar. Dirigir filmes, digamos, era seu trabalho diário. Quando surgiu a possibilidade de dirigir o longa do Titanic, ele disse “sim” apenas para poder ver as ruínas do navio na vida real!

De volta ao naufrágio. Segundo James Cameron, acessar apenas a parte externa do navio não foi suficiente para os pesquisadores. Eles precisavam entrar, analisar e fotografar o que restava do interior pomposo daquele que foi o maior transatlântico do mundo. Cameron pilotou um veículo robô inovador equipado com câmeras. Isso o ajudou a revelar espaços no Titanic que ninguém jamais havia visto desde que o navio tocou o fundo do mar. Os banhos turcos, por exemplo, ainda tinham as paredes de azulejos quase totalmente erguidas. Esses banhos eram exclusivos para passageiros da primeira classe. Eles ficavam bem ao lado da Piscina e da Sala de Jantar da Terceira Classe e foram projetados em estilo mouro. As pessoas que descansavam lá podiam pegar cobertores para se aquecer e pedir aos garçons que lhes trouxessem tudo o que precisassem.

Se as fotos de antes do desastre eram incríveis, agora elas carregam um tipo diferente de fator surpresa — quando tudo o que você vê nelas está escondido sob a superfície da água. Outra descoberta chocante foi o mastro do navio. Se olharmos para o Titanic em sua glória pré-naufrágio, o mastro chama muito a atenção. Localizado na proa do enorme navio, o mastro mantinha unidos os cabos de transmissão do sistema Marconi — um sistema de telegrafia sem fio. É também onde ficava a bandeira mercante britânica que o Titanic hasteou. O mastro estava a pouco mais de 30 metros de altura e tinha um ninho de corvo. Hoje em dia, o mastro está irreconhecível, e atacado pela corrosão, desmoronou. O ninho de corvo também já era.

Agora, podemos ver por que o Titanic atual é um verdadeiro tesouro para os exploradores do fundo do mar. Como o naufrágio do navio está a uma profundidade aproximada de 3.800 metros, a luz do sol é inexistente lá. Assim, as missões pilotadas dependem de equipamentos tecnológicos de ponta para o levantamento da área. Por que você acha que o Titanic desapareceu dos olhos do público por mais de 70 anos? Bem, porque naquela época a tecnologia não era avançada o suficiente para as pessoas descerem até lá, assim como para trazerem boas imagens do naufrágio. Foram os cineastas que impulsionaram essa tecnologia ao tentar filmar debaixo d’água. Eles começaram construindo caixas para colocar suas câmeras dentro. Agora, a fotografia do fundo do mar é altamente avançada e nos permite ficar maravilhados com a grandiosidade da vida subaquática.

Claro, tirar fotos no fundo do mar não é uma tarefa fácil. Por um lado, para suportar essa pressão subaquática maluca, os submarinos precisam ser muito fortes e ter paredes grossas — não menos do que 28 centímetros! Além disso, os exploradores tem que entender como filmar e fotografar quando quase não há luz por perto. Havia outra coisa que tornava a captação de imagens do Titanic ainda mais difícil. Quando os destroços do navio foram redescobertos pelos cientistas, estavam cheios de bactérias enferrujadas de cor vermelha que dificultavam ainda mais a obtenção de boas imagens. Acontece que a cor vermelha não reflete bem debaixo d’água, o que é lamentável para os fotógrafos. Por esse motivo, os veículos que descem para percorrer as ruínas, operados por humanos, são equipados com poderosos dispositivos de iluminação.

Quando você vê algumas partes do navio de longe, parece haver uma cera marrom-avermelhada pingando por todas as ruínas do Titanic. Mas, na realidade, essas estruturas em forma de pingente são colônias de microrganismos. Quando o navio afundou, levou junto uma enorme quantidade de bactérias que não existiam no fundo do oceano. Mas agora essas bactérias, unidas às condições extremas no fundo do oceano, se transformaram em uma combinação desastrosa para as ruínas do navio. Essas colônias vermelhas de microrganismos na verdade se alimentam de ferro e aço, que é basicamente tudo o que resta do Titanic.

Um tipo desses microrganismos são as bactérias chamadas Halomonas titanicae. Elas podem comer até 100 quilos de ferro por dia. Isso torna o Titanic uma fonte de alimento gigantesca para elas. Houve muitas especulações sobre a expectativa de durabilidade do navio naufragado depois que os pesquisadores descobriram essa ferrugem bizarra. Mas, de acordo com Cameron e sua equipe de pesquisa, o Titanic não vai se desintegrar tão cedo. Em uma das últimas expedições ao naufrágio, um veículo pilotado foi financiado para identificar especificamente uma cabine. Ela pertencia a um passageiro muito importante: Sir Benjamin Guggenheim. Sim, como o Museu. Guggenheim era filho de um magnata da mineração e membro do grupo da elite que embarcou na viagem transatlântica do Titanic. Nascido na Filadélfia, Guggenheim estava viajando de volta para os Estados Unidos. Mas, como todos sabemos, ele nunca chegou ao seu destino final.

Por um preço que variava de 400 a 800 libras em 1912, o equivalente a 84.000 libras hoje em dia, era possível reservar uma acomodação chamada “cabine”. As cabines do Titanic eram o tipo mais luxuoso de quarto de primeira classe. Elas ficavam nos decks B ou C e eram decoradas em mais de 11 estilos diferentes: jacobino, georgiano, renascentista italiano — e por aí vai. Esses quartos eram cheios de painéis esculpidos e marchetarias feitas de madeiras exóticas e raras, como mogno, carvalho, e assim por diante. Guggenheim ocupava um desses quartos luxuosos. Cem anos depois, um de seus descendentes financiou uma missão inteira só para localizar a cabine exata em que o homem estava. Essa expedição se transformou em um documentário para a National Geographic. E eles conseguiram identificar qual era a cabine do Guggenheim. Então, parabéns para eles!

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