Por que estamos a seis contatos (ou menos) de qualquer pessoa no mundo, de acordo com algumas teorias científicas

Imagine que você queira entrar em contato com o seu artista favorito que vive do outro lado do mundo, para dizer o quanto o admira. E que precisa contatá-lo usando uma rede de cinco pessoas, começando por alguém que você já conhece. Segundo uma teoria, isso é possível.

O Incrível.club ficou curioso para saber o que vem a ser essa teoria e descobriu ainda outras pesquisas que tentaram comprová-la, incluindo uma do Facebook. Leia até o final, pois há um bônus especialmente feito para você.

Como tudo começou: a teoria original

A teoria dos seis graus de separação difunde a ideia que qualquer pessoa no mundo pode se relacionar com qualquer outra, não importa em que lugar do planeta, seguindo uma cadeia de seis passos ou conexões com cinco pessoas atuando como intermediárias. Dessa maneira, todos os habitantes da Terra estariam interligados.

Essa ideia surgiu em 1929, na publicação do escritor húngaro Frigyes Karinthy chamada Cadeias. Nessa história, os personagens criam um jogo experimental para provar que a população humana estava muito mais próxima do que se imaginava.

Da ideia original a um objeto de estudo

A teoria, claro, ecoou no mundo científico, uma vez que todos temos um certo número de conhecidos, os quais têm muitos outros. Esse número de interconexões cresce continuamente, possibilitando contatos em comum com um sujeito objetivo. E, de fato, vários interessados ​​no tema tentaram provar que, na verdade, é possível contatar qualquer pessoa em seis conexões.

Em 1967, o psicólogo Stanley Milgram e seus colaboradores realizaram uma série de experimentos com o objetivo de descobrir a questão dos seis elos da cadeia. Na pesquisa, chamada O problema do mundo pequeno, os responsáveis pediram às pessoas selecionadas aleatoriamente — que viviam em Omaha, Nebraska, e Wichita, Kansas (todos nos EUA) -, que fizessem chegar uma carta para uma pessoa desconhecida de Massachusetts, somente por meio dos seus conhecidos.

Algumas cartas nunca chegaram ao destino, pois os participantes abandonaram o experimento. Mas quem continuou, atingiu seu objetivo: entrar em contato com a pessoa escolhida, em uma média de seis passos ou menos. Claro, mais tarde foram feitos outros experimentos semelhantes.

A seis passos ou “cliques” de distância

Em 1998, o professor Duncan Watts recriou o experimento de Milgram, mas, dessa vez, usando a tecnologia e a Internet. No lugar das cartas, enviaram e-mails para destinatários de 157 países. Em média, o número de intermediários também girava em torno de seis. Atualmente, e com o acesso às redes sociais, parece que esses seis graus de separação foram diminuindo.

Em 2011, o Facebook e pesquisadores colaboradores calcularam que, entre os 721 milhões de pessoas que usavam a plataforma na época, a separação era de 3,74 graus. Hoje, com um aumento considerável de usuários dessa rede social, também houve uma redução no grau de conexão entre eles.

Uma teoria que pode ser útil

É bom pensar, hoje em dia, que entre cada um de nós e alguma celebridade, para dar um exemplo, pode haver uma distância bem curta de conexão. Da mesma forma, a teoria dos seis graus de separação tem sua utilidade em outros setores.

Um deles é no mundo do trabalho. Antes precisávamos distribuir centenas de currículos, na esperança de que chegassem ao escritório correspondente. Agora é mais simples divulgar nosso perfil e conseguir o projeto tão desejado, se usarmos sabiamente nossos contatos nas redes sociais, como os do LinkedIn.

Bônus: a teoria levada ao cinema

A trama do filme Seis Graus de Separação, protagonizado por Will Smith em 1993, se baseia na ideia proposta pela teoria dos seis graus de separação entre diferentes pessoas, por mais distantes que pareçam estar.

Nesse caso, o ator interpreta um jovem que se apresenta na casa de dois importantes comerciantes de arte, passando-se por outra pessoa. Sua presença ativa uma série de eventos que vão mudar completamente suas vidas.

Com quem você gostaria de se conectar, seguindo a teoria dos seis graus de separação?