É assim que suas lembranças surgem no momento mais inesperado, graças aos estímulos percebidos pelos 5 sentidos
Você já deve ter passado por algo parecido: ao cruzar na rua com alguém que está usando o mesmo perfume que um ex-namorado, imediatamente surgem as lembranças dos fatos vividos com aquela pessoa à época. Ou então passa diante da vitrine de uma loja e vê o mesmo bule que sua avó usava para servir chá. Na hora, voltam à mente aqueles momentos especiais que vocês viveram juntos.
Graças a algumas pessoas que se dedicaram a estudos sobre mente e memória, como Aristóteles, sabemos hoje que os sentidos desempenham um papel importante no processo de criação das lembranças em todos os seres humanos.
O Incrível.club quer revelar de que maneira cada sentido humano desempenha um papel fundamental na memória das pessoas.
O olfato
Os aromas têm uma função importante na criação de lembranças, já que o bulbo olfatório age como um intermediário direto entre os cheiros e o cérebro, especificamente no hipocampo, encarregado de lidar com as recordações. De acordo com um estudo realizado por pesquisadores do Instituto Picower de Aprendizagem e Memorização do MIT, o hipocampo, o córtex pré-frontal e a amídala são os responsáveis pelo armazenamento das lembranças associadas às emoções.
A relação entre cheiros e lembranças é tão forte que praticamente qualquer odor pode gerar uma reação cerebral, levando ao surgimento de um vínculo entre presente e passado, fazendo com que nos lembremos de algo simples, como o perfume usado por nossa mãe, o cheiro da casa onde passamos a infância e até o aroma que saía do nosso prato favorito quando éramos crianças.
O tato
O tato produz lembranças mais diretas e espontâneas relacionadas a momentos, pessoas ou texturas de coisas que já tocamos graças aos receptores nervosos presentes nas mãos. É um dos sentidos que menos interage com a memória, mas é possível que, quando unido à visão, crie grandes conexões com o passado.
Artesãos usam a memória tátil para saber quando o material de suas criações está pronto. Ou seja, ao trabalhar com argila, por exemplo, esses profissionais fazem uso das mãos não apenas para trabalhar o produto, mas também para sentir qual o ponto exato para começar a modelar, com base na própria experiência. Já os cozinheiros usam a memória tátil para saber se os ingredientes com que trabalham estão nas condições ideais.
A visão
A maioria das pessoas tende a ser visual em relação a tudo. Tanto que precisam ver até o mínimo detalhe para poder entender e aprender melhor as coisas ou até para se emocionar. Assim, a visão tem uma função essencial na memória, sobretudo na de curto prazo, guardando por um breve período os estímulos sensoriais que ocorrem no cérebro.
Na realidade, é possível que, ao ver imagens de lugares, pessoas ou cores, consigamos nos lembrar imediatamente de uma viagem à praia, de alguém que chamou muito nossa atenção ou até da cor do quarto onde passamos nossa infância. Ver algo e lembrar-se de um momento relacionado a isso por alguns minutos é também um tipo de recordação ligado ao sentido.
A audição
Os sons também têm a capacidade de produzir sentimentos como tristeza, felicidade e incômodo devido ao fato de o cérebro trabalhar em conjunto com o hipocampo para processar e armazenar uma melodia como recordação sonora.
É por isso que a memória é tão ligada à música, de maneira que, ao ouvir uma canção ou algum outro som, podem surgir diversas lembranças, como a da noite que passamos cantando nossas músicas favoritas enquanto tentávamos nos recuperar de uma desilusão. Pelo mesmo motivo, podemos ouvir a voz de um desconhecido e confundi-lo com um amigo, diante da semelhança de timbre.
O paladar
Todos nós adoramos comer e nos entregar ao prazer causado pela comida nas papilas gustativas. De certa maneira, os alimentos desempenham um papel importante sobre as lembranças, pois graças a eles são criados momentos que dificilmente serão esquecidos, diante da forte conexão que existe entre os sabores e a forma como eles são processados no cérebro.
Existem pratos conhecidos por provocarem sensações como calma e alegria, tanto que são difíceis de esquecer. As receitas da vovó, aquela canja que tomamos quando estamos nos recuperando de uma gripe ou as delícias preparadas no Natal são sabores que ficam guardados no cérebro. E, na hora em que experimentamos algo parecido, a lembrança daqueles pratos retorna à mente.
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Comentários
O cérebro é fantástico, nossa senhora
Eu acho muito louco como a gente consegue lembrar de uma maça e saber o cheiro e o gosto dela. Como, cara??
? ? ? ? ? ? ?
Alguns aromas lembram a infância. Parece uma viagem no tempo.