Por que as latinhas de refrigerante possuem fundos abaulados

Curiosidades
há 1 ano

Hmmm... Coca, Fanta, Sprite, qualquer energético... quase todas as latinhas de alumínio têm o mesmo formato cilíndrico. Você já parou para pensar por quê? Imagine que você é um fabricante de uma determinada bebida, e precisa inventar o formato mais eficiente de lata para armazená-la. A lata precisa ser prática para o cliente, mas você também quer gastar o mínimo possível de material e usar o espaço dela com sabedoria. Uma das melhores opções seria fazer uma lata redonda. Para criar uma lata assim, você precisaria de uma quantidade mínima de material. Outra vantagem é que ela não teria nenhum canto, então a pressão seria a mesma em cada ponto da lata. Não haveria pontos fracos, e a lata suportaria uma grande pressão.

Parece bom, mas há alguns problemas. Primeiro: a lata redonda não conseguiria parar em pé. Ela rolaria na mesa, e não seria nada prática. Mas mesmo que você achate o fundo para ela parar em pé, tem mais um problema: guardar todas as latinhas dentro de uma caixa para transportá-las. Mesmo organizando-as do melhor jeito possível, só 74% do espaço dentro da caixa será usado. O resto será de vazios. Igual à minha mente. O mesmo se aplica às prateleiras de supermercado: você conseguirá colocar muito menos produtos desse formato nelas. Então, o formato esférico não é eficaz para armazenar líquidos.

Há alguma outra ideia? O formato mais eficiente para armazenar líquidos e colocá-los no expositor dos supermercados é o cuboide. Essas latas ocupam 100% do espaço quando são embaladas ou colocadas nas prateleiras. Outra coisa: o fundo delas é achatado, então elas ficam em pé facilmente. O problema é que esse formato possui muitos pontos fracos — as quinas. Elas podem quebrar por causa da pressão interna, ou se a lata cair no chão. Então, os engenheiros inventaram uma coisa entre essas duas opções — o formato cilíndrico. Ele é tão eficiente para embalar quanto o cuboide: ocupa até 91% do espaço. Ao mesmo tempo, não te nenhum ponto fraco, assim como uma lata esférica, pois não tem quinas. Era a alternativa perfeita, e a maioria dos fabricantes percebeu isso.

Quer saber como uma latinha é feita? Primeiro, ela é assim — apenas um disco simples de alumínio. Ele é muito mais espesso que a lata, mas é por que esse é todo o material que você precisa para fabricá-la. O disco é colocado entre duas formas com formato de donut, com um furo no meio. Aí, um cilindro bate com toda a força no disco, para baixo, transformando ele em um copinho. Esse copinho ainda é um pouco maior que a lata final, e bem mais baixo também. Então, ele passará por mais algumas etapas. Você pega esse copo largo e bate ele de novo, para obter um diâmetro menor. Depois, bate mais uma vez, pressionando o copo.

Agora o copo está com diâmetro menor, e ficou mais alto também. Aí, só falta mais um pouquinho para obter o diâmetro de que você precisa! Mas ainda está muito curto. A próxima etapa é afinar as paredes dele. O alumínio que sobrar das laterais aumentará a altura do copo. Então, mais uma prensa empurra o copo através do anel de ferro, e suas paredes vão ficando mais finas e mais altas. Agora, é preciso fazer uma cúpula no fundo do copo. A prensa empurra o copo para dentro de um molde redondo. A própria prensa tem um recorte côncavo. Então, quando é pressionado, o fundo do copo fica deformado, com formato arredondado.

Você precisa dessa cúpula para ter mais eficiência. Um fundo abaulado assim precisa de menos material do que um achatado. Ele também é mais resistente à pressão. A curvatura ajuda a transformar um pouco da pressão vertical em horizontal, então o fundo abaulado aguenta mais pressão que uma superfície achatada. Para se certificar de que a pressão ainda está lá, tente espremer uma latinha vazia. É superfácil. Agora tente espremer uma lata cheia. É muito mais difícil. É que tem uma pressão interna que empurra igualmente o lado de fora. Ele também resiste à força do seu aperto, tornando mais difícil de espremer. Mas, voltando à produção da lata. Depois de todas essas deformações, a borda da latinha fica irregular e ondulada. Bem, agora vamos cortá-la para que fique certinha. Hora de imprimir a estampa do lado de fora — nossa lata está quase pronta.

A maioria delas têm o topo mais estreito. Para fazê-lo, é preciso inserir um molde de diâmetro menor no interior da lata e, depois, pressionar um molde ao redor da parte externa. Esse processo é repetido várias vezes para garantir que a lata não fique enrugada. Aí, basta colocar a tampa, e pronto — sua latinha está pronta! Agora você pode comemorar!

Continuando. Você sabe o que é isto aqui? É uma futura garrafa plástica! Elas são feitas de flocos plásticos chamados PET. Eles geralmente são misturados a alguns flocos de plástico reciclado. Não é possível fazer uma garrafa usando apenas plástico reciclado: assim, ela perderia propriedades físicas importantes.

Essa mistura é colocada dentro de uma máquina de injeção que a aquece e derrete os flocos, transformando-os em líquido. Depois, outra máquina empurra o líquido para dentro de um molde de formato cilíndrico, com um sistema de resfriamento, e as coisas endurecem rapidinho. Então, você obtém tubos plásticos duros e transparentes. Aí, eles passam por outra máquina, que os aquecerá um pouco, só o suficiente para esticá-los. Depois, é inserida a pré-forma dentro de um molde de determinado formato — no nosso caso, do formato de uma futura garrafa. Aí, o ar sair com alta pressão para esticar a pré-forma até ela ficar com o formato desejado. Depois, o plástico é resfriado imediatamente, para corrigir seu formato.

As garrafas plásticas têm fundos quase achatados, só que com alguns entalhes. Isso tem uma função. O problema é que o fundo sempre terá uma dobra para fora, que o tornará instável. Para evitar isso, um pouco de ar também é empurrado para dentro, criando aquele pequeno sulco no meio da base. E aí está a nossa garrafa.

Potes de pasta de amendoim e mel são feitos do mesmo jeito. O formato dos moldes pode ser diferente, possibilitando que você crie o formato que desejar usando essas pré-formas. As garrafas plásticas de bebidas gaseificadas possuem cinco sulcos no fundo. Os fundos achatados são comuns, pois se gasta menos plástico para produzi-los. Mas as bebidas gaseificadas precisam de um tratamento especial. Esses líquidos possuem pressão interna, sabe, o gás, que empurra o plástico para fora, estragando o sulco e a forma estável da garrafa.

Então, as garrafas de refrigerante possuem formato curvado por que, assim, ficam mais resistentes à pressão. Para se ter uma ideia melhor disso, pense em como você dobraria um pedaço de papel, e como dobraria um tubo de papel. O tubo ofereceria mais resistência. O plástico curvado também é mais resistente a qualquer pressão.

O vidro é feito de vários materiais naturais e crus. O principal componente é a areia de sílica, que compõe cerca de 45% de toda a mistura. Aí, o carbonato de sódio, que corresponde a 15% da mistura, faz a areia de sílica derreter de maneira uniforme. O calcário corresponde a cerca de 10% do vidro, e faz ele ser mais durável.
Para criar uma garrafa de vidro, o equipamento primeiro mistura todos os materiais crus e depois os aquece a uma temperatura de 1.500 graus Celsius por um dia inteiro. Quando tudo derrete, se transforma em uma gosma grudenta que é despejada de uma máquina e cortada em pedaços precisos que formarão as garrafas de vidro.

Aí, cada pedaço de vidro derretido passa pelo primeiro molde, que o transforma em um parison — uma versão parcialmente formada do produto final. Aí, cada parison passa por um molde de aço que permite que você o deixe com o formato que quiser. Então, se algum dia você quiser fazer sua própria garrafa com designs diferentes, é nessa etapa que precisa colocá-lo no molde. O parison é aquecido mais uma vez, e o equipamento direciona o ar comprimido lá de dentro, esticando o vidro até atingir o formato final.
Agora, a garrafa está quase pronta. Ela passa por fogo na saída. Se resfriar muito rapidamente, a garrafa rachará com o choque térmico. Credo! Essa queda de temperatura foi rápida demais! É como se você tentasse despejar uma água gelada dentro de um copo quente. Então, as máquinas resfriam as garrafas lentamente, passo a passo. E aí, assim que é resfriada, a garrafa está pronta para ser usada.

As garrafas de vidro podem ter várias cores, mas geralmente são brancas, verdes ou marrons. Elas ganham cor quando várias substâncias são adicionadas à mistura primária, antes de ser aquecida. Uma mistura sem nenhum aditivo se transformará em uma garrafa ou pote transparente. Para tornar o vidro marrom, é preciso acrescentar pequenas quantidades de ferro, enxofre e carbono à mistura de vidro. Para obter uma garrafa verde, será preciso acrescentar ferro, crômio, e cobre. Acrescente óxido de cobalto e cobre, que a garrafa ficará azul! Uau, eu nem imaginava que o processo de fabricação era assim!

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