Por que as mulheres recebem um diagnóstico correto mais tarde que os homens
Cientistas dinamarqueses realizaram um grande estudo no qual foram analisadas 6,9 milhões de pessoas com algum tipo de doença e o momento em que o diagnóstico correto foi realizado. Os pesquisadores concluíram que as mulheres recebem uma ajuda médica correta muito depois dos homens. Em média, a diferença é de 4 anos, e para algumas doenças esse tempo pode ser um fator decisivo na possibilidade de recuperação. No post de hoje, você vai entender por que a medicina ’masculina’ é diferente da ’feminina’ e quais são as consequências disso.
Além dos estudos apresentados, o Incrível.club realizou uma pesquisa com mulheres sobre esse assunto e perguntou qual foi o pior conselho que elas já receberam de um médico. Com base nisso, destacamos os principais sinais que indicam que é urgente mudar de especialista.
Sinal Nº 1: todas as doenças são causadas pela solidão
Pode parecer um paradoxo, mas é justamente na consulta com um ginecologista que as mulheres precisam enfrentar a maior quantidade de comentários preconceituosos. Por exemplo, uma em cada 10 mulheres sofre de endometriose; mas são necessários, em média, 8 anos para diagnosticar essa e outras doenças autoimunes, o que significa consultar 5 médicos diferentes. Qual é o problema? Com frequência, quando uma mulher reclama de dores, os ginecologistas recomendam que encontre uma pessoa, como se isso fosse a cura para todas as doenças femininas.
- Quando me levaram ao hospital público por problemas no ovário, a primeira pergunta que o ginecologista me fez foi: “Você é casada?” @Inga_Kudracheva
- Uma vez, um médico me recomendou casamento para acabar com a enxaqueca. m6lin6
Sinal Nº 2: a maternidade é capaz de curar todos os males
Se o ’problema’ anterior foi resolvido e a mulher já está em um relacionamento estável, mas a saúde não melhorou, o segundo conselho mais popular é que ela deve ter um filho. Os especialistas competentes sabem que a gravidez e o parto não têm poderes curativos; eles são um importante teste até mesmo para um corpo saudável porque a mulher pode sofrer depressão pós-parto, pode haver o desenvolvimento de doenças vasculares, problemas nos dentes, cabelo, unhas e muito mais. Além disso, um bebê é uma grande responsabilidade. A mulher precisa da atenção adequada e de apoio financeiro; ou seja, de maneira nenhuma uma gravidez deve ’substituir’ um diagnóstico e um tratamento.
- Fui a um tricologista porque meu cabelo estava caindo. Ele me disse que eu deveria ter um filho. Eu tinha apenas falta de ferro. @InPearly
- Um médico me recomendou um filho para combater a insônia. @himmellegem_e
- Aos 19 anos, eu tinha fortes dores por um cisto no ovário. O médico me disse que uma gravidez deveria ajudar a resolver o problema. nextxoxexit
- Houve um período em que me recomendavam um filho para tudo. Infecção urinária? Filhos. Problemas na coluna? Filhos. Sinusite? Filhos. Claro que não deu certo e eu comecei a pensar que tinha algo de errado. Hatial
- Um urologista me disse que eu tinha de ficar grávida para que o meu rim, levemente baixo, subisse. Eu quase perguntei se tinha de manter a gravidez durante toda a vida, para o rim continuar alto. Iezilop
- Minha filha de 12 anos ficou doente. Febre, tosse, dor de garganta. Ligamos para o médico e uma mulher de 40 — 45 anos veio, examinou a garganta dela, olhou para mim, para a minha filha, para o quarto e perguntou: “Você tem apenas uma filha? Precisa ter outro filho para ela não ter tempo para isso”. TekhiPondokhva
Segundo alguns médicos, o segundo filho vem para resolver os problemas que apareceram após seguir o conselho de ter o primeiro filho. Contudo, como mencionamos antes, a gravidez é um grande teste para o corpo, e o risco de que os problemas apareçam na segunda gravidez aumenta consideravelmente.
Os especialistas indicam que é preciso esperar pelo menos 18 meses após o nascimento do primeiro filho para ter um segundo. Quando esse tempo não é respeitado, existe o risco de que o bebê nasça prematuro; além disso, aumenta a probabilidade de que as doenças apresentadas na primeira gravidez reapareçam. Portanto, antes de qualquer coisa, faça exames para ver se tudo está bem com o seu corpo.
Se uma mulher insiste em ir sempre ao mesmo médico, no final, acaba escutando um sermão de que, para alguém que deu à luz, todos os problemas são absolutamente naturais.
- Meu ginecologista tem uma resposta para todas as queixas:
1. “Você não tem filhos, o que quer?”
2. “Você tem filho, o que você quer?” bbk17 -
Três dias após o nascimento da minha filha, fui ao médico por uma ardência e falta de ar. Me disseram para voltar após uma semana para fazer uma ecografia da vesícula biliar. Segundo o médico, “após dar à luz, o corpo costuma expulsar os cálculos”. Dois dias depois, minha mãe me levou ao hospital porque as dores de cabeça estavam insuportáveis e eu não conseguia mais respirar. No hospital, disseram que mais 12 horas eu teria morrido por uma insuficiência cardíaca. tottalytubular
Existem muitas doenças comuns entre as mulheres, mas, como nem sempre a medicina sabe quais são as suas causas, com frequência os médicos afirmam: “Todo mundo tem isso, não se preocupe”. Por exemplo, as mulheres sofrem de enxaqueca 4 vezes mais do que os homens. Possuem 3 vezes mais transtornos autoimunes e 2 vezes mais Alzheimer, artrite e depressão.
Outro problema importante: os médicos não sabem como o corpo feminino reage aos remédios. Durante muitos anos, os estudos clínicos eram realizados apenas em homens — é mais fácil e mais barato testar remédios porque eles não passam pelo ciclo menstrual, que pode confundir a análise. Portanto, os médicos receitam doses-padrão, que são calculadas para o peso corporal médio e para o metabolismo do homem, causando efeitos secundários e até mesmo excesso de medicação.
Sinal Nº 3: não exagere
Algumas pessoas dizem que as mulheres são mais emocionais e tendem a exagerar, e que os homens aguentam mais, inclusive dores mais fortes. Um estudo demonstrou que as mulheres recebem analgésicos no pronto socorro 16 minutos mais tarde que os homens. Além disso, aquelas que pedem ajuda porque sofrem sintomas de insuficiência cardíaca têm menos probabilidade de passar por um exame completo, já que os sintomas de um ataque cardíaco se manifestam de maneira diferente nelas: as mulheres reclamam de dores no estômago, náuseas e dores na mandíbula inferior. Portanto, costumam ser mandadas ao psiquiatra ou até mesmo de volta para casa, com a recomendação de manterem a calma.
- Cheguei ao hospital por sofrer desmaios repentinos e me mandaram caminhar de volta para casa. @pankratievao
- Lembro-me de que, quando comecei a suspeitar de que tinha problemas, quis pedir uma hora com o psiquiatra. Ele me disse: “Como pode uma jovem como você ter algum problema?” Claro que eu nunca mais voltei.@tiger_magician
- Minha tia faleceu de pancreatite aos 52 anos e a minha mãe morreu de câncer no pâncreas aos 44 anos. Mais ou menos um ano após a morte da minha mãe, perguntei ao médico se havia algo que pudesse ser feito para descobrir se havia algum problema hereditário. Ele me disse: “Bom, todos morremos de alguma coisa”. PoweredBySun
- Marquei uma consulta com o oncologista porque estava preocupada com uma pinta estranha. Ele me disse que eu tinha de dar à luz para não ter tempo para examinar o meu corpo com uma lupa e parar de me preocupar. @its_cow_which
Opinião pública
- Em geral, a mulher não precisa cuidar apenas dela, mas de toda a família. Por isso, raramente tem tempo para seguir o conselho de descansar e manter a calma. Os autores de um estudo afirmaram que as mulheres com doenças cardíacas com frequência enfrentam ausência de apoio de pessoas queridas. Mas o mais surpreendente é que, além disso, elas se sentem culpadas pela doença porque não podem cuidar dos outros como se espera.
- Segundo outros estudos, em situações de emergência, os homens têm mais chance de receber reanimação cardiorrespiratória na rua do que as mulheres. Isso acontece porque as pessoas ficam com medo de abrir a roupa e tocar o corpo da mulher. Segundo as estatísticas, apenas 39% das mulheres recebem ajuda em caso de parada cardíaca em lugares públicos.
- Um outro estudo afirma que as mulheres com demência recebem menos ajuda na comparação com os homens. Além disso, elas vão menos ao médico, tomam doses erradas de remédio e não são cuidadas pelos seus familiares.
- Estudos demonstraram que até mesmo os sintomas iniciais de uma doença em mulheres aumentam a possibilidade de divórcio. E as mulheres que sofrem de câncer no útero têm menos probabilidades de permanecer casadas.
O que fazer com todas essas informações? Parar de minimizar os problemas e prestar mais atenção em você e não tanto nos outros, sejam eles familiares ou amigos.
Você já passou por alguma situação como as que foram descritas acima? Conte a sua história nos comentários.