Psicóloga levanta debate sobre prática vista como inofensiva por muitos pais

Psicologia
9 horas atrás

Muitos pais demonstram carinho com abraços, beijos e muito chamego — alguns, inclusive, não veem problema em beijar os filhos na boca. Celebridades também compartilham esse tipo de afeto nas redes, mas a prática costuma dividir opiniões. Uma psicóloga renomada chegou a levantar um alerta sobre possíveis impactos desse gesto no desenvolvimento das crianças.

Esta atitude pode aumentar o risco da criança desenvolver a “síndrome da vítima”

Respeitar os limites das crianças é essencial para um crescimento emocional saudável — e isso inclui até os gestos mais simples do dia a dia. A psicóloga Charlotte Reznick alerta que práticas como beijar nos lábios, fazer cócegas em excesso ou insistir na alimentação podem acabar passando a mensagem errada: a de que o corpo da criança não tem fronteiras e está sempre disponível para os outros.

Alguns hábitos dos pais, mesmo sem intenção, podem contribuir para que a criança desenvolva a chamada “síndrome da vítima”, dificultando que ela aprenda a impor limites e se posicionar. Ao perceberem o peso dessas atitudes, os adultos podem criar um ambiente mais seguro, acolhedor e propício para o crescimento saudável dos filhos.

Não é higiênico

Profissionais da saúde, incluindo dentistas, chamam a atenção para os riscos de compartilhar saliva com crianças. Como o sistema imunológico dos pequenos ainda está em formação, eles ficam mais vulneráveis a infecções que, nos adultos, podem passar despercebidas. A psicóloga Charlotte também reforça esse alerta: certos microrganismos presentes na saliva podem causar danos sérios. Por isso, cuidar desses detalhes é uma forma de proteger e priorizar o bem-estar dos filhos.

A criança pode não entender que não é apropriado beijar outras pessoas da mesma forma

Crianças aprendem muito mais observando do que a gente imagina. Por isso, ao verem um beijo na boca como forma de carinho, podem acabar reproduzindo o gesto com outras pessoas, sem entender o que ele realmente representa. Para evitar confusões e ajudar os pequenos a compreenderem melhor os próprios limites, psicólogos sugerem trocar o beijo nos lábios por um carinho na bochecha ou na testa. Assim, desde cedo, eles aprendem formas saudáveis e respeitosas de demonstrar afeto.

Este gesto pode ser confuso para a criança

Beijar uma criança nos lábios pode deixá-la desconfortável, especialmente conforme ela vai crescendo. O problema é que muitos pais não percebem o momento certo de parar. Às vezes, a criança já se sente estranha, incomodada ou até rejeita o gesto, mas não consegue expressar isso com clareza. Como alerta a psicóloga Charlotte Reznick: “Se você começa a beijar seus filhos na boca, quando sabe que é hora de parar?”

Esse debate vem ganhando força nos últimos anos. Um exemplo marcante é o da família Beckham, que recebeu críticas após David publicar no Instagram uma foto beijando a filha na boca. A repercussão dividiu opiniões: enquanto alguns condenaram o gesto, outros saíram em defesa do casal, compartilhando imagens parecidas com seus próprios filhos como forma de apoio.

Entender o que a criança sente também é um ato de amor

Nem sempre os pequenos conseguem verbalizar quando algo os incomoda — e é aí que entra a escuta ativa. Observar reações, prestar atenção nos sinais e manter um espaço seguro para o diálogo são atitudes fundamentais para que a criança se sinta respeitada. Mais do que seguir hábitos afetivos, é importante garantir que eles façam sentido e sejam confortáveis para ambos os lados.

Verdade seja dita, com o nascimento de um filho, mãe e pai também iniciam sua formação e, com o tempo, aprendem juntos como tudo funciona. Para evitar os erros das gerações anteriores, pais modernos se esforçam para educar seus filhos da maneira mais consciente possível.

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