Por Que Aviões Colocam Sal nas Nuvens?

Curiosidades
há 1 ano

Ei, o que há de errado com esse avião? Ele está voando sobre sua cabeça, se movendo em círculos! Ele se perdeu? Ele está com algum problema em seus sistemas de navegação? Nah, acalme-se. Ele só esta pulverizando sal sobre as nuvens. Isso é chamado de semeadura de nuvens.

Eu já sabia que o sal de rocha é usado para evitar que as pessoas escorreguem e que carros derrapem na estrada, durante o inverno rigoroso. Mas por que precisaríamos fazer isso no céu?! Bom, a seca é um grande problema em muitos lugares do planeta. A falta de água potável, solo ressecado, plantas murchas... E a semeadura de nuvens poderia resolver esse problema de uma vez por todas.

Simplificando, é um método de pulverizar nuvens com produtos químicos para fazer neve ou chuva. Materiais diferentes são usados neste processo, como, por exemplo, iodeto de prata amarelo brilhante, gelo seco e até mesmo sal de mesa comum. Eles se misturam com as nuvens e as engrossam. Quanto maiores forem as nuvens, maior será a probabilidade de chover ou nevar.

É assim: a água evapora e sobe para a atmosfera na forma de gás. Lá, ela esfria e se transforma em nuvens. Quanto maiores e mais pesadas se tornam as gotículas de água, mais cedo elas caem no solo. A semeadura de nuvens ajuda a acelerar o crescimento dessas gotículas.
Os aviões atiram produtos químicos nas nuvens ou os liberam enquanto voam nas proximidades. Às vezes, a semeadura é feita até a partir do chão! Os cientistas afirmam que, quando a atmosfera está limpa, as chances de chover depois de algumas nuvens serem semeadas aumenta em 30 a 35%! Se a atmosfera estiver suja, porém, esse número é menor — apenas 10 a 15%.

E ainda, algumas pessoas são céticas sobre a ideia de semear nuvens. Elas têm certeza de que esse método funciona apenas nas nuvens que choveriam de qualquer maneira. Mas, se a semeadura de nuvens funcionar, muitas regiões com pouca água ou secas regulares serão literalmente salvas! Mesmo os lugares mais secos têm um pouco de água no ar. Após conseguir puxá-la de lá — voilà! — você pode criar chuva!

Há outra coisa em que a semeadura de nuvens pode ajudar: o granizo. Em algumas áreas, uma única tempestade de granizo pode causar danos de até 500 milhões de dólares! É por isso que aviões especialmente modificados entram sem medo nas tempestades e borrifam produtos químicos nas nuvens. Isso reduz o tamanho do granizo. Além disso, se chegarem a tempo, os aviões impedem que pequenas torres de nuvens se transformem em enormes tempestades de granizo.

Você já notou aqueles rastros brancos que os aviões deixam no caminho? Eles são chamados de rastos de condensação e aparecem quando as emissões de umidade dos motores a jato se misturam com a atmosfera. Eles são muito mais frios e têm pressão mais baixa do que os gases de escape.

O vapor de água contido neles condensa e congela. Isso forma uma nuvem — como a que a sua respiração forma em um dia frio. Os rastos podem ter espessuras diferentes. Eles podem permanecer no céu por horas ou desaparecer após vários minutos. Eles podem se estender por quilômetros ou podem ser bastante curtos. Tudo depende da altitude — e da umidade e temperatura lá em cima.

Olhe atentamente para um rasto de condensação e você poderá prever o tempo! Se o rasto for fino e de curta duração, o ar em grandes altitudes está seco. Não vai chover tão cedo, e o tempo vai ficar bom.

Mas, se você vir um rasto espesso que fica no céu por muito tempo, leve seu guarda-chuva. O ar está úmido bem acima de sua cabeça. É um sinal precoce de uma tempestade que se aproxima.

A aeronave de passageiros média atinge sua altitude de cruzeiro de 10 a 11 quilômetros nos primeiros 10 minutos de voo. Mas a altura em que um avião voa ainda depende do seu peso e de algumas outras características. Por exemplo, o Concorde, famoso avião supersônico de passageiros... Sua maior velocidade era duas vezes mais rápida que a velocidade do som.
E ele costumava voar muito mais alto do que os outros aviões modernos: entre 15.000 e 18.000 metros, mas este avião era a exceção e não a regra. Ao voar a tal altura, os aviões podem evitar o mau tempo. Ventos fortes e chuvas fortes costumam ocorrer nas camadas mais baixas da atmosfera.

Além disso, manter-se em grandes altitudes permite que os aviões fiquem longe do tráfego aéreo pesado oriundo de helicópteros e aeronaves leves. Os pássaros e até os insetos grandes também não incomodam durante o voo. E se uma emergência acontecer a uma altura de mais de 10 quilômetros, os pilotos terão mais tempo para buscar a melhor solução possível.

Por que os aviões comerciais não podem voar a mais de 11.500 metros? Bom, não é que eles NÃO POSSAM. Eles simplesmente NÃO o fazem. Porque se o fizessem, haveria sérios problemas de segurança. Em primeiro lugar, se um avião está voando tão alto, ele precisa de mais tempo para voltar a uma altitude segura. E durante uma emergência, como uma descompressão rápida, cada segundo conta.
Em altitudes mais baixas, os aviões comerciais também podem contar com o vento. Se subirem muito, vão desperdiçar muito combustível para permanecer no ar. Ao viajar a uma altura tão grande, os aviões não podem se comunicar com os serviços de solo tão bem quanto quando voam mais baixo. Quando um avião sobe muito alto, o ar não consegue fornecer sustentação suficiente para manter a máquina em movimento. A elevação é criada pela diferença na pressão do ar. Mas em grandes altitudes, essa diferença é muito pequena.

O ar pode não parecer nada real porque não é parecido com metal ou plástico. E ainda assim, é uma das coisas que mantém os aviões no ar. Digamos que um avião esteja se dirigindo ao espaço. Ele tem asas grandes e inteligentemente projetadas e motores superpotentes. Mas quanto mais alto ele vai, mais rarefeito o ar se torna — até que quase não haja mais ar. E então nada pode ajudar o avião a ir mais longe, já que existe um quase vácuo ao redor. É por isso que ainda precisamos de foguetes para chegar ao espaço.
E, por fim, os aviões não voam muito alto porque são um pouco pesados demais! Quanto mais uma máquina pesa, mais difícil é trazê-la a uma determinada altitude.

Os aviões não decolam quando o tempo está muito quente. Por um lado, os motores a jato não gostam de temperaturas extremas. Um problema muito maior com as temperaturas escaldantes é que a aeronave simplesmente não consegue gerar sustentação suficiente para se elevar no ar! E você já sabe: sem sustentação, sem voo.
Para gerar essa sustentação, o ar ao redor do avião deve ser denso o suficiente. Mas quanto mais quente o ar, menos denso ele se torna. Quando a temperatura aumenta, as moléculas de ar aquecem e começam a se mover mais rapidamente. Elas também estão se afastando, criando mais espaço intermediário. Isso resulta em uma baixa densidade do ar. As asas, então, não têm “material” suficiente para empurrar. E, assim, são incapazes de produzir o impulso necessário.

A temperatura mais alta na qual um avião pode decolar ou pousar depende da aeronave, do comprimento da pista, da carga útil e da altitude do aeroporto. Na maioria dos casos, está entre 43 e 52 graus Celsius.

Os aviões PODEM voar através de furacões. E eles são menos perigosos para voos do que tempestades. Mas por quê? Os furacões mais catastróficos podem viajar milhares de quilômetros! E seus efeitos podem perdurar dias depois.

A maioria dos furacões se forma em altitudes muito mais baixas do que as tempestades. É por isso que um avião pode facilmente sobrevoar certas partes de um furacão. Obviamente, nenhum avião comercial jamais passará pela parede do olho de um furacão. Lá, os ventos são os mais poderosos. Mas, enquanto voam longe do centro de um furacão, os aviões não correm perigo.

Quanto a uma tempestade, ela pode criar estruturas de nuvens gigantescas. Seu topo pode atingir mais de 18.000 metros! Isso é quase duas vezes mais alto do que a altitude média de cruzeiro de aviões comerciais. Portanto, quando um avião passa por uma tempestade, os pilotos tentam encontrar uma rota ao redor dela ou simplesmente dão meia-volta.

Sempre que possível, os aviões evitam voar sobre montanhas muito altas, como o Everest. Imagine que um avião comece a perder pressão na cabine enquanto se move sobre o Himalaia. Talvez uma das portas tenha sido selada incorretamente. Ou talvez haja uma rachadura em uma janela, ou na fuselagem.
Os passageiros e tripulantes colocam as máscaras de oxigênio. Mas esse oxigênio vai acabar em 15 a 20 minutos. A uma altitude de 10.000 metros, isso é um desastre. É por isso que os pilotos têm que fazer o avião descer a 3.000 metros. Nessa altitude, os passageiros poderão respirar sem o uso de máscaras de oxigênio.

Mas o avião ainda está se movendo sobre o Himalaia — onde muitos picos têm mais de 8.000 metros. Em outras palavras, o avião não tem aonde ir se estiver voando por lá!

Outra razão pela qual os aviões têm uma altitude de cruzeiro tão impressionante é que ela permite que os pilotos tenham alguma “margem para erros”. Se algo der errado com os motores, o capitão pode planar a aeronave enquanto tenta consertar o problema.
Infelizmente, mesmo o piloto mais experiente não pode fazer muito se houver apenas 2.000 m de altura até a encosta da montanha.

Digamos que algo aconteça a um avião. E um pouso de emergência seja inevitável, então os pilotos podem ter problemas para encontrar um aeroporto nas montanhas!
Se falarmos sobre o Himalaia, o aeroporto de Kathmandu pode lidar com um jato. Mas este local possui apenas uma pista e não possui sistema de pouso instrumental.

Além disso, se você já voou sobre montanhas, deve saber que a turbulência lá em cima é bastante desagradável. Os ventos se movem sobre cadeias de montanhas altas em velocidades vertiginosas e criam as chamadas “ondas orográficas”. E embora a turbulência não seja perigosa em si, as companhias aéreas ainda tentam planejar suas rotas contornando as áreas montanhosas.

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