Por que o Triângulo das Bermudas não está em nenhum mapa
Hmmm... Podemos estimar quantos navios e aviões desapareceram no Triângulo das Bermudas? Esses sumiços foram resultados de erros humanos ou fenômenos climáticos? Vamos tentar descobrir.. Temos a história curiosa do S.S. Cotopaxi, navio que desapareceu em 1925, viajando de Charleston, Carolina do Sul, para Havana. Nunca chegou ao seu destino. Anos depois, na década de 1980, uma parte dos destroços foi encontrada a 65 km de St. Augustine, na Flórida. Como os especialistas não conseguiram determinar com precisão o que era e de onde veio, o apelidaram de “Naufrágio do Urso”. Foram necessários muitos anos adicionais de trabalho, feitos principalmente por biólogos marinhos, para identificar que era de fato o desaparecido S.S. Cotopaxi. Isso foi confirmado em janeiro de 2020. Como ele ressurgiu? E como chegou lá, já que esse misterioso naufrágio nem está no Triângulo das Bermudas?
Vamos ver quem criou esse termo, “Triângulo das Bermudas”. Você pode realmente identificar o local em um mapa? Não, ele também não é oficialmente reconhecido. E não aparece em nenhum mapa do mundo. Ninguém concordou com seus limites exatos. Existem apenas suposições com aproximações de área que variam entre cerca de 1 milhão e meio e 4 milhões de km quadrados. De acordo com todas as aproximações, a região tem uma forma vagamente triangular. Em 1964, um autor americano chamado Vincent Hayes Gaddis teve a ideia pela primeira vez ao escrever um artigo para a revista Argosy. Ele usou o triângulo das Bermudas para descrever uma região triangular “que destruiu centenas de navios e aviões sem deixar vestígios”.
É muito difícil chegar ao número exato de navios e aviões desaparecidos porque alguns sumiram sem deixar vestígios. Seus destroços na região não foram recuperados. Mas as histórias registradas devem ajudar. As lendas sobre o Triângulo das Bermudas remontam ao século 15. Como a do explorador italiano Cristóvão Colombo que, ao navegar pelas águas do Atlântico, passou pelo local no final dos anos 1490. No que hoje conhecemos como o Triângulo das Bermudas, ele viu uma enorme chama que parecia cair no oceano. Mais tarde, percebeu uma luz incomum piscando à distância no local exato. Como muitos outros marinheiros desde então, sua bússola não funcionava muito bem na região.
Voo 19: um avião da marinha em um cronograma de rotina em 1945 também começou a lenda do Triângulo das Bermudas.
Ele era comandado pelo tenente Charles Taylor e está registrado que se perdeu no triângulo sem motivo. Como os pilotos não tinham GPS na época, deviam confiar em suas bússolas e acompanhar há quanto tempo estavam voando em uma direção específica e em qual velocidade. Pouco depois de concluir a tarefa, ambas as bússolas a bordo pararam de funcionar corretamente. Registros encontrados após o desaparecimento do avião também indicam que Taylor não tinha um relógio naquele dia em particular. O relatório inicial afirmava que a razão para esse evento infeliz foram os erros do piloto. No entanto, como as pessoas não ficaram satisfeitas com isso, ele foi alterado para “causas ou razões desconhecidas após várias revisões”.
Um piloto sobrevivente chamado Bruce Gernon sugeriu que enfrentou uma névoa eletrônica enquanto passava acima do triângulo, fazendo-o viajar no tempo!
Em 1970, ano em que esse incidente aconteceu, ele estava pilotando sua aeronave quando ela foi cercada por duas enormes nuvens que formaram um redemoinho e espiralaram. Como muitos outros antes dele, Gernon notou que seus dispositivos de navegação estavam com defeito. Quando finalmente saiu daquelas nuvens, descobriu que seu voo levou apenas 35 minutos, quando deveria ter demorado 75 no total. Como não tinha outra explicação razoável para o que aconteceu, ele acredita que deve ter sido empurrado para a frente no tempo.
Não são apenas nuvens de aparência estranha que foram vistas acima do Triângulo das Bermudas. Em 2014, um piloto se lembrou de quase colidir com um objeto voador que ele não conseguia identificar! Alguns desses encontros estranhos foram até gravados. É o caso de um voo do início de 2015 cujos passageiros notaram um objeto curioso flutuando sobre o oceano. Os pilotos ainda não descobriram o que realmente viram.
Ok, nem todas as explicações possíveis são tão incomuns. Oceanógrafos, por exemplo, também tentaram mostrar por que os navios desaparecem ali. Então, voltaram recentemente a uma de suas antigas teorias: vagalhões. São imensas paredes de água que surgem de repente. Se várias dessas ondas subirem simultaneamente, se sobrepõem, como um sanduíche delas. Se uma única onda pode atingir mais de 10 metros de altura e várias acontecerem simultaneamente, isso pode criar um vagalhão capaz de superar 30 metros de altura e rapidamente virar os maiores navios.
Os meteorologistas também criaram sua própria explicação: nuvens hexagonais. Elas são incomuns e podem gerar ventos de até 270 km/h. Também são muito grandes, algumas atingindo de cerca de 30 a quase 90 km de diâmetro. Desta forma, as ondas dentro dessas gigantes do vento podem chegar a 15 m.
A própria força magnética da Terra também pode ter algo a ver com isso. Dentro do Triângulo das Bermudas, as bússolas apontam para o verdadeiro norte, o Polo Norte geográfico, em vez do norte magnético, o Polo Norte magnético em deslocamento. Algumas pessoas até explicaram que, como esses dois se sobrepõem perfeitamente no Triângulo das Bermudas, isso pode causar um fenômeno magnético que resulta no mau funcionamento dos dispositivos de navegação. Isso é chamado de linha agônica. O problema é que os cientistas descobriram que essa linha se move a cada ano. Pode ter passado pelo Triângulo das Bermudas em algum momento, mas agora vai pelo Golfo do México.
Outros fenômenos naturais estranhos encontrados ao longo da costa da Noruega podem ajudar a explicar por que o Triângulo das Bermudas engoliu tantos navios. Existem algumas crateras lá — medindo até 800 m de largura e com 50 m de profundidade. Os cientistas acreditam que elas foram criadas por bolhas de gás metano.
Esse gás parece estar vazando de depósitos escondidos nas profundezas do mar. Uma vez que ele atinge uma certa quantidade, explode na superfície e causa erupções. Então, pilotos e capitães de navios realmente evitam essa área hoje? Isso poderia explicar por que há menos embarcações que se perdem lá hoje em dia?
Porém, se você já voou de Miami para San Juan, Porto Rico, provavelmente sabe que isso não é verdade. Quanto aos navios, se as pessoas evitassem o Triângulo das Bermudas, quase todas as férias no Caribe estariam a perigo. Atualmente, muitos voos passam pela região, então está claro que ninguém está evitando o local.
Afinal, trata-se de uma das rotas de navegação mais movimentadas do mundo. Hoje em dia, o Triângulo das Bermudas tem tráfego diário intenso, tanto por via marítima quanto aérea. Mas ele está de fato sujeito a tempestades tropicais e furacões que acontecem com muita frequência. Vamos ter em mente que a Corrente do Golfo — uma forte corrente oceânica que causa mudanças bruscas no clima local — passa por ali. Além disso, o ponto mais profundo do Oceano Atlântico, o Milwaukee Depth, também está localizado lá. A fossa de Porto Rico atinge quase 8.400 m no Milwaukee Depth.
Então, se você pensar sobre isso, todo o mistério é uma combinação perfeita de erro humano, mau tempo e muito tráfego marítimo. Isso foi confirmado por dados fornecidos pela Guarda Costeira dos EUA. Olhando para as porcentagens, o número de navios ou aviões que desaparecem no Triângulo das Bermudas não difere de nenhum outro lugar. Os sumiços não acontecem com mais frequência do que em qualquer região comparável do Oceano Atlântico. Estatísticas oficiais dizem que cerca de 50 navios e 20 aeronaves desapareceram enquanto viajavam pela região. Essa é outra razão pela qual o número total é tão difícil de identificar. Ninguém poderia descrever o resgate nos registros oficiais se o barco fosse dado como desaparecido. Há também alguns eventos que, ao que parece, não aconteceram, somando-se a esses relatórios falsos. Como o de um acidente de avião em 1937, perto de Daytona Beach, Flórida, sobre o qual os jornais locais surpreendentemente não revelaram nada.